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Vídeo mostra Jairinho recebendo lanche de diretor de presídio

Denúncias davam conta que vereador recebeu privilégios na prisão

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de abril de 2021 - 14:00
A imagem do vídeo viralizou hoje (16)
A imagem do vídeo viralizou hoje (16) -

Nesta última semana, foram divulgadas, pelo SBT Rio, algumas denúncias de benefícios que Dr. Jairinho teria dentro da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica. Ele foi detido após ser acusado de atrapalhar as investigações do  suposto assassinato de seu enteado, o pequeno Henry, de 4 anos, que morreu no dia 08 de março. A mãe da criança, Monique Medeiros, também foi presa. Apesar de a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) negar que os dois acusados tenha privilégios, um vídeo, divulgado pelo O Globo nesta sexta-feira (16), levantou novas dúvidas. Nas imagens, o diretor da unidade prisional, Ricardo Larrubia da Gama, dá uma sanduíche nas mãos de Jairinho na recepção do Presídio Frederico Marques.

As imagens teriam sido registradas por câmeras da prisão no último dia 08 de abril, por volta das 15h30. Apesar de as imagens terem sido enviadas do SEAP ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o secretário de Administração Penitenciária, Raphael Montenegro, informou que o lanche recebido por Jairinho é o mesmo que outros detentos recebem, negando que o vereador e médico tenha privilégios.

"Após análise das imagens do circuito interno de câmeras,  a Secretaria de Administração Penitenciária decidiu  não instaurar qualquer tipo de procedimento disciplinar contra o diretor da unidade.  Qualquer pessoa que tiver acesso às imagens perceberá que, por volta da 15h30, em ambiente comum da unidade, foi entregue ao interno Jairo o mesmo “kit lanche” que se oferece a todos os internos que estejam em trânsito para audiências. De fato é o diretor quem entrega o lanche ao Vereador, mas se trata do mesmo lanche que se oferece aos presos em trânsito para audiência", disse ele ao O Globo.

Já o MP afirmou que a "Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Sistema Prisional e Direitos Humanos  esclarece que a SEAP, por iniciativa própria e por uma questão de transparência,  informou que encaminhará ainda hoje (15/04) imagens da passagem dos presos Dr. Jairinho e Monique Medeiros pelo Presídio Frederico Marques, localizado no bairro de Benfica".

Segundo as denúncias do SBT Rio, Jairinho não teria ficado na cela, como os outros presos, mas sim na sala do diretor da unidade. Além disso, ele, que está no no Presídio Pedrolino de Oliveira, Bangu 8, comeu uma refeição do cardápio do diretor da prisão e não a dos presos padrões. Monique, que está no Presídio Ismael Pereira Sirieiro, em Niterói, também teria recebido um almoço especial e diferenciado dos outros presos e não foi encaminhada para nenhuma cela.

Sobre esse fato, o SEAP afirma que eles estão cumprindo um isolamento de 14 dias por causa do coronavírus. Já o MP afirmou que recebeu as denúncias, mas que nenhuma irregularidade foi encontrada para comprovar as denúncias. O órgão afirmou que "a partir das informações trazidas na denúncia e providências de verificação, não foi encontrado nenhum elemento ou indício de irregularidade na recepção dos internos. O procedimento de isolamento foi observado para evitar riscos de instabilidade  no ambiente prisional. A medida atende ao protocolo padrão adotado sempre que necessário e justificado como no caso".

Após as denúncias sobre o caso, o diretor Ricardo Larrubia da Gama pediu a exoneração de seu cargo e, agora, ele irá comandar o Instituto Penal Cândido Mendes, no Centro do Rio. 

Caso Henry

Monique e Jairinho são acusados de atrapalharem as investigações do caso Henry, coagindo testemunhas, e também respondem por homicídio duplamente qualificado com emprego de tortura. Os dois negam a acusação e  envolvimento na morte da criança. 

Henry morreu no último dia 08 de março. Ele chegou a ser levado para um hospital na Barra da Tijuca no dia, mas não resistiu. Na ocasião, Jairinho e Monique afirmaram que ele caiu da cama, mas os peritos da Polícia Civil negaram essa situação ao constatarem que a criança tinha muitos hematomas e hemorragias pelo corpo. Após investigações, a polícia conseguiu encontrar mensagens de Monique e a babá da criança que provam que Jairinho agredia Henry. As investigações continuam.

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