Salário mínimo pode ter o maior aumento em seis anos por conta da inflação

O reajuste do salário mínimo para o ano que vem pode ser o maior dos últimos seis anos, mas o motivo não é dos melhores, já que não terá aumento real, por conta da inflação, que tem estimativa de chegar a 7%. O reajuste do mínimo é baseado, todos os anos, no INPC, Índice Nacional de Preços ao Consumidor. A estimativa para a alta do indicador neste ano passou de 5,05%, em maio, para 6,20%, em julho, de acordo com o Boletim Macrofiscal da Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Economia.

Caso o índice de estimativa da inflação se confirme, o piso salarial poderá ter um aumento de R$ 77. Sendo assim, o valor atual de R$ 1.100 subirá para R$ 1.177.

Até o fim de agosto, o governo federal deverá encaminhar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária Anual com a atualização da previsão de inflação e do reajuste do salário mínimo. A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), aprovada em julho, previa o valor de R$ 1.147, com aumento de 4,3%. 

Com o impacto do aumento nos preços dos alimentos, combustíveis e energia elétrica, as estimativas começaram a ultrapassar os 7%, quase dois pontos porcentuais acima do teto da meta do Banco Central. Caso isso aconteça, o país registrará neste ano a maior inflação desde 2015, quando foi de 10,67%.  

O maior aumento recente do salário mínimo foi feito em 2016, quando houve um reajuste de 11,6%. Desde este ano, a inflação vinha caindo anualmente, assim como o aumento do piso salarial.