COVID-19 matou 1.581 jovens de 10 a 19 anos este ano e se tornou principal responsável de óbitos por causas naturais no país

Covid-19 matou 1.581 jovens de 10 a 19 anos só entre janeiro e julho de 2021 no Brasil e se tornou a doença, de que se tem registros recentes, que mais matou a população desta faixa etária, superando o câncer, que tirou a vida de 1406 jovens em 12 meses no ano de 2019. Os números para a faixa etária representavam apenas 0,5% do total de 543 mil óbitos provocados pela doença no país até julho. Atualmente, esse número supera a marca dos 600 mil. As informações são do Uol.

Nenhuma outra doença, ou mesmo conjunto de causas naturais, matou tantas pessoas nesta faixa etária quanto a COVID-19 nos últimos 5 anos anteriores à pandemia (2015-2019), segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Mesmo quando consideradas causas externas, o número de óbitos gerados pelo novo coronavírus só é menor que os provocados por assassinatos e acidentes de trânsito.

Média mensal de mortes de mortes (2015-19), segundo o Ministério da Saúde:

Assassinatos - 803

Acidente de trânsito - 263

Cânceres - 124

Suicídios - 84

Afogamento - 74

Doenças do aparelho circulatório - 73

Doenças do sistema nervoso - 69

Doenças infecciosas - 52

Pneumonia - 36

Doenças do aparelho respiratório - 29

A alta taxa de mortalidade de jovens por COVID-19 também está ligada a fatores socioeconômicos. Como explicado pelo epidemiologista Martins Filho, em entrevista ao Uol, apesar de crianças e adolescentes apresentarem menor suscetibilidade à doença, nas comunidades mais pobres, a doença frequentemente aparece como causadora de óbitos.

"Para as crianças, a pandemia também foi associada a profundas mudanças educacionais, sociais e psicológicas, insegurança alimentar e aumento do risco de resultados adversos graves que podem resultar em morte em regiões mais carentes. A mortalidade por covid-19 em crianças em países de alta renda é extremamente rara, mas a doença surgiu como uma nova causa de morte entre crianças em comunidades pobres, conforme observado nas regiões Norte e Nordeste do Brasil", sustentou ele.