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Black Friday: saiba como se preparar e aproveitar os descontos nesta data!

A Black Friday é comemorada oficialmente amanhã (26)

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 25 de novembro de 2021 - 16:19
Gonçalenses já aproveitam a Black Friday
Gonçalenses já aproveitam a Black Friday -

Nesta sexta-feira (26) será comemorada a Black Friday, data conhecida por ser o momento em que as lojas fornecem inúmeros descontos aos seus clientes. A data teve origem nos Estados Unidos e se espalhou por todo o mundo, chegando ao Brasil. Apesar de muitas lojas já estarem em Black Friday desde o início do mês, a data é oficialmente comemorada amanhã (26), um dia após o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, dando início à temporada de compras natalinas.

Em São Gonçalo, diversos foram os estabelecimentos que se renderam ao 'dia de ofertas'. No Alcântara, as promoções eram inúmeras, indo desde lojas de sapatos, maquiagens e até roupas infantis. Os comerciantes também esperam conseguir vender mais com a data. Foi o que explicou Marcos Andrade Alves, de 49 anos, gerente de uma loja de roupas infantis no bairro de São Gonçalo. 

"Temos tido bastante promoção neste mês na loja. Indo desde roupas de bebê, calcinhas, bermudas e muitos produtos, inclusive, estão com a metade do preço. Ainda não sabemos se vamos ter promoções só para a Black Friday, mas pode ser possível sim, já que é uma data boa para os comerciantes. Só nessa última semana, aumentamos 70% de vendas se comparado a semanas antes e não só na filial daqui, mas de Rio das Ostras e Araruama também. As promoções tiveram início na sexta-passada (19) e vão até o próximo dia 29", contou ele. 

Lojas do Alcântara estão com descontos na Black Friday
Lojas do Alcântara estão com descontos na Black Friday |  Foto: Layla Mussi
 

Ele relatou que celebra a data deste ano, já que em 2020 muitas pessoas estavam em casa, por causa da pandemia. "Ano passado foi um ano bom para as vendas, pois muita gente comprava as coisas de casa e vendemos muito por delivery, mas não víamos tanto os clientes por causa da pandemia. Esperamos que esse ano, com a circulação de pessoas sendo liberada, seja melhor ainda. Mais para o final de ano também deve dar uma melhorada por causa das compras de Natal", disse ele.

Marcos Andrade Alves é um dos gerentes de uma das lojas que aderiu à Black Friday em SG
Marcos Andrade Alves é um dos gerentes de uma das lojas que aderiu à Black Friday em SG |  Foto: Layla Mussi
 

Muitas pessoas, no entanto, sofrem com a data, pois acabam gastando mais do que podem ou mesmo consumindo mais do que desejam apenas pelos descontos. A psicóloga terapeuta Roberta Massot falou sobre o tema. 

"Comprar compulsivamente pode causar dependência: quanto mais você compra, mais quer gastar. A maioria das pessoas acha que têm compulsão por compras, mas na verdade o que elas vivenciam são apenas episódios de exagero. Compulsão é coisa séria, e deve ser tratada com acompanhamento médico e psicológico. Está ligado a baixa autoestima e outras questões emocionais. Até mesmo um sentimento de angústia ou vazio dão lugar às compras como forma de alívio”, afirmou ela, que indica aos seus clientes que eles pensem se aquilo que eles desejam comprar são realmente produtos necessários e que farão a diferença. 

O especialista em financanças Marlon Glaciano afirma que é necessário que a pessoa tenha cuidado com a ocasião e evite gastar mais do que pode pagar. “Um dos principais pontos da organização financeira é estar bem com a saúde mental e emocional. Se estamos vulneráveis emocionalmente, tendemos a comprar muito além do que precisamos, compulsivamente, e isso não é bom”, disse.

Fraudes 

Golpes em compras online também são comuns na data
Golpes em compras online também são comuns na data |  Foto: Divulgação
 

A data da Black Friday motiva diversas pessoas a comprarem, mas algumas delas devem ficar 'ligadas' em promoções falsas ou até em roubos pela internet. Só no terceiro trimestre de 2021, o número de páginas e perfis falsos quando se fala em compras online (o phishing) registrou um aumento de ataques de 81,08% se comparado ao ano anterior. Em 2020, esse número aumentou em 36,79% em relação ao mesmo período em 2019. Os dados são da Axur, empresa líder em monitoramento e reação a riscos digitais na internet, que afirma que no dia da Black Friday o aumento nos casos do tipo chega a 74,21%. 

"É muito importante que os consumidores estejam atentos aos detalhes como: URL dos sites; envio de promoções e descontos; páginas e perfis falsos; entre outros. As tentativas de fraudes têm crescido e estão cada vez mais disfarçadas, o que dificulta a percepção do consumidor se não tiver um olhar atento”, afirmou Thiago Bordini, professor coordenador da pós-graduação em Inteligência de Ameaças Cibernéticas no Instituto Daryus de Ensino Superior Paulista (IDESP). 

Ele separou uma lista de golpes mais comuns e de como as pessoas podem se prevenir nas compras online. 

Golpes mais comuns  

Phishing: páginas e perfis falsos;  

Golpes por WhatsApp: envio de falsas promoções e descontos;  

Fraudes com boletos: cobranças indevidas que deixam a opção de boleto mais barata no site para convencer o consumidor escolher essa opção, porém, é muito difícil recuperar o dinheiro desta forma;  

Compras fraudulentas: uso não autorizado de dados pessoais para compras com cartões ou credenciais;  

Golpes de instituições bancárias: entram em contato como se fossem do departamento antifraude do banco, com a justificativa que seu cartão teve uma compra de alto valor e pedem os dados do cartão para confirmar a operação.    

Dicas para se prevenir    

Planeje: comece a monitorar os preços dos produtos que deseja comprar com antecedência para verificar de fato se as promoções são realmente verdadeiras e vantajosas;  

Desconfie: promoções que chegam por e-mail, SMS, WhatsApp e anúncio em redes sociais e Google;  

Pesquise: procure o valor do produto que deseja em diversas lojas e fique atento a produtos com valores muito abaixo da média;  

Confira: criminosos criam sites falsos mudando poucas letras ou acrescentando termos na URL para que passe desperecido pelo consumidor;  

Consulte: a veracidade do CNPJ e avaliações no site e Procon.     

O Procon Estadual do Rio de Janeiro também está verificando se os preços de alguns produtos estão sendo 'maquiados', ou seja, se existe uma mentira naquela promoção. Muitos estabelecimentos, por exemplo, afirmam que o preço de um produto é um na Black Friday e que ele é mais caro fora da data, o que é mentira, já que, muitas vezes, esse mesmo produto está com o valor que é ofertado na Black Friday mesmo em dias normais. Com isso, o valor não é alterado nem na Black Friday, o que é passado de forma enganosa para o cliente. 

Procon-RJ realizou ações de Black Friday em 2020 e em 2021
Procon-RJ realizou ações de Black Friday em 2020 e em 2021 |  Foto: Divulgação
 

Segundo o Procon, foram verificados os preços de 80 produtos em oito grandes sites entre os dias 25/10 e 18/11. Ao todo, 654 itens foram verificados. A partir daí, será possível ver se na Black Friday (26), os preços realmente serão alterados nessas lojas ou não e, se houver algum preço irregular, o site poderá pagar multas e sofrer processos. 

"O tema principal das denúncias que recebemos no período da Black Friday é em relação à maquiagem de preços. Consumidores relatam que as empresas aumentam os preços dos produtos antes da Black Friday e depois voltam ao preço original para dizer que o item está em promoção. O Procon-RJ está de olho neste tipo de prática abusiva e o monitoramento está sendo realizado para constatar se estas irregularidades serão cometidas " observou o presidente do Procon-RJ, Cássio Coelho. 

A pesquisa completa pode ser acessada através do link: https://bit.ly/pesquisa-blackfriday-2021 e as pessoas podem denunciar no Procon o que acharem irregular. É o que afirma a Amanda Saraiva, do escritório Saraiva & Almeida Advogados, especialista em Direito Civil. 

"Com a Black Friday, os consumidores devem ficar de olho em alguns de seus direitos, o primeiro que eu falaria é o direito à informação (o consumidor deve saber as informações sobre os produtos e preços promocionais de forma clara, correta, em língua portuguesa). As empresas devem informar dados como características, qualidade, quantidade, preço, garantia, prazo de validade, origem, além das possibilidades do risco de uso do produto que o consumidor quer adquirir. Outra informação é sobre o pagamento, se ele for parcelado as taxas de juros aplicadas devem ser informadas para o consumidor decidir se ele quer mesmo pagar parcelado ou não. A prática de propaganda enganosa é crime pela legislação do código de defesa do Consumidor, a empresa não pode aumentar o valor do produto na véspera ou no dia da Black Friday, para fornecer o desconto no dia da promoção. E, além disso, caso a compra não seja finalizada por travamento no site da empresa, por exemplo, o consumidor tem o direito de exigir o mesmo produto pelo mesmo preço, em condições enunciadas. É importante o consumidor peça a emissão da nota fiscal, pois é o documento que garante busca à justiça ou ao Procon, caso ele se sinta lesado. O não fornecimento da nota fiscal é uma prática abusiva e pode ser constatado como crime de sonegação fiscal, com prisão de até 5 anos e multa para os lojistas. O consumidor também pode se arrepender e devolver um produto comprado por catálogo, internet ou telefone, mesmo que o produto não tenha defeito e o consumir não tem a necessidade de apresentar justificativa, ele só tem que observar o prazo para realizar o arrependimento que é de até 7 dias corridos após a data que ele recebe a compra, pedindo a devolução do dinheiro", afirmou ela.

Amanda também abordou questões de prazo de entregas em produtos comprados online e o que a pessoa pode fazer caso queira denunciar alguma situação na qual se sentiu lesada. "Outra questão também que é importante ficar de olho é com relação ao prazo da entrega da mercadoria que ele comprou. Com o grande fluxo de vendas, pode ocorrer um atraso nas entregas e a empresa tem a responsabilidade de garantir a entrega do produto no prazo estipulado, inclusive na ocorrência de eventos como uma greve dos Correios, por exemplo. Caso o produto atrase, o consumidor deve solicitar o cumprimento forçado da entrega, ele pode também desistir da compra com a restituição integral do valor ou aquisição de outro produto similar. Nas compras pela internet é importante tirar um 'print screen' da tela com a data de entrega e em lojas físicas é importante pedir que o vendedor anote o prazo de entrega na nota fiscal, assim o consumidor pode cobrar da empresa no caso de descumprimento do prazo de entrega do produto. Para reclamar em caso de violação desses direitos, o consumidor deve buscar a loja e tentar negociar com ela e, caso não seja possível chegar a um acordo, o consumidor deve procurar o Procon que deve ser acionado de forma presencial ou pelos números de telefone no site do órgão e, caso ainda assim o consumidor se sinta lesado, ele pode ingressar com uma ação na Justiça. Se o valor da causa for menor que 20 salários mínimos, ele pode procurar o juizado especial cível sem a necessidade de um advogado, inclusive. Se passar dos 20 salários mínimos, aí necessariamente ele tem que ingressar na Justiça representado por um advogado. Em casos de violação de interesses coletivos dos consumidores, aí sim a ação tem que ser provocada pelo Ministério Público, aí qualquer consumidor que se sinta lesado tem que procurar o MP. 

Curtir a Black Friday é um direito do cidadão, mas curtir consciente de seus deveres e direitos é algo que pode auxiliar e evitar qualquer dor de cabeça.

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