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Revolta e indignação marcam sepultamento de um dos mortos no Salgueiro

Rafael Menezes, de 29 anos, foi sepultado nesta quarta-feira, no Cemitério São Miguel

relogio min de leitura | Escrito por Daniel Magalhães | 24 de novembro de 2021 - 15:18
Muito abalada, a família não quis falar com a imprensa
Muito abalada, a família não quis falar com a imprensa -

Foi sepultado no início da tarde desta quarta-feira (24) o corpo de Rafael Alves Menezes, de 29 anos, encontrado morto em uma área de mangue no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na última segunda-feira. Emocionados, cerca de 60 pessoas, entre familiares e amigos estiveram no cemitério São Miguel, no bairro de mesmo nome, para se despedir do parente que teve uma morte que ainda não tem explicações.

 Inconformados, os presentes não quiseram falar com a imprensa, que tentava acompanhar o enterro. Vestindo blusas com frases como: "Filho, Volta pra casa. Te amo, há uma festa muito linda esperando por você" e "Deus me deu, Deus tomou... Saudades Bobizinho", a família ainda se mostra desacreditada com o que aconteceu e a forma brutal da morte.

O corpo de Rafael Menezes e outros oito mortos foram encontrados por moradores em uma área de mangue da comunidade. De acordo com a polícia, houve um confronto na comunidade entre policiais e criminosos que estavam no local. A polícia foi ao Complexo para fazer uma operação de retaliação pela morte do PM Leandro da Silva, morto por criminosos dentro do Complexo do Salgueiro.

Ainda de acordo com a polícia, dois dos mortos não tinham passagens pela polícia. Rafael não tinha ficha criminal, mas era investigado por envolvimento com o tráfico de drogas e corrupção de menores.

A chacina será investigada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que solicitou à DHNISG, à 72ª DP, ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), ao 7º BPM e à Corregedoria da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro o envio de inquéritos instaurados e peças técnicas que os instruem relativos às investigações nesta quarta-feira. O MP quer receber também as escalas e a identificação de policiais envolvidos nas operações realizadas no domingo e na segunda-feira. O MP requisitou ainda eventuais registros de ocorrência lavrados nos dois dias relativos a buscas e apreensões.

Resultado da perícia do IML

A Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro divulgou nesta quarta-feira que as mortes foram provocadas por por projéteis de arma de fogo. Segundo a pasta, não há “indícios de facadas ou outro tipo de arma com ação cortante ou perfurocortante”.

Os projéteis arrecadados em três corpos do total de mortos no confronto com a Polícia Militar no fim de semana, passarão por confronto balístico. A expectativa da secretaria é de que as armas e os nomes dos policiais militares que participaram da ação sejam entregues ainda hoje à Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá (DHNSG), responsável pelas investigações do caso.

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