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'Malhação' on line permanece em alta, mesmo com pandemia sob controle

Estatísticas apontam crescimento permanente de pessoas que procuram atividades físicas não presenciais para se manter em forma

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de setembro de 2022 - 21:42
Paulo dá aulas on line e tem até alunos em Portugal, como Laffayete
Paulo dá aulas on line e tem até alunos em Portugal, como Laffayete -

Mesmo com a cada vez mais crescente queda de doentes e de óbitos por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), entre os anos de 2020 e 2021, a prática de atividades físicas não presenciais e on line continua em alta. Ao contrário do que se imaginava, o fim da quarentena e a flexibilização no país, com a retomada das atividades em níveis praticamente normais, mantiveram em curva ascendente o 'velho' e salutar hábito de se exercitar remotamente e à distância.

Embora o ‘boom’ atual dos aplicativos de exercícios e de academias possa ser atribuído ao isolamento social, as aulas on-line vieram para ficar, conforme explicação do educador Paulo Rocha, professor de Educação Física e personal treiner que atua em Niterói, Rio de Janeiro e que trabalha também à distância, com alunos em várias cidades brasileiras até na Europa. 

Pandemia - Paulo tem 37 anos e se formou em 2008. A exemplo de milhões de pessoas que vivem do trabalho para se manter, ele precisou se reinventar com a brusca mudança de hábitos gerados pela quarentena e o fechamento de setores organizados, em um passado pouco recente, a partir do segundo trimestre de 2020.

"Como tudo foi interrompido, e as pessoas foram forçadas a ficar presas em casa, sem ter como se mvimentar, comecei oferecendo treinos gratuitamente, como forma de solidariedade e ajuda, pois é o que precisávamos na época". Depois, até por sugestão e reconhecimento de alguns alunos, pensando também em me ajudar, passei a cobrar pelo serviço. Foi aí que passei a me aprofundar e criar metodologia própria para esse trabalho", explicou. 

Paulo, então passou a pesquisar e a fazer estudos sobre a prática on line até chegar a um modelo próprio e exclusivo, com treinos à distância, com as aulas gravadas e também ao vivo, com a opção de os alunos malharem onde quiserem e nos horários mais adequados. Paulo tem por volta de 300 alunos à distância, sendo alguns deles de cidades diferentes do país, como na capital do Estado do Rio, Região dos Lagos, Curitiba, Paraná e até em Portugal.

Ana Beatriz também é adepta das aulas on line
Ana Beatriz também é adepta das aulas on line |  Foto: Divulgação
  

Um dos alunos é a contadora Ana Beatriz, de 27 anos, moradora do Rio do Ouro, em Niterói, que decidiu procurar uma consultoria on line para poder conciliar com atividades profissionais e adquirir um conhecimento mais específico. "Queria um treino de forma organizada e livre, onde pudesse obter o melhor resultado possível", afirmou. 

Uma das vantagens da prática, segundo ela, é a rápida comunicação para consultoria, onde por exermplo, pode mandar e receber vídeos para corrigir movimentos, e assim ter um melhor desempenho em busca do corpo ideal e da boa forma.  O outro aluno de Paulo é o  bibliotecário e professor universitário Laffaiete Júnior, que saiu do Brasil, há quatro anos, para estudos em Almada, Portugal, onde faz Doutoramento em Artes. Ele é aluno de Paulo há dez anos e mesmo vivendo no exterior, usa a tecnologia para manter os ensinamentos do 'mestre'. 

"Os resultados do treino on line sempre foram muito bons. No caso do Paulo, ele tem uma vantagem sobre a maioria dos outros, porque estuda, pesquisa, traz o melhor do que há na ciência do exercício e da nutrição pro trabalho com os alunos", afirmou. 

 Paulo  e seus alunos são apenas alguns nas estatísticas das entidades de Conselhos de Educação Física espalhadas pelo Estado do Rio de Janeiro, onde é apontada uma demanda de crescimento constante pelas atividades não presenciais, mesmo com o controle da pandemia. Segundo estatísticas desses órgãos, pelo menos seis a cada 10 profissionais da área utilizam as atividades on line para complementar a renda em atividades não presenciais.   

Pesquisa aponta resultados positivos 

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) investigaram os efeitos da prática regular de exercícios sobre a saúde física e mental de 344 voluntários durante a pandemia de coronavírus. No estudo, foi comparada a efetividade de três modelos de aula: presencial com personal trainer, online sem supervisão profissional ou supervisionada por videochamada.

Os dois tipos de aula com acompanhamento profissional foram os que apresentaram maior efeito na saúde mental e física. Segundo o estudo, tal fato estaria relacionado à possibilidade de aumentar o nível de intensidade dos exercícios ao longo do tempo. E, para a surpresa dos cientistas, as aulas com acompanhamento remoto se mostraram ainda mais efetivas do que o modelo presencial. Como grupo controle, foram avaliados indivíduos sedentários.

A pesquisa foi apoiada pela Fapesp e contou com a participação de voluntários com e sem sintomas depressivos, de diferentes faixas etárias, rendas e Estados brasileiros.

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