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IML de Niterói capacita servidores para atendimentos a vítimas de crimes sexuais

Unidade conta com o projeto Sala Lilás, que realiza acolhimento humanizado para vítimas

relogio min de leitura | Escrito por *Claudionei Abreu | 15 de maio de 2021 - 15:37
Denise Rivera, assessora especial da SEPOL, foi uma das palestrantes do evento
Denise Rivera, assessora especial da SEPOL, foi uma das palestrantes do evento -

O Posto Regional de Polícia Técnico-Científica (PRPTC) de Niterói iniciou, neste sábado (15), uma série de palestras educativas sobre os atendimentos médico-legais para vítimas de violência sexual e agressão física. A ação faz parte do projeto que visa oferecer uma formação aos profissionais para humanização do acolhimento. 

A palestra realizada na manhã de hoje discutiu a experiência obtida com o projeto Sala Lilás, que foi inaugurado na unidade em agosto de 2020 através de uma parceria entre as prefeituras de Niterói e Maricá, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e a Polícia Civil. O espaço é voltado para mulheres e crianças até os 14 anos que sofrem agressão física ou violência sexual e oferece acolhimento humanizado, direcionando as vítimas para realização de exames e atendimentos hospitalares. 

 De acordo com o diretor do PRPTC, Thiago Vilar, essa é a primeira palestra de uma série de outras que serão realizadas com objetivo de capacitar todos os profissionais para atuarem diretamente com as vítimas.

“A Sala Lilás é toda adapta e conta com profissionais preparados para lidarem com as vítimas. O nosso objetivo com essas palestras é que eles possam compartilhar as suas experiências com os demais servidores da unidade para que nós possamos ter, desde chegada da vítima ao nosso posto, um processo de acolhimento mais humano e correto, fazendo com essa vítima se sinta segura e acolhida em nosso espaço”, afirma.

Atualmente, a Sala Lilás conta com psicólogos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais que lidam diretamente com as vítimas que são encaminhadas ao local. Com uma decoração especial, o espaço oferece um ambiente e abordagem diferenciados com objetivo de diminuir a sensação de insegurança, medo e fragilidade das vítimas que sofreram com as agressões.  

Servidor do PRPTC, Cloude Jacques Chambriard, um dos palestrantes do ciclo de formações educativas, destacou a importância dessas ações para capacitar os profissionais da unidade.  

“Um dos objetivos da palestra é mostrar a evolução histórica do tratamento da mulher na lei, passando desde lei Maria da Penha até o nascimento das Delegacias de Atendimento às Mulheres (Deam), mostrando como as nossas noções de acolhimento às mulheres nesses espaços policias foram evoluindo ao longo do tempo. Quando a gente consegue entender essa perspectiva histórica, conseguimos compreender mais facilmente a importância do trabalho que realizamos”, afirma o especialista. 

O projeto da Sala Lilás do PRPTC de Niterói é o segundo implementado em todo o estado, depois do posto da Leopoldina, no Rio. De acordo com Denise Rivera, assessora especial da Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio, o objetivo é que o projeto possa ser expandido para outros municípios.

“Nós vamos estender essa iniciativa para outras cidades, como Petrópolis e Campos. Queremos colocar esse serviço também no interior. A nossa ideia é aumentar o número de postos que tenham a Sala Lilás”, disse. 

Denise também destaca que esses projetos são importantes porque também realizam a coleta de dados para formulação de estatísticas sobre violência sexual e agressão física contra mulheres e crianças, que serão utilizados para elaboração de políticas públicas de proteção e garantia do direito das vítimas. 

“Os dados sobre atendimento são muito truncados. Todos os formulários passam pela Secretaria de Saúde, mas não passam pela Polícia Civil. A gente fica com os dados que nós temos durante os atendimentos da Sala Lilás, mas fora do horário de funcionamento as vítimas são atendidas fora da sala. Com isso, a informação do atendimento não é passada para a Polícia Civil, o que gera essa defasagem. Nós vamos passar a corrigir isso agora”, destacou a assessora especial da SEPOL.

*Estagiário sob supervisão de Sérgio Soares

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