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Morador de Niterói encontra suposto meteorito no quintal de casa

Pesquisas na internet o levam a crer se tratar de um legítimo corpo celeste; especialista dá opinião

relogio min de leitura | Escrito por *Pedro Di Marco | 06 de julho de 2021 - 14:30
Suposto meteorito encontrado no quintal de Miro
Suposto meteorito encontrado no quintal de Miro -

Um morador do bairro do Baldeador, em Niterói, encontrou, há cerca de dois meses, uma rocha que ele acredita ser um fragmento de meteorito. O segurança Miro Novaes, de 62 anos, relata que encontrou o objeto no quintal de sua casa, na Zona Norte do município, enquanto recolhia galhos para fazer uma fogueira, .

Em seu tempo vago, Miro é escultor e tem como passatempo talhar figuras em rochas, então tem o hábito de guardar os pedregulhos que encontra em seus passeios. Acostumado com o ofício, o segurança só se deu conta da peculiaridade do minério quando percebeu que este possuía um campo magnético em volta de si e resolveu buscar por casos similares na internet, encontrando imagens de outros meteoritos.

“Tem uns dois meses que achei ela, eu sempre acho pedra e guardo. Aí um dia eu vi no 'Google' umas fotos de umas pedras de um meteoro e resolvi fazer o teste. Quando eu fui comparar, o meteoro era igualzinho a ela e os dois tinham ímãs. Então eu pensei, ‘o tesouro cai do céu pra quem merece, achei o diamante que eu estava procurando’”.

O professor de geografia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRJ), Marcelo Lemes explica que a presença desses “corpos sólidos que vagam pelo sistema solar” na Terra é mais comum do que pensamos. Segundo ele, em função dos campos gravitacionais e eletromagnéticos do planeta, dezenas desses objetos são atraídos à superfície terrestre todos os anos. Sua incidência sob nossa atmosfera é monitorada por entidades do mundo todo, que veem em seu estudo meios de compreender melhor a constituição do nosso planeta.

“Os meteoritos são extremamente importantes para os estudos de evolução do planeta Terra. Nosso conhecimento dos materiais presentes no interior da Terra são muito vagos, porque não temos acesso direto a eles. Então os meteoritos são as únicas oportunidades que nós temos de realizar estudos diretos sobre materiais que podem porventura ter feito parte de algum outro planeta ou até mesmo do nosso planeta, no passado.”, desenvolveu Marcelo.

O professor adverte ainda que, apesar do otimismo de Miro, a presença de um campo magnético, como o dos ímãs de geladeira, é comum em outros tipos de rocha e, portanto, não comprova que a rocha seja de fato um corpo celeste. 

“Para entender ao certo que tipo de material é aquele seria necessária uma análise microscópica, uma análise de reatividade. A gente tem milhões de tipos de rochas diferentes na nossa superfície, então é fácil confundir. Contudo, não podemos descartar nenhuma possibilidade, porque somos bombardeados por material cósmico em uma frequência muito grande. Estimativas da NASA supõem que a cada 30 segundos a Terra recebe um objeto extraterrestre em sua atmosfera. Então só com uma análise laboratorial mesmo para saber", acrescentou o professor do IFRJ.

*Sob supervisão de Cyntia Fonseca

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