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Empresa de 'Faraó dos Bitcoins' pede calma aos clientes: "juntos somos mais fortes"

No vídeo, também é informado que o dinheiro dos clientes não pode ser devolvido no momento

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 09 de novembro de 2021 - 11:51
Ele foi detido em agosto deste ano
Ele foi detido em agosto deste ano -

Os representantes do escritório de advocacia Nélio Machado expuseram, por meio de um vídeo no qual continha a apresentação de uma nota oficial assinada por eles, como está a situação de Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', detido desde agosto deste ano acusado de ter feito uma pirâmide financeira com o nome de sua empresa. O vídeo, além de explicar que a defesa entrou com recursos legais contra a prisão do acusado e que a G.A.S não pode devolver valores financeiros de seus clientes por estarem com a conta bloqueada judicialmente, também deixa claro que os clientes e fãs do acusado tem que ter calma e entender que a situação vai melhorar. O discurso do escritório de advocacia é apresentado por um casal. 

Apresentadores do vídeo
Apresentadores do vídeo |  Foto: Divulgação
 

No início da fala, os apresentadores começam explicando sobre o processo da prisão de Glaidson. "Na qualidade de advogados constituídos pela G.A.S Consultoria e Tecnologia Ltda. e seu representante Glaidson Acácio dos Santos, para defesa no processo criminal que tramita na 3ª Vara criminal do Rio de Janeiro, o escritório Nélio Machado vem prestar aos seguintes esclarecimentos: como é do conhecimento de todos no dia 25 de agosto foi deflagrada uma operação policial para cumprimento de diversas medidas judiciais em desfavor da G. A. S. bem como contra pessoas físicas e jurídicas a elas relacionadas. Na ocasião, além do cumprimento do mandado de prisão preventiva contra Glaidson Acácio dos Santos, foram apreendidos diversos bens de propriedade da G.A.S. neles incluídos equipamentos de armazenamento de criptoativos e também realizados bloqueios nas contas bancárias da G.A S e diversas outras pessoas físicas e jurídicas até o montante de R$ 38 bilhões. Posteriormente, no dia 27 de setembro, o Ministério Público Federal apresentou acusação formal contra Glaidson e outras pessoas físicas, acompanhada de pedido de suspensão total das atividades da G.A.S e diversas outras pessoas jurídicas. O juízo da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, no dia 1º de outubro, proferiu decisão de recebimento da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal determinando ainda a proibição expressa de continuidade das atividades da GAS e diversas outras empresas", afirmaram os apresentadores lendo a nota da defesa do acusado.

Logo depois, os apresentadores citam o decreto que proíbe que as empresas envolvidas continuem com suas atividades e afirmam:  "É fundamental esclarecer, portanto, que a G.A.S. está judicialmente proibida de realizar pagamentos, por qualquer forma, sob pena de descumprimento de decisão judicial. Isso significa que, mesmo que os recursos estivessem disponíveis, a G.A.S tampouco qualquer de seus consultores, não poderia realizar qualquer pagamento a clientes nem mesmo a devolução do capital em razão da proibição judicial". 

Logo depois, os apresentadores, de forma calma, como durante todo o vídeo, afirmam que se a ordem judicial for descumprida, pessoas podem ser presas. "De modo que o desrespeito a decisão proferida pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro não é uma opção a ser considerada. Decisões judiciais se cumprem, e a forma de revertê-las é por meio dos recursos previstos na legislação. Não por meio da desobediência. Por essa razão é que a G.A.S. apresentou recurso contra a decisão que determinou o bloqueio de seus bens, ainda pendente de julgamento, mas considerando que o tempo da Justiça é muito diferente do tempo da necessidade de seus clientes, também não está se furtando a realizar entendimento com as autoridades responsáveis pela investigação com o objetivo de solucionar o problema de maneira mais rápida",  afirma o texto apresentado por eles. 

Ao final, eles afirmam que a prisão de Glaidson é desnecessária e pedem esperança para seus clientes. "A defesa ressalta ainda que, no seu entender, a prisão de Glaidson Acácio dos Santos, além de desnecessária, torna bem mais difícil a tarefa de buscar solução consensual junto às autoridades, dadas as condições sabidamente precárias de comunicação que resulta da situação prisional. Por fim, a defesa informa que assim que o acórdão proferido pela 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região for publicado levará ao Superior Tribunal de Justiça o pedido de liberdade de Glaidson Acácio dos Santos. Atenciosamente, Nelio Machado Advogados (aparecendo ao fundo a assinatura da empresa). Contudo, gostaríamos que vocês, nosso clientes e amigos, que tem estado conosco todo esse tempo, todos os momentos, que mantivessem a calma, a fé e a esperança. Esse é só um momento ruim que vai passar. Não podemos nos esquecer que a noite é mais escura antes do amanhecer, mas a ternura da luz da alvorada é mais alegre. Contamos com suas orações e o seu apoio, porque temos certeza de que em breve tudo isso se tornará apenas uma lembrança. E lembraremos que vencemos mais um desafio, porque juntos somos mais fortes!", afirmam os apresentadores ao final do vídeo. 

As imagens foram publicadas oficialmente na última segunda-feira (08), nas redes sociais e as informações presentes foram confirmadas pela assessoria da G.A.S. Outros vídeos, se necessários, serão postados sobre o caso nas redes sociais oficias da G.A.S, incluindo um canal no Youtube.

Diversas são as pessoas que apoiam a G.A.S e pedem a liberdade de Glaidson nas redes sociais. Através de uma rápida pesquisada no Facebook, é possível ver que existem grupos defendendo o empresário. Com dizeres: "Glaidson Livre", "Gratidão a G.A.S. Mudou a vida das nossas famílias #juntosomosmaisfortes." Nas redes sociais, o vídeo em questão causou comentários como: "Eu creio", "liberdade" e "juntos somos mais fortes". 

Acusações contra o 'Faraó dos Bitcoins'

Glaidson está preso desde agosto por suspeita de pirâmide financeira. Com sua empresa, a G.A.S Consultoria e Tecnologia, Glaidson repassou para 182 endereços o investimento feito em criptomoedas feito para a empresa dele. Ele é suspeito de crime contra o sistema financeiro. 

De acordo com um relatório do Ministério da Justiça, que atua na investigação com a Polícia Civil, Glaidson investiu R$ 1,2 bi em criptomoedas que foram para a sua própria conta e também para outras 182 contas, prejudicando os investidores.

Em outubro, a Polícia Civil concluiu um inquérito sobre a tentativa de homicídio contra um homem, ocorrida em março deste ano, em Cabo Frio, na Região dos Lagos. A investigação apontou que um empresário denominado Glaidson foi o mandante do crime.

Ainda de acordo com as investigações, a vítima também atuava com investimento em criptomoedas e a motivação foi a notícia espalhada por ela de que o mandante seria preso pela Polícia Federal ainda em 2021. Tendo em vista essa informação, o homem passou a sugerir que os clientes transferissem os investimentos para a sua empresa.

Para dar início à empreitada criminosa, o “Faraó dos Bitcoins” determinou que um comparsa de confiança contratasse os executores do delito. Para dificultar a investigação policial, quatro indivíduos contratados para matar a vítima utilizaram um veículo clonado e contaram com o apoio de um carro regularizado para fazer os deslocamentos rodoviários.  

Segundo os agentes, dois desses indivíduos executaram, ainda, o investidor em criptomoedas Wesley Pessano, em agosto deste ano, no município de São Pedro da Aldeia. As investigações prosseguem para saber se o indiciado do caso de Cabo Frio também foi o mandante deste homicídio.

No início de novembro, Imerson Acácio dos Santos, irmão do 'Faraó dos Bitcoins' foi preso por tráfico de drogas em Cabo Frio. Segundo informações da Polícia Militar, os agentes foram ao local investigar uma denúncia de que lá ocorria a venda de drogas, foi quando eles viram o acusado com os entorpecentes Ele foi abordado, mas, ao perceber a presença dos policiais, tentou engolir as drogas e o dinheiro que estava com ele, o que não funcionou. Ele foi detido em flagrante e chegou a tentar iniciar uma luta corporal com os policiais.

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