Morre avô de Henry Borel após complicações por causa da Covid-19
O idoso era pai de Monique Medeiros, mãe da criança

O avô do menino Henry faleceu na noite do último domingo (11), após apresentar complicações por estar contaminado com a Covid-19. Fernando José Fernandes da Costa e Silva morreu em Bangu, em um hospital particular onde estava internado desde que descobriu a doença. Ele é pai de Monique Medeiros, a namorada de Jairinho, que foi presa pela morte de seu filho, o pequeno Henry Borel, de quatro anos, que ocorreu em março deste ano. As informações são do jornal Extra.
O pai de Monique acreditava fielmente que ela e Jairinho eram inocentes do crime e chegou a afirmar, em uma entrevista ao Fantástico, que haviam irregularidades na investigação do caso. Em mensagens de Monique e do pai, trocadas pelo celular, a polícia conseguiu entender que Monique se sentia culpada pelo caso e o pai dela afirmava: "Todos nós erramos".
Além de Monique, Fernando deixa uma esposa e um outro filho mais novo. Fernando já tinha outras comorbidades e trabalhava para a Aeronáutica.
Relembrando o caso Henry Borel

O vereador Dr. Jairinho e sua namorada Monique Medeiros foram presos por agentes da Polícia Civil no dia 08 de março. Os dois são indiciados pela morte de Henry Borel, de 4 anos, que foi encontrado pelo casal já morto no apartamento onde eles moravam, na Barra da Tijuca. Segundo informações, o casal contou que ouviu um barulho durante a madrugada e depois já encontraram o menino desmaiado, ou seja, a criança teria sofrido um acidente. Henry foi encaminhado para um hospital, mas já chegou na unidade de saúde sem vida. A versão difere, no entanto, do que é apresentado no laudo da necropisia da criança que diz que a causa da morte foi “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]".
As prisões de Jairinho e Monique foram feitas pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) do Rio de Janeiro, por meio da 16ª DP (Barra da Tijuca), que investiga o caso. Desde a morte de Henry, os policiais vem ouvindo testemunhas e reunindo provas para entender o que aconteceu para que uma criança de 4 anos chegasse ao hospital desacordado e morresse. Os celulares do casal também vem sendo investigados, mas a polícia tem usado um novo software para recuperar mensagens dos dois que os agentes acreditam terem sido apagadas. Vale lembrar que Monique é mãe do menino e, por isso, Jarinho, com que ela namora desde 2020, era o padrasto da criança.
Jairinho e a mãe de Henry são acusados também de tentar interferir nas investigações e ameaçar testemunhas. Os dois mandados de prisão expedidos contra eles são do 2º Tribunal do Júri da Capital.
Dentre as testemunhas da polícia, estão algumas ex-namoradas de Jairinho e uma delas, inclusive, afirma que o vereador agredia a filha dela que, na época, tinha 4 anos. Hoje, com 13 anos, a menina foi ouvida também.
Após as investigações, os agentes acreditam que Jairinho já agredia Henry há algum tempo e a mãe da criança, Monique, sabia disso e, mesmo assim, não ia contra.
É importante ressaltar que a polícia começou a desconfiar do caso após o laudo da necroposia feito por um perito do Instituto Médico-Legal (IML), que constatava que Henry tinha muitos hematomas pelo corpo, além de trauma pulmonar e hemorragia em algumas partes da cabeça e do abdômen. Além disso, segundo a reconstituição do crime, mesmo que o menino tivesse caído da cama, por exemplo, ou de algum outro local no apartamento, os machucados não seriam os mesmos do laudo, o que descartou a possibilidade de acidente.
Monique e Jairinho são acusados de terem cometido um homicídio triplamente qualificado e tortura contra Henry Borel. Eles também tentaram alterar provas do caso ao ameaçar testemunhas.
Monique com Covid-19

Em abril, a mãe de Henry Borel, a professora Monique Monique Medeiros da Costa e Silva, de 32 anos, foi diagnosticada com Covid-19. O resultado foi obtido através de um exame de PCR feito no Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, onde estava presa desde o dia 8 de abril. Por conta do resultado, Monique foi transferida para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, onde a doença foi confirmada. Ele foi isolada e já se curou da doença.
Hoje, ela retornou ao presídio de Niterói.