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Projeto social em Nova Cidade deixa de funcionar após denúncia de poluição sonora

Mesmo diminuindo o som, o caso ainda não foi solucionado

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 02 de fevereiro de 2022 - 09:51
O projeto ajuda mulheres de todas as idades a manterem o condicionamento físico
O projeto ajuda mulheres de todas as idades a manterem o condicionamento físico -

As aulas do Projeto Social Zumba, que ocorrem em Nova Cidade, bairro de São Gonçalo, estão com suas atividades suspensas. Isso porque foi feita uma denúncia no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informando que a música do local estaria incomodando os vizinhos. Desde então, as 144 alunas fixas das aulas (fora as que vão esporadicamente) estão sem conseguir fazer as atividades físicas que tanto gostam.

O Projeto Zumba surgiu há 9 anos, como uma iniciativa do proprietário do Shopping das Fábricas em conjunto com o professor Raphael Máximo. Eles pensaram em fazer algo social e que ajudasse as pessoas da comunidade ao redor a conseguirem fazer exercícios físicos de forma leve e divertida e foi isso o que ocorreu. 

"Eu tinha um estúdio de dança no Shopping das Fábricas, o dono do local conversou comigo e resolvemos fazer esse aula de ginástica (que inclui zumba, por exemplo) no pátio do shopping de forma gratuita para aqueles que quisessem chegar. Pessoas de diversos bairros começaram a ir e hoje temos 144 alunas no nosso grupo de Whatsapp. Além do físico, proporcionamos eventos, passeios e criamos um vínculo pessoal como um grupo", contou ele.

Mas, desde 2020, a situação vem se tornando uma dor de cabeça para os participantes do projeto. Isso porque uma denúncia anônima feita ao MPRJ dizia que pessoas estavam incomodadas com o barulho vindo das aulas. "Acreditamos que são pessoas que se mudaram recentemente para cá e não gostam do barulho. Já falamos com órgãos como a prefeitura e, por ela, temos autorização para dar aula aqui, mas, após a denúncia, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente teve que ir até o nosso espaço nos notificar e pedir tentássemos diminuir o barulho para não incomodar os vizinhos e foi o que fizemos, mas nem isso está adiantando", contou Raphael, de 33 anos.

O professor vem tentando resolver a situação esse tempo todo, mas sem sucesso. Na última vez que agentes públicos foram ao local até houve uma confusão.

"Eu já tentei recorrer várias vezes, buscar diversos posicionamento, mas nada resolve. Já foram lá no projeto várias vezes com a Guarda Municipal e outros órgãos. No último dia 05 (de janeiro), foi a última vez que demos aula e agentes públicos foram lá e queriam que desligássemos a nossa caixinha de som, o que acabou gerando um atrito entre as duas partes. A partir daí, fomos proibidos de dar aula", afirmou ele. 

Raphael não entende o motivo de as pessoas não gostarem do projeto.

"Eu queria saber o motivo de quem fez a denúncia se incomodar tanto com um projeto que beneficia a população. Nós só queremos ajudar as pessoas e todas as aulas estão falando que ficar sem o projeto é muito ruim para elas e que sentem falta", contou ele.

A alternativa encontrada pelo professor para resolver o caso é produzir um laudo pericial que comprove que o som não é alto demais ou que estabeleça limites para que o som não incomode os vizinhos ao redor do espaço. Depois de pronto, esse laudo poderá ser entregue ao MPRJ, que poderá rever a situação. O laudo, no entanto, custa R$ 3 mil. Esse é o valor que Raphael e suas aulas buscam arrecadar para conseguir voltarem a fazer o que gostam. 

"É um projeto social que beneficia a população e o que queremos é só ajudar aqueles que gostam e querem estar no nosso projeto", afirmou ele.

Para quem quiser ajudar o Projeto Zumba a conseguir o dinheiro para o laudo pericial, basta entrar em contato com Raphael pelo número (21) 95902-6402.

Serviço: 

O projeto fica localizado no Shopping das Fábricas na Rua Vicente Lima Castro, 176, em Nova Cidade, bairro de São Gonçalo e funciona às segundas, quartas e sextas das 8h às 9h.

Procurados, o MP e a Prefeitura de São Gonçalo ainda não responderam. 

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