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Sustentabilidade em alta: empresas sustentáveis se destacam no mercado

Especialista alerta que é necessário equilibrar resultados econômicos com preservação ambiental e desenvolvimento social

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 10 de maio de 2021 - 12:31
Imagem ilustrativa da imagem Sustentabilidade em alta: empresas sustentáveis se destacam no mercado

O comportamento do consumidor mudou muito nos últimos tempos. Não importa apenas como um produto ou serviço foi feito, mas, sim, o porquê disso. Ter um propósito bem definido é a base para que um negócio possa, mais do que sobreviver em tempos difíceis, se destacar e seguir relevante no mercado. Isso é o que alerta a CEO da consultoria de gestão de pessoas HUG, Daiane Andognini.  

“As empresas precisam definir de forma clara seus valores e propósitos para que isso transpareça para os clientes, e um dos pontos mais relevantes atualmente é refletir sobre a sustentabilidade, não somente a ambiental, mas também nas áreas social e de governança”, explica Daiane. Essa ideia é denominada de ESG (Environmental, Social and Governance) e foi criada pelo consultor britânico John Elkington. O modelo mede ainda se as empresas são eficientes financeiramente, se oferecem a capacidade de regeneração ao meio ambiente e também se promovem à sociedade uma condição de vida saudável e bem-estar - tudo isso sem renunciar a lucratividade.

Os benefícios dessa sustentabilidade vão muito além de branding e conquista de novos clientes. Ela também impacta os funcionários das empresas e até mesmo o meio em que estão inseridas. “Há casos de sucesso de companhias que contribuíram para o desenvolvimento de grandes comunidades. Essas iniciativas geram maior engajamento e favorecem o crescimento econômico do negócio”, completa a executiva.

Esse é o caso da INTEC Brasil, plataforma de tecnologia e informação do setor de construção civil. A startup, que tem sede no Sacomã, decidiu apostar na sustentabilidade social desde seu início, em 2017. É que dos 29 colaboradores que possui, 16 são da Heliópolis, comunidade muito próxima ao local. O fundador da empresa explica que a ação traz uma série de benefícios. “Além de oferecer oportunidades para pessoas que moram em comunidades carentes e teriam dificuldade de ir para as zonas comerciais e ricas da cidade de São Paulo, nós também notamos que os funcionários são mais engajados e vestem a camisa da empresa”, diz Bruno Silva. Essa força do time pode ser percebida nos números mais recentes. Em 2020, a startup cresceu 52% no balanço de clientes e 14% no faturamento. Em 2021, projeção de mais crescimento.

Mudanças e ações simples podem ser um bom início para as empresas no caminho para se tornarem sustentáveis. “Não usar papel, ser consciente e incentivar medidas em relação à Covid-19, como o uso de máscaras e distanciamento entre os postos de trabalho, cuidar do consumo de água e lixo, por exemplo, são iniciativas importantes para toda a cadeia. É uma forma de recompensa à sociedade e ao meio ambiente”, explica Daiane.

Já a startup Yuool, que vende conforto através de calçados, apostou na sustentabilidade ambiental. “Desde que a empresa foi fundada, em 2017, decidimos ter um processo de fabricação transparente e sustentável, por isso, levamos um ano para desenvolver um sapato considerado inovador, térmico e sustentável”, explica Eduardo Mendes Rocha, sócio da marca. O produto é feito de Lã Merino, importada diretamente da Itália, e possui um certificado mundial que atesta que o respeito pelos pilares da sustentabilidade, bem-estar animal e responsabilidade social corporativa. A prova de que a teoria bate com a prática está nos números. A expectativa da empresa, para o primeiro ano de atividade, era vender 1500 pares, mas no fim a comercialização foi de 8500. Em 2020, em plena pandemia, foram mais de 21 mil e a empresa registrou faturamento de R$ 7 milhões.

É preciso começar. Repensar modelos internos, apostar no digital, adotar processos transparentes e reduzir o impacto ambiental da produção são outras ações que, para a executiva da HUG, podem ser adotadas inicialmente por todas as empresas e já produzirão um importante impacto. “Esses são os primeiros passos, mas é possível fazer muito mais. O importante, principalmente para as lideranças e C-Level, é pensar em como a empresa pode colaborar com seu entorno e, ao mesmo tempo, ter um negócio saudável financeiramente. As companhias que já adotaram o ESG colhem hoje uma boa reputação com clientes, mercado, e sociedade, um passo e tanto no caminho para o sucesso”, finaliza.  

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