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Caso Henry: Neuropsicólogo explica o que levou médico a cometer o crime

A psicopatia é considerada um dos distúrbios mentais mais difíceis de diagnosticar e ser detectado, diz especialista

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 11 de abril de 2021 - 09:33
Neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu
Neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu -

A morte do menino Henry Borel trouxe à tona a lembrança do caso Nardoni e não só causou comoção e indignação, como também nos fez pensar, até que ponto chega a insanidade de alguém.  Ainda mais um médico bem sucedido e famoso como Dr. Jairinho, famoso na rede social, com direito a selo de verificação.

E o que será pior do que ter como cúmplice a própria mãe, Monique Medeiros? Como pode uma mãe fazer isso com o próprio filho? Como pode um médico como ele tomar essa atitude? Em vídeo divulgado em seu canal, o PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu explica como e porquê se cometem atitudes como essas.

A psicopatia é considerada um dos distúrbios mentais mais difíceis de diagnosticar e ser detectado. De acordo com o especialista, o psicopata pode parecer normal e até mesmo ser encantador, mas falta consciência e empatia.

Vale ressaltar que nem todos os delinquentes são psicopatas, nem todos os psicopatas são delinquentes como explica o neurocientista Fabiano de Abreu: “Todo psicopata tem um narcisismo patológico, mas nem todo narcisista é psicopata. A estrutura mental da perversão juntamente com narcisismo típico da psicopatia, acarreta em disfunção neuro-hormonais ,que prejudicam na racionalidade. Isso explica, também, a movimentação do psicopata nas redes sociais, na busca por “presas” desavisadas que caiam nas garras do “predador”."

Este distúrbio é considerado muitas vezes como um objeto de fascínio popular e angústia clínica: a psicopatia adulta é amplamente impermeável ao tratamento, embora existam programas para tratar jovens insensíveis e sem emoção na esperança de impedir que eles se transformem em psicopatas.

“Os filtros com os quais enxerga a si mesmo e da imagem que projeta para os outros são pensados e executados como planos requintados em detalhes. No caso de uma mãe tornar-se cúmplice, esta submissão está vinculada ao poder de sedução, envolvimento e persuasão do parceiro psicopata”, explica Abreu.

Embora o imaginário coletivo sempre se volte para a delinquência e a maldade quando se fala em psicopatia, esse transtorno da personalidade é algo mais complexo do que possa parecer num primeiro plano.

“O modo como ele exerce influência negativa sobre a mãe, faz com que a produção do hormônio do vínculo - ocitocina - responsável pelo vínculo afetivo (mãe e filho), fique disfuncional. Existem ainda detalhes que precisam ser investigados, como a possibilidade dessa mãe ter sido dopada sistematicamente, impedindo sua ação em defesa do filho”, refere o neurocientista. "Há muitos fatos nebulosos, porém a estrutura perversa do Dr Jairinho é um fato inquestionável", conclui.

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