PMs disparam 58 tiros contra suspeitos em plantação de maconha
Caso será acompanhado pelo Ministério Público de Goiás
Quatro pessoas morreram durante uma ocorrência em um plantação de maconha, em uma chácara entre Colinas do Sul e Cavalcante, na região da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, na manhã da última quinta-feira (20). Ao todos, os policiais militares que participaram da ocorrência fizeram 58 disparos de arma.
Segundo a polícia, os 58 disparos foram efetuados por seis policiais. Desse total, 40 foram de arma de fuzil e 18 de pistola. A PM disse que estava averiguando uma denúncia de plantação de maconha na região, quando se deparou com a plantação e sete pessoas debaixo de uma cobertura de palha. De acordo com a corporação, houve troca de tiros.
Quatro morreram e três teriam fugido. Os baleados chegaram a ser levados para o hospital de Colinas do Sul, porque na região não tinha sinal de telefone para chamar o resgate, como determina o procedimento padrão da PM. Eles estavam mortos quando foram atendidos pela equipe médica.
Ainda de acordo com a PM, os suspeitos teriam usado uma espingarda e três revólveres para atirar nos militares, sendo eles de calibre 32, 22 e 38. Amigos das vítimas só reconhecem a existência da espingarda, algo que seria comum entre moradores de comunidades rurais.
A versão apresentada pela polícia é questionada por familiares e amigos dos mortos. Eles afirmam que as vítimas não tinham comportamento violento e não andavam armadas pela região. Além disso, seriam pessoas conhecidas e queridas na localidade da vila de São Jorge, em Alto Paraíso.
Segundo divulgou o site Metrópoles, os lavradores Ozanir Batista da Silva, de 46 anos, conhecido como Niro ou Jacaré, e Chico Kalunga, que não teve o nome completo divulgado, seriam vizinhos da plantação de maconha. Salviano Souza Conceição, de 63 anos, seria o dono da plantação, mas não seria uma pessoa de comportamento violento, de acordo com o relato de amigos.
Plantação de maconha
O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar divulgou que havia cerca de 2 mil pés de maconha na plantação. No entanto, logo depois, o número foi corrigido para entre 500 e 600 pés. As plantas foram incineradas na própria fazenda. Também foram apreendidas uma balança de precisão, uma pequena quantidade de maconha prensada e pronta para venda em tabletes, segundo a PM. Além de sementes, folhas secas, uma prensa manual e munições.
O comandante da PM em Niquelândia, que coordenou a ação, subtenente Flávio Taveia Guimarães, rebateu a acusação de familiares e amigos e defendeu a operação. Ele afirmou que toda ação policial com morte é investigada pelo Ministério Público.
Ao site Metrópoles, o Ministério Público de Goiás disse que deverá aguardar o andamento das investigações, incluindo a definição sobre a sua jurisdição, que é o local onde ocorreu o fato, para estabelecer as providências a serem adotadas.