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Globo é processada por conivência com suposto assédio de Carlos Cereto a funcionária

Cereto deixou a emissora nesta quinta-feira (1º)

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 01 de julho de 2021 - 17:28
Casos aconteceram entre 2012 e 2015
Casos aconteceram entre 2012 e 2015 -

A Globo foi alvo de uma ação na Justiça do Trabalho após uma ex-funcionária acusar a emissora de ser conivente com um assédio moral praticado pelo comentarista esportivo Cereto, que foi desligado da empresa nesta quinta-feira (1º), após 20 anos de trabalho.

Segundo o portal Notícias da TV, que teve acesso aos autos do processo, a ex-funcionária relatou diversos fatos que aconteceram nos bastidores, que foram confirmados por pelo menos três testemunhas que teriam visto as situações. O nome da profissional é mantido sob sigilo por questões de segurança. 

Em um desses momentos de assédio, a ex-funcionária relata no processo que foi chamada de "incompetente, desqualificada e despreparada" por Cereto. Em outro, o jornalista dizia que a sua então colega "estava uma delícia, beijava sua mão" e a fazia dar uma voltinha.

O portal Notícias da TV informou que ex-funcionária apresentou as denúncias de assédio para o setor de Recursos Humanos (RH) da Globo na época, mas nada foi feito. Após as queixas, ela também mudou de setor. No entanto, meses depois, voltou a ser subordinada de Cereto.

"Seu chefe diretor era Carlos Alberto Cereto, o qual sempre foi muito ríspido em geral desde a admissão da depoente, mas com a depoente era mais ostensiva a conduta, pois a depoente chegou a reclamar ao superior de Carlos; [afirmou] que Carlos falava na frente de outros colegas ou por e-mail direcionado à depoente 'que era incompetente, desqualificada, despreparada' fazia ameaças de demissão; que assediava a depoente dizendo que a depoente estava uma delícia, beijava sua mão, e a fazia dar uma voltinha, fatos que constrangiam a depoente", diz um trecho do processo.

De acordo com o site, os casos ocorreram durante o período em que Cereto ocupou a chefia da Redação do SporTV em São Paulo. Ele ocupou a função entre 2012 e 2015 e foi comentarista e apresentador do canal esportivo de 2016 a 2021.

A juíza Marisa Santos da Costa, que julgou o processo em primeira instância, aceitou o pedido da ex-funcionária e condenou a emissora. A magistrada entendeu que ficou comprovado por diversos pontos que Carlos Cereto cometeu o assédio de que foi acusado e que a Globo foi conivente e nada fez para proteger sua contratada.

"Assim, reconhece-se a lesão à dignidade da autora, configurando dano moral, restando estabelecer, por arbitramento racional, norteado pelo princípio da razoabilidade, a extensão da compensação correlata", disse a juíza.

Marisa Santos determinou que a emissora pagasse cinco salários mínimos para a ex-funcionária naquele momento. No entanto, esse não é o valor final, já que o processo ainda corre na Justiça.

Em sua defesa, Carlos Cereto afirmou que "foi surpreendido com o material". "Eu não sou réu da ação. A TV Globo, que é a ré, é quem tem que se manifestar", disse. A ex-funcionária preferiu não falar sobre o assunto. 

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