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Série Ouro: Cinco escolas vão 'brigar' pelo título maior no samba e o acesso à 'elite' (vídeo)

Império Serrano é apontada como favorita, mas União da Ilha e Porto da Pedra estão na 'linha de frente'. UPM e Império da Tijuca correm 'por fora' na disputa, que deverá ser acirrada

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 22 de abril de 2022 - 17:27
Império Serrano é apontada como favorita ao título
Império Serrano é apontada como favorita ao título -

Participaram da cobertura especial do Carnaval 2022: 

Reportagens: Ana Carolia Moraes, Ari Lopes, Sérgio Soares e Tiago Soares 

Fotos: Layla Mussi (O SÃO GONÇALO) e Ana Victória (Divulgação)

Chefia de Reportagem e Edição: Ari Lopes, Cyntia Fonseca, Marcela Freitas, Sérgio Soares e Tiago Soares

 Chefia de Fotografia: Kiko Charret  

Dizem os mais experientes e respeitados profissionais do Carnaval que para se ganhar título é necessário, dinheiro, criatividade, talento, muito trabalho e organização. E pode se dizer, com toda segurança, que a 'mágica' combinação de palavras, até hoje, continua valendo (e muito), para se conhecer um campeão. Mais uma vez, o troféu e a única vaga à elite destinados ao vencedor irão para quem seguiu exatamente essa 'cartilha'. Nessa lógica, Império Serrano, Unidos de Padre Miguel e Império da Tijuca, os melhores do segundo dia, se juntam à Porto da Pedra e União da Ilha, os mais aclamados da noite anterior, na corrida ao campeonato, com favoritismo inicial para a verde e branca de Madureira, muito elogiada pela crítica especializada e já aclamada nos bastidores do mundo do samba. 

A Porto da Pedra sonha com a volta ao grupo especial
A Porto da Pedra sonha com a volta ao grupo especial |  Foto: Ana Victória/Divulgação
 

Mas favoritismo à parte, deverá haver uma disputa bem acirrada, onde décimos perdidos sempre representam muito e fazem com que o vencedor seja contemplado pelos jurados por passar mais 'inteiro', com glamou e imponencia, cantando com euforia, sem abrir buracos, e dentro do tempo de desfiles. Mas como as notas são sempre uma 'caixinha de surpresas', não se deve desprezar a tradição e o peso de outras escolas que podem surpreender, mas em princípio, brigam em posições intermediárias, como a Sossego, Estácio e Cubango.  De uma forma geral, até nos blocos inferiores, fazer projeções sobre quem cairá é uma tarefa complexa, já que esse ano, não houve uma escola que tenha apresentado falhas muito graves, como alas com fantasias imcompletas, carros quebrando na área de desfiles, ou atrasos muito longos para cruzar a Sapucaí.

A Sossego também fez 'bonito' na Sapucaí
A Sossego também fez 'bonito' na Sapucaí |  Foto: Layla Mussi/OSG
 

Pode se dizer que a Em Cima da Hora e a Vigário Geral foram as menos felizes  e com mais 'erros de pista', mas não se deve achar, por enquanto, que vão cair. Da mesma foma que no pelotão 'de cima', os rebaixados terão pouca diferença em relação aos que estarão acima. Deverá haver também equilibrio, se não houver surpresas.    

Na prática, a postura de todas as escolas na área de desfiles mostra que elas souberam usar o longo período de inatividade como referência para uma melhor preparação, já que em 2021 não houve Carnaval. Mas se por um lado, houve avanços e organização na pista de desfiles, as ligas representativas das escolas e as autoridades organizadoras do Carnaval precisam melhorar a segurança nos arredores da Sapucaí. A trágica morte da menina Raquel, de 11 anos, após ser imprensada por uma alegoria da Em Cima da Hora, mesmo fora da área de desfiles, não é o primeiro acidente desse tipo. Que em 2023 haja melhora como um todo, tanto dentro como fora da Sapucaí, para o bem dos sambistas e as milhares de pessoas que prestigiam o maior e mais complexo espetáculo do Rio de Janeiro. No mais, é esperar a abertura dos envelopes para se conhecer as campeãs, na tarde da próxima terça-feira, na Praça da Apoteose. 

A Em Cima da Hora não foi bem
A Em Cima da Hora não foi bem |  Foto: Layla Mussi/OSG
    

A seguir, a análise do segundo dia de desfiles da Série Ouro no Sambódromo: 

Lins Imperial - Após 10 anos sem pisar na Sapucaí,  contou a história do humorista Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, saudoso humorista de 'Os Trapalhões'. Mas nem tudo foram flores no retorno, já que houve formação de buracos na área de desfiles. As fantasias leves e alegorias com boa combinação de cores, foram o ponto alto. A escola encerrou seu desfile com 55 minutos, tempo limite para cada agremiação da Série Ouro  e tem tudo para se manter na Sapucaí em 2023. 

Império da Tijuca também sonha com título
Império da Tijuca também sonha com título |  Foto: Divulgação
 

Inocentes de Belford Roxo - Um desfile de contrastes. Houve apresentação de grande impacto vusual com combinações de cores e bom gosto, tanto nas fantasias, como nas alegorias. Logo no início, o carro abre-alas apresentou dificuldades de se locomover pela avenida e ao menos dois buracos foram abertos, um no setor três e outro no último módulo de julgadores. Com entredo 'A Noite dos Tambores Silenciosos', a Inocentes briga por posições intermerdiárias. 

Estácio de Sá - Por te sido rebaixada do Grupo Especial em 2020, teve a vantagem de levar para a Sapucaí uma estrutura maior, 'herança' dos tempos de 'elite'. E escolheu estrategicamente a reedição do enredo em homangem ao Flamengo, levado à Sapucaí pelo Grupo Especial, em 1995, como  'trunfo' para tentar levar o título. O desfile até começou bem, mas perdeu força por causa do contrates entre fantasias - algumas muito bem elaboradas e outras sem acompanhar esse glamour. O último carro da escola também destoou dos dois primeiros pela simplicidade e acabamento ruim. Briga por posições intermediárias e o sonho de voltar ao Grupo Especial ficou distante. 

Santa Cruz - A Verde e branca apresentou o enredo “Axé, Milton Gonçalves! No catupé da Santa Cruz”. A bateria, a comissão de frente e as alegorias  se destacaram na escola. Mas certamente pontos precioso que se ganham 'na pista', em Evolução e Harmonia, devem ser perdidos. Um buraco se abriu no setor 6, em frente à última alegoria.

UPM fazia desfile 'grandioso' mas buracos devem adiar o sonho do acesso
UPM fazia desfile 'grandioso' mas buracos devem adiar o sonho do acesso |  Foto: Ana Victória/Divulgação
  

Unidos de Padre Miguel - A escola da Zona Oeste do Rio manteve a 'pegada' que a faz respeitada e temida pelos adversário. Presença certa entre as primeiras colocadas. Mas para se ganhar título, os detalhes são fundamentais. Exatamente por isso, mais um capeonato deve 'escorrer pelas mãos', repetindo a mesma situação de anos anteriores. Com o enredo “Iroko – É tempo de Xirê”, encerrou sua apresentação com 52 minutos. Logo na abertura, levantou o público com uma combinação impactante, juntando elemento alegórico com a comissão de frente, e pedindo passagem com a cabeça do boi vermelho, o símbolo da escola. Mas o abre-alas apresentou problemas que geraram consequências negativas para a evolução. Se não houver surpresas, o sonhado acesso à elite deve ficar para 2023.  

Vigário Geral - Em termos de organização, pode-se dizer que talvez tenha sido a pior da noite. Desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Costa, Marcus do Val e Lino Sales, o enredo  Pequena África, contou a história da região central do Rio de Janeiro que recebeu os negros na época da escravidão. Um desfile de altos e baixos, que começou promissor e terminou de forma negativa. A dificuldade de locomoção do segundo carro ocasionou vários buracos ao longo da avenida. As fantasias e alegorias também deixaram a desejar. 

Império da Tijuca - Já virou uma tradição o Império da Tijuca vir forte e brigar por título no acesso. Apresentou um enredo que é a 'cara' do Carnaval: a criativa reprodução da escola de samba criada por Candeia, a Grêmio Recreativo de Arte Negra, Além do destaque para o enredo, o casal de Mestre Sala e Porta Bandeira também teve ótima exibição, assim como a Comissão de Frente. Fantasias sem grande impacto visual e pequenos erros de acabamento nos carros foram os pontos negativos, que devem custar, mais uma vez o título. Passou dentro do tempo estabelecido, em 54 minutos. 

Império Serrano - Escola de muita tradição no mundo do samba, e de estratégica força nos bastidortes da folia, a verde e branca de Madureira quer acabar de vez com o sobe e desce da elite. O presidente Sandro Avellar, mantém, desde o ano passado, a passos largos, um projeto de popularização da escola, que incluiu a a criação do time de futebol profissional o Império Serrano na disputa da Série B1 do Estado do Rio de Janeiro. Se o futebol não chegou à elite, no samba, os imperianos fizeram o 'dever de casa' com um desfile apontado pela crítica especialzada como 'certo' para 'lacrar' os envelopes com notas máximas.

Imperio 'sobrou na turma' na noite de quinta-feira (21)
Imperio 'sobrou na turma' na noite de quinta-feira (21) |  Foto: Divulgação
 

Com evolução contagiante, canto forte e fantasias e alegorias de muito bom gosto, esteve tecnicamente perfeita, segundo a critica especializada. Existe apenas uma pequena ameaça de perda de pontos - um efeito na comissão de frente não funcionou no segundo módulo. Desde antes do Carnaval, já se comentava que a apresetação do enredo “Mangangá”, de autoria do carnavalesco Leandro Vieira, seria 'pule de dez' para o título. Agora é esperar a abertura dos envelopes. 

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