Pastores da Universal são investigados por esquema milionário de desvio de contribuições de seus fiéis

Ex-pastores da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) são acusados de operar um esquema milionário de desvio de dízimos e doações dentro de unidades da instituição em Brasília. As informações são do Metrópoles.

A denúncia partiu de diretores da Iurd e está sendo investigada pelo Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A suspeita é de que o grupo liderado pelo ex-pastor Nei Carlos dos Santos, teria desviado pelo menos R$3 milhões em contribuições de fiéis e lavado a quantia através de empresas de fachada. A principal vítima do golpe seriam os contribuintes do chamado “Culto dos 318”, encontro de crentes destinado aos que desejam melhorar sua vida financeira. Ao tomar ciência do desfalque milionário a Iurd demitiu todos os suspeitos e acionou as autoridades.

Santos e outros 11 comparsas estariam ligados ainda a Glaidson Acácio dos Santos, o ‘Faraó dos Bitcoins’, preso pela Polícia Federal (PF) em agosto deste ano por comandar um esquema de pirâmide bilionário envolvendo a movimentação de criptomoedas. A PF acredita que o esquema do Faraó tenha tido origem no desvio de ofertas de fiéis da Universal, da qual ele também era pastor, com a facilitação de Santos.

A suspeita sobre Santos é corroborada pelo rápido enriquecimento do ex-pastor. Até 2020, ele mantinha uma vida simples mantida com o auxílio mensal de R$2,9 mil pago pela Iurd a seus líderes religiosos, mas no ano passado comprou um apartamento de luxo por R$2,6 milhões, na Quadra 208 da Asa Norte, zona nobre de Brasília. Além disso, comprou pelo menos três carros pelo valor de R$248 mil e abriu uma firma de consultoria em tecnologia da informação com capital social de R$500mil. Mesmo somando todos os auxílios pagos a Santos pela Universal em seus 23 anos de congregação, o religioso ainda não seria capaz de arcar com tais despesas.