Comerciante que disse que não daria marmita à eleitora de Lula grava vídeo se desculpando: 'Muito arrependido'
Primeiro vídeo gerou uma onda de indignação nas redes sociais

Cássio Cenali, o comerciante bolsonarista que viralizou na internet após gravar um vídeo dizendo que ia suspender a entrega de marmitas a uma senhora depois que ela disse que votaria em Lula, usou as redes sociais para se retratar e pedir desculpas pelo acontecido. Em novas imagens, ele disse estar muito arrependido e afirma que foi uma "infelicidade ter feito este vídeo".
No vídeo, ele diz que faz marmitas e entrega a moradores de rua há mais de dois anos. Ilza Ramos Rodrigues, a senhora a quem ele disse que não daria mais marmitas, seria, segundo ele, uma das pessoas a quem ele fazia as entregas.
"Eu não vou parar com esse trabalho meu. É um trabalho que faço com recurso meu, não tenho apoio político nisso ai, não tenho nada. Eu só quero a caridade. E eu estou muito arrependido, tive a infelicidade de ter feito esse vídeo. É só isso que tenho para falar", disse o comerciante.
O primeiro vídeo de Cássio viralizou no fim de semana. Nele, o comerciante está no portão da mulher e pergunta se ela "é Bolsonaro ou é Lula", ao que ela responde: "Eu sou Lula".
"A partir de hoje, não tem mais marmita, tá bom? É a última marmita que vem aqui. A senhora peça para o Lula, agora", retrucou o comerciante. Desacreditada, a mulher pergunta se ele está falando sério, e ele confirma. "Sério. Aqui não vem mais marmita, ela vai pedir para o Lula agora", afirmou.
As imagens circularam nas redes sociais e causaram indignação nos internautas, personalidades do entretenimento e da política.
"Fome não tem ideologia. Precisamos fortalecer o que nos une e não o que nos separa.", escreveu Luciano Huck.
O ex-presidente Lula prestou solidariedade à mulher. "Negar ajuda para alguém que passa dificuldades por divergência política é falta de humanidade."
Com a repercussão do caso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou que irá doar alimentos produzidos pelo movimento para Rodrigues pelos próximos seis meses.
"O MST se solidariza com todas as famílias com fome e, em especial, com a Dona Ilza. Por isso, nós vamos doar alimentos pelos próximos 6 meses", escreveu no Twitter João Paulo Rodrigues, membro da coordenação nacional do movimento.