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Motorista e esposa passam necessidade e ele pede emprego no Porto do Rosa: "Não sei se terei o que comer"

O português já foi motorista de ônibus e caminhão

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 30 de novembro de 2021 - 17:03
O português busca uma chance de emprego
O português busca uma chance de emprego -

"Hoje, eu não peço dinheiro, eu peço um emprego. Não sei se eu vou ter o que comer em casa, anteontem tivemos só arroz e feijão para comer, a gente não sabe se vai ter comida pro dia seguinte. Minha esposa tem um problema na perna e não trabalha. Por isso, eu venho aqui, faça chuva ou faça sol, levando, as vezes, cuspe na cara e correndo risco de desmaiar (como ocorreu outro dia) para pedir uma oportunidade de trabalhar". Esse é o relato emocionado do português Maxuell Germini, de 54 anos, que hoje mora em São Gonçalo com sua esposa. Desempregado, ele criou uma placa com os dizeres: 'Preciso de emprego. Sou motorista de caminhão!' e vai com ela todos os dias até a Rua Custódio Duarte, próximo ao número 23, no Porto do Rosa, bairro onde mora, para ser visto e, quem sabe, contratado por uma empresa. 

No entanto, o português, que tem um currículo invejável como motorista de ônibus e caminhoneiro, ainda não viu sua sorte mudar.

Maxuell veio para a Brasil a passeio em 1987 e resolveu ficar. Ele se apaixonou por uma brasileira, que acabou morrendo de câncer de mama em Belém do Pará. Anos depois, ele veio para o Rio, trabalhou em um hotel em Copacabana como chofer, foi motorista particular e descobriu São Gonçalo, onde se apaixonou novamente e passou a morar aqui.

"Eu tentei a vida em São Paulo, mas não deu certo. A partir daí, eu vim pro Rio, trabalhei como chofer em Copacabana e depois conheci um juiz que me levou para ser motorista dele. Trabalhei com ele por uns anos, até que ele faleceu e eu vim para São Gonçalo. Me apaixonei novamente e hoje sou casado há 15 anos com a minha esposa", contou o motorista que não tem filhos. 

Desde então, Maxuell trabalhava como motorista. Ao todo, ele ficou 12 anos dirigindo ônibus para uma grande empresa nacional. Em 2019, no entanto, ele foi despedido e precisou se virar fazendo bicos. "Fui até contratado por uma empresa de supermercado para ser motorista de caminhão em 2021, mas me mandaram embora antes do fim do período de experiência, pois afirmaram que eu morava longe, sendo que só pegava um ônibus para o trabalho. Eu já dirigi ônibus, caminhão, caçamba, empilhadeira, bitruck, caminhão de quatro eixos, tenho categoria D de habitação, tenho autorização para dirigi carga perigosa e outros", contou o português.

Maxuell já foi chofer e já trabalhou como caminhoneiro e motorista de ônibus
Maxuell já foi chofer e já trabalhou como caminhoneiro e motorista de ônibus |  Foto: Filipe Aguiar
 

Apesar desse currículo, o motorista afirma que as pessoas o prometem vagas, mas nunca o oferecem realmente. "Até que há 15 dias coloquei um anúncio pedindo emprego na internet e ninguém me respondeu. Um amigo meu, chamado Marcelo, então, me deu essa placa e eu peguei garrafas pet e cabos de vassouras para fazer uma baliza e colocar aqui para apoiar a placa e resolvi ficar aqui o dia todo para conseguir emprego. Já vieram diversas pessoas aqui, pedem meu currículo, mas não me retornam contato. Eu fico aqui todo dia e só quero uma chance de conseguir um trabalho", afirmou ele.

Para aqueles que quiserem conhecer mais de Maxuell Germini ou oferecem um emprego para ele, basta entrar em contato pelo número (21) 96465-6514 e, dessa forma, fornecer esperança para uma família.

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