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Polícia investiga professor de medicina que perguntou se aluna levaria lubrificante 'quando fosse estuprada'

Conselho de Medicina abriu processo contra o professor

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 26 de novembro de 2021 - 16:16
Caso aconteceu durante uma aula prática
Caso aconteceu durante uma aula prática -

A Polícia Civil do Pará está investigando as declarações feitas por um professor do curso de medicina do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia durante uma aula prática do curso. Na ocasião, o professor perguntou se uma estudante não levaria um vidro de lubrificante quando fosse estuprada, após ela responder que não passou o produto no equipamento usado na intubação de pacientes.

O caso ocorreu no dia 17 de novembro, mas o vídeo com um trecho da situação só repercutiu nas redes sociais nesta quinta-feira (25). Nesta sexta-feira (26), a Polícia Civil informou que investiga o caso como importunação sexual. O Conselho de Medicina do Pará também afirmou que instaurou um processo administrativo contra o professor.

A declaração foi feita enquanto a aluna treinava a prática de intubação em uma das aulas práticas do curso. O professor questionou se ela havia passado lubrificante no material antes de inserir pela boca do boneco e ela responde que não. 

“Quando a senhora for ser estuprada, quero ver se a senhora vai levar o vidrinho de lubrificante para facilitar a vida, ou vai preferir no seco mesmo?", disse o professor em frente a outros alunos que acompanhavam o procedimento feito pela colega de turma.

Após um caso, um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, que investigará o caso.  A polícia não informou se já ouviu algum depoimento.

Já o Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará (CRM-PA) informou que "efetivou as medidas legais previstas, instaurando o competente procedimento administrativo".

Após a repercussão, o Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (Unifamaz), onde a aula era ministrada, se manifestou em nota. O centro informou que "adotou todas as providências cabíveis e procedimentos administrativos para apurar os fatos, por meio do Comitê de Ética Disciplinar".

"O UNIFAMAZ reafirma seu compromisso com o ensino de qualidade, pautados no respeito humano e na integridade pessoal. Dessa forma, repudia veemente qualquer prática inadequada na relação acadêmica professor-aluno", ainda diz a nota.

De acordo com informações do portal G1, alunos relataram que o professor não compareceu à faculdade para ministrar as aulas nesta sexta-feira (26), após o vídeo ganhar repercussão. No entanto, o centro universitário não confirmou se o docente foi ou deve ser afastado. 

Também nesta sexta-feira, diversos estudantes, principalmente mulheres, protestaram contra o caso em frente à faculdade.

"Nós enquanto alunas e indiretamente vítimas desse caso, exigimos a responsabilização do docente e o comprometimento da instituição na prevenção da violência de gênero", diz Brenda Silva Lisboa Alves, aluna do 4º semestre de medicina e integrante do coletivo de mulheres estudantes.

Após o ocorrido, mulheres estudantes da instituição se mobilizaram e houve uma criação espontânea de um coletivo para acompanhar o caso e cobrar medidas da faculdade.

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