Governo ignorou dez e-mails da Pfizer sobre vacinas da Covid-19 em um mês
Segundo documentos, a primeira proposta foi oficializada em agosto de 2020

E-mails sigilosos foram levados a membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quinta-feira (20). Eles indicam a insistência da Pfizer em tentar um acordo com o Brasil para compra de vacinas contra a Covid-19. Nos documentos, é possível identificar que foram dez e-mails de cobrança por respostas da farmacêutica, todos ignorados pelo governo brasileiro. As informações são da Folha de S.Paulo.
"Desculpe, a ligação caiu e não consegui mais contato. Espero que esteja tudo bem com vc! Só queria confirmar se vcs receberam ontem uma comunicação enviada em nome do presidente da Pfizer, Carlos Murillo, com a proposta atualizada de um possível fornecimento de vacinas de Covid-19. Vc me avisa? (sic)", falou Cristiane Santos, da Pfizer, ao Planalto.
A primeira oferta foi oficializada no dia 14 de agosto de 2020, sendo de 30 e 70 milhões de vacinas e com prazo até o dia 29 do mesmo mês. Entre agosto e setembro, o presidente da Pfizer enviou dez e-mails solicitando um posicionamento formal do governo do Brasil.
"Minha equipe no Brasil se reuniu com representantes de seus Ministérios da Saúde e da Economia, bem como com a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. Apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde do Brasil para fornecer nossa potencial vacina que poderia proteger milhões de brasileiros, mas até o momento não recebemos uma resposta", revelou a documentação enviada a comissão de inquérito.