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São Cosme e Damião: tradição reúne amigos e familiares na 'caça' pelos doces em SG

Dia 27 de setembro é dia dos santos padroeiros das crianças

relogio min de leitura | Escrito por Ana Carolina Moraes | 27 de setembro de 2021 - 16:16
Tradição reúne familiares de diversas gerações, como é o caso de Elisabete
Tradição reúne familiares de diversas gerações, como é o caso de Elisabete -

Maria-mole, doce de abóbora, mariola, balas, pirulitos... todos esses doces são a marca registrada do tradicional Dia de São Cosme e São Damião, no qual as crianças saem pelas ruas 'pegando' sacolas de doces dadas por outras pessoas. Nesta segunda-feira (27), o cenário não foi diferente. Após um 2020 turbulento por causa da pandemia da Covid-19, em 2021, com os números sanitários melhorando, as crianças voltaram às ruas para celebrar o dia de seus protetores.

A doméstica Elisabete Abreu de Souza, de 49 anos, levou três de seus netos e um sobrinho para 'pegar' as sacolinhas de doces de São Cosme e São Damião e o saldo deles foi bastante positivo: eles conseguiram mais de 20 sacolinhas. Eles ficaram parados na Praça Leonor Correa, mais conhecida como a Praça da Trindade, e diversos carros passaram pelo local entregando os doces.

Na Praça da Trindade foram entregues diversas sacolinhas dos santos. Estas foram entregues por Romulo Narducci
Na Praça da Trindade foram entregues diversas sacolinhas dos santos. Estas foram entregues por Romulo Narducci |  Foto: Layla Mussi
 

"Eu moro no Jóquei, mas estou aqui 'pegando' os doces com meus netos e sobrinho desde às 8h30 da manhã. Eu gosto dessa tradição, pois é uma coisa que eu fazia também quando eu era mais nova, pegava doces com os vizinhos que iam dando no Dia de São Cosme e São Damião. Então, é algo que mantemos vivo!", contou ela.

Segundo a religião, acredita-se que São Cosme e São Damião tenham sido irmãos gêmeos que se formaram como médicos e, através de seus atendimentos, levavam também a fé, a religiosidade e o poder de Deus e Jesus Cristo para seus pacientes. Eles não cobravam para ajudar os outros. Eles também realizavam milagres e protegiam as crianças. 

Ainda segundo a história, os irmãos foram condenados à morte pelo imperador Diocleciano, de Roma, que pedia que eles renegassem Cristo, o que eles não fizeram. O imperador também afirmava que eles eram feiticeiros. Os soldados do imperador, então, tentaram matar os gêmeos de três formas: primeiro com arco e flecha, o que não funcionou; em seguida, eles foram condenados à serem queimados vivos, o que também não ocorreu e, em terceiro lugar, através de um afogamento, o que também não ocorreu. Acredita-se que Deus e os anjos os salvaram. Por fim, eles só foram mortos ao terem suas cabeças arrancadas em uma decapitação. Muitos dizem que, após a morte deles, os irmãos voltavam a aparecer para salvar crianças que sofriam maus tratos.

Por causa do papel dos irmãos com as crianças que surgiu essa tradição de entregar doces no dia 27 de setembro. Romulo Narducci, de 45 anos, sempre pegou doce com seus pais quando era mais novo e, por isso, esse ano, ele resolveu começar a dar doces na data dos santos.

"É a primeira vez! Eu ia começar a dar doces no ano passado, mas aí veio a pandemia e eu não consegui, mas esse ano consegui. Acho que é importante manter essa tradição para as crianças, principalmente nesse momento de muita intolerância que vivemos. Eu trouxe cerca de 100 sacos de São Cosme e São Damião aqui para a Praça da Trindade e, quando as crianças me viram no carro, já vieram para cima. Ao final, eu preferi sair do veículo e ir até a praça para dar as sacolas e acabou em cerca de 3 minutos", disse o gonçalense que é advogado e escritor.

Quem também entregou doces esse ano em São Gonçalo foi Eduardo Ferreira, de 31 anos. Na porta de sua casa, o estudante conseguiu entregar alguns dos saquinhos dos santos padroeiros das crianças. 

"Eu faço isso já há quatro anos aqui na Trindade. Eu gostava muito de buscar doce na rua e fiz uma promessa também, então, entrego doces por isso. Eu também me relaciono com uma pessoa há quatro anos que tem essa tradição, então comecei também. Eu comecei a dar as sacolinhas hoje às 10h, as crianças vieram aqui na porta e pegaram. Eu tenho visto as mochilas delas bem cheias e, de vez em quanto, junta um monte de criança aqui para pegar os doces", contou ele. 

Eduardo também entregou sacolinhas nesta data especial
Eduardo também entregou sacolinhas nesta data especial |  Foto: Layla Mussi
 

A correria atrás de doces de São Cosme e São Damião é uma tradição para aqueles que acreditam e passa de geração em geração, construindo um laço de união familiar.

Tradicional festa no Mutuá 

Festa no Mutuá reúne crianças todos os anos
Festa no Mutuá reúne crianças todos os anos |  Foto: Arquivo pessoal
 

Além daqueles que dão doce em suas casas ou em carros, no Dia de São Cosme e São Damião ocorre também a 'Festa das Crianças' organizada pela Família Tavares no Mutuá. Este ano, o evento comemora seus 25 anos de existência.

Além dos doces, o evento conta também com brincadeiras para as crianças, cama elástica, cachorro-quente e refrigerante, dentre outros.

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