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Moradores de SG denunciam racismo na orla de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói

Jovens de Tribobó relatam que casal os xingou e outro homem cometeu agressões pelo fato de eles serem de SG e estarem com aparelho de som ligado na orla. Registro foi feito na DP de Itaipu e polícia investiga o caso

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 29 de agosto de 2021 - 09:51
Registro foi feito na DP de Itaipu
Registro foi feito na DP de Itaipu -

A manhã de sábado poderia ser um belo dia de lazer para cinco amigos de Tribobó, em São Gonçalo, que saírem para passar o dia na Praia de Itacoatiara, na Região Oceânica de Niterói. E o que seria diversão, acabou virando caso de polícia. Os jovens procuraram a 81ªDP (Itaipu) para denunciar terem sofrido ofensas racistas de jovens moradores do bairro. Tudo começou quando um casal exigiu que os visitantes desligassem o som do aparelho celular que estava conectado a uma caixa de som. Segundo os denunciantes, em meio a xingamentos e até agressões, o aparelho foi jogado ao chão e quebrado. Esse mesmo grupo, segundo relato dos jovens de Tribobó, já teria o hábito de percorrer a orla par expulsar os gonçalenses que frequentam o local, segundo os próprios relatam no boletim de ocorrência da delegacia.  

Após a confusão, os jovens procuraram guardas municipais que estavam de plantão em Itacoatiara e denunciaram o caso. A equipe da GM os encaminhou, então, à Delegacia de Itaipu, onde eles fizeram um registro de ocorrência. os policiais da 81ªDP (Itaipu) registraram o caso e informaram que os dois moradores que iniciaram a confusão já foram identificados. A investigação sobre o incidente vai prosseguir ao longo dessa semana, segundo a polícia. 

Confusão - Segundo o relato do jovem, seu amigo teria se negado a desligar o aparelho justificando que se tratava de um local público e que ele não era obrigado a deixar de fazer uso do equipamento. “Logo após chegarmos na praia, ligamos o som e, 15 minutos depois, apareceu o casal mandando desligar tudo e sair da praia.” A partir desse momento, o jovem relata que começaram as agressões: “Vocês são uns merdas, uns gonçalenses de merda que só vem para cá para fazer bagunça”, teria dito o morador de Itacoatiara.

A testemunha relata que não sabe precisar a procedência do casal. Não sabe dizer se estavam na praia ou no calçadão. Sabe apenas que o casal surgiu diante do grupo, já bastante “alterados”. O jovem destaca que o casal nem tentou dialogar com o grupo e já partiram para a agressão. “A mulher tomou o celular da mão do meu amigo e jogou no chão, quebrando o aparelho na hora. Nós estávamos no final da areia, ao lado da rampa de acesso à praia. O celular ‘estourou’ com o impacto no concreto da rampa”, explica.

Após pegar o celular, o amigo advertiu ao casal que o aparelho estava quebrado. “Aí, o casal pegou a bicicleta e saíram do local. Meu amigo foi correndo atrás deles, exigindo que eles deveriam pagar o prejuízo. Foi aí que o homem agrediu o meu amigo. Deu uma ‘chave de braço’ nele, jogou ele no chão, deu um soco no rosto dele, ‘estourando’ sua boca”, relata a testemunha.

Após a agressão, o amigo buscou ajuda no posto Guarda Vidas da Praia de Itacoatiara. Os bombeiros, então, acionaram a Guarda Civil Municipal, que conduziu os jovens à 81 DP (Itaipu), onde o caso foi registrado como lesão corporal e intolerância racial.

Questionado sobre a sensação de ter sido vítima de injúria racial, o jovem relata que ficou muito abatido. “Eu chorei muito porque me senti muito diminuído, mas eu sinto pena de pessoas assim. Até os outros moradores que estavam no local comentaram que nós, mesmo sendo da periferia, queríamos dialogar, que não fizemos nada demais”, desabafa o jovem. “É uma coisa que vemos acontecer através da televisão, mas acabou acontecendo conosco. Muito triste passar por isso. Eu não desejo isso para ninguém”, finaliza o jovem.

De acordo com o registro de ocorrência, há relatos que informam a existência de um grupo de moradores da praia de Itacoatiara, conhecidos como “playboys”, que vem praticando condutas violentas com a intenção de afastar do local os moradores de São Gonçalo que frequentam a praia. A polícia informa que já investiga o caso e que solicitará imagens das câmeras de segurança do local onde ocorreu a agressão.

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