Loja vende peças de negros acorrentados como souvenir em Salvador

Uma loja de decoração, localizada no Aeroporto Internacional Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, tem causado polêmica por conta da venda de peças de cerâmica que retratam negros escravizados. Os itens, que fazem alusão ao Brasil colonial, mostram mulheres e homens acorrentados pelas mãos, em condições subumanas.

Os produtos estão à venda, com status de obra de arte, na loja Hangar das Artes. As cerâmicas estão anunciadas, ao lado de uma etiqueta branca, com as informações: "Escravos de cerâmica - R$ 99,90, a unidade".

Nesta segunda-feira (7), uma foto dos itens passou a circular nas redes sociais, causando indignação em diversas pessoas. O ativista Antônio Isupério escreveu sobre o assunto em suas redes sociais e comparou a situação ao Holocausto.

"Você imagina que poderia ter um boneco de crianças judias em 'forninhos' para serem vendidas como adereços? Então, isso não acontece porque o repúdio à violência do Nazismo já está em domínio público, enquanto nós n*gros ainda estamos em processo de conquista da nossa humanidade", disse.

Apesar de a publicação nas redes sociais fazer referência à loja física do Hangar das Artes localizada no Aeroporto de Salvador, não há confirmação do lugar em que foi feita a imagem. No entanto, a advogada da loja confirmou ao site Metro 1 a comercialização das peças pelo site. Ela também admitiu que a empresa retirou o produto do ambiente virtual "após ataques haters".

Ainda segundo site Metro1, a advogada, que não quis se identificar, defendeu a venda do produto. "Não estou entendendo o porquê de tanto reboliço. É uma coisa que retrata a história do Brasil", disse.

Segundo a advogada, a loja Hangar das Artes vai comentar o assunto por meio de um comunicado nas próximas horas.