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Especialista esclarece dúvidas sobre efeitos da vacina contra Covid-19 em gestantes

Aplicação da Astrazeneca foi suspensa em 14 estados nesta semana

relogio min de leitura | Escrito por *Claudionei Abreu | 14 de maio de 2021 - 14:15
Médica e Mestra em Ciências Médicas comenta sobre o caso
Médica e Mestra em Ciências Médicas comenta sobre o caso -

Na última terça-feira (11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu suspender a aplicação da vacina Astrazeneca em 14 estados. Segundo o órgão, uma mulher grávida, de 35 anos, morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), que “foi avaliado como possivelmente relacionado ao uso da vacina administrada na gestante".

Apesar de a morte ainda estar em investigação e não haver comprovação de relação com a vacina, a notícia da suspensão causou apreensão em muitas gestantes. Bruna Neres, de 31 anos, moradora de São Gonçalo, grávida do primeiro filho, relatou preocupação com o fato de a vacina não ter sido testada em gestantes na fase de pesquisa.

 “Desde quando fiquei sabendo que a vacinação havia sido liberada para gestantes, fiquei bastante receosa porque, até onde entendi, não havia sido feito testes com gestantes para identificar possíveis reações. No primeiro momento, decidi não tomar porque não saberia o que a vacina poderia me causar em forma de reação”, disse.

Ela também afirma que, na infância, não pôde tomar algumas vacinas por ter uma série de problemas alérgicos. Bruna afirmou que prefere aguardar a recomendação de um médico para receber o imunizante.  

“A preocupação persiste mais ainda depois da notícia do falecimento dessa gestante. Quando eu era criança, não pude tomar alguma vacina por ter inúmeras alergias. Hoje eu prefiro me resguardar em casa do que tentar tomar a vacina sem saber as reações que podem me causar. Sei que todas podem dar uma reação, e cada pessoa reage de uma forma, mas por eu ter um histórico de não ter tido a possibilidade de me vacinar quando criança, minha vacinação precisa ser bem repensada e liberada somente por um médico”, afirmou.  

O SÃO GONÇALO ouviu a médica Flávia Vale, coordenadora de obstetrícia da maternidade do Hospital Icaraí, em Niterói, e mestra em Ciências Médicas pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Ela destaca que os benefícios da imunização superam os riscos e que efeitos graves e fatais são raros.

“Apesar de graves e potencialmente fatais, a ocorrência de efeitos colaterais sérios são extremamente raros. Até o momento, os benefícios da vacina superam os riscos, visto que a possibilidade de se desenvolver trombos com a doença Covid-19 é muito maior”, afirma.

Em relação à preocupação de Bruna com as alergias que possui desde a infância, a médica esclarece que isso pode ser, sim, um fator para o desenvolvimento de reações. “Depende de qual composto da vacina ela é alérgica, mas pessoas que têm alergias alimentares e a outras vacinas tem mais facilidade de ter uma reação alérgica”.

Flávia aponta ainda que, mesmo com a suspensão da Astrazenca, está mantida a recomendação para aplicação do imunizante de outras vacinas.

“Ainda está mantida a recomendação pela continuidade da vacinação para gestantes. Logo, recomenda-se que seja oferecida vacinas alternativas, como a Coronavac e Pfizer”, destaca.

*Estagiário sob supervisão de Cyntia Fonseca

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