Morte de Paulo Vaz abre discussão sobre transfobia nas redes sociais
Ele faleceu nesta segunda-feira (14), aos 36 anos

A morte do ativista da causa LGBTQIA+ e policial, Paulo Vaz, mais conhecido como Popó Vaz, nesta segunda-feira (14), levantou uma discussão sobre o impacto da transfobia no Brasil. O debate se iniciou nas redes sociais e chegou a entrar nos assuntos do momento no Twitter. Paulo era casado com o youtuber Pedro HMC, mantendo um relacionamento aberto.
A pouco tempo, vazou um vídeo íntimo dele com um outro homem e a web se tornou um local cheio de ofensas transfóbicas contra ele.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) falou sobre o caso em seu twitter e compartilhou algumas postagens que chamaram atenção para o fato.
"Mulheres subjulgadas que se renderam usando o conceito de: se não podemos vencê-los, vamos nos juntar a eles. No caso acham que podem se 'TRANSformar' neles. Uma lástima", diz um dos exemplos de transfobia.
O caso de Popó Vaz é investigado como morte suspeita pela 77ª DP (Santa Cecília), como foi informado pela Polícia Civil de São Paulo. Seu enterro ocorreu no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (16).
Bryanna Masck, pessoa não binária, produz conteúdo de games na internet, foi uma das pessoas que lamentou o ocorrido em suas redes sociais. "Não consigo, não vou e nem quero especular o que levou a morte do Paulo Vaz", escreveu no post. "Só consigo sentir a dor de saber que mais um amigo viu na morte a solução para angústia que sentia. E Deus sabe como eu o entendo. É revolta e uma profunda tristeza q só quem vive a transfobia sabe". Bryanna ainda frisou sobre saúde mental de pessoas trans, falando que é extremamente fragilizada pela sociedade, no meio desta sociedade transfóbica que vivemos. Ainda exemplificou que com os "ataques recorrentes de todos os lados possíveis desde que tivemos a coragem de viver como realmente somos".
Fernando Oliveira, jornalista, também deixou um recado nas redes sociais para desabafar sobre as pessoas especulando sobre a morte do amigo. "Estou no IML, liberando corpo do meu amigo. E me mandam mensagens e vídeos de gente que fez space pra discutir e especular sobre a morte dele, pra tentar passar pano pra transfobia. Sério. As pessoas estão podres por dentro. Não respeitam o Popó nem depois da morte. ABUTRES", postou ele nesta terça-feira.
A rapper trans Danny Bond foi uma das que mostrou sua indignação chamando transfobia de doença.
"Vão se tratar dessa doença chamada transfobia que VOCÊS mesmo criaram e proliferaram, PAREM DE NÓS MATAR!!", declarou. "Eu tô cansada dessa transfobia principalmente da nossa própria comunidade, nesses últimos tempos o tanto de ataque que venho recebendo sobre meu corpo ou meu trabalho já tá ficando surreal. Eu não vou me calar, eu não vou desistir ACEITEM NOSSOS CORPOS".
Muitos pessoas no twitter expressaram seus sentimentos de raiva sobre o caso de transfobia e também se lamentando pela morte de Paulo Vaz.