Colégio Dom Helder Câmara adota ensino humanizado para alunos especiais e recebe aprovação dos pais
Rede adotou novas práticas para atender alunos com deficiência durante o ensino remoto

Há cerca de um ano, alunos e professores de todo o mundo tiveram que se adaptar com uma nova modalidade de ensino 100% digital por conta da pandemia de Covid-19. Os desafios, tanto para quem ensina quanto para quem aprende, foram e continuam sendo grandes, em especial para os estudantes com deficiência, que dependem de uma atenção diferenciada para conseguirem aprender com qualidade.
No Colégio Dom Hélder Câmara, fundado em 1959 pelos professores Joaquim de Oliveira e Marlene Salgado de Oliveira, a coordenação e os professores tiveram que se reiventar para conseguir driblar as dificuldades impostas pela pandemia para continuar levar aprendizado aos alunos, mesmo a distância. O colégio, que já é referência na região por atender e ter um projeto voltado especialmente aos alunos com deficiência, conquistou um novo destaque: um ensino pioneiro durante o período de isolamento social com a adoção de uma educação humanizada.
O colégio realiza aulas lúdicas, onde os professores incentivam a participação, a interação e a criatividade dos alunos, ao mesmo tempo em que conciliam com o ensino de outras matérias. Como resultado, os alunos conseguem ter um desempenho melhor e mais assiduidade nas atividades que propostas durante os momentos virtuais.
Gláucio Bandeira, coordenador da Educação Especial da unidade de São Gonçalo do Colégio Dom Helder Câmara, afirma que a participação da família, um dos elementos fomentados pelo colégio, é um dos fatores que colabora para os resultados positivos.
“A gente consegue perceber que a interação das famílias com a escola rende resultados para os alunos, e nós estimulamos essa participação dos pais. Acredito que esse foi um dos maiores ganhos para nós. As aula diferenciadas, com apoio dos professores e o auxílio da família traz resultados para os alunos tanto no desenvolvimento quanto na absorção do conteúdo”, afirma.
O pedagogo também destaca o olhar especial do colégio voltado para os alunos que possuem deficiências e que, além da atenção durante as aulas coletivas, também recebem atendimentos individuais quando apresentam dificuldades.
“A gente trabalha com uma visão humanizada e voltada para cada indivíduo, entendendo que cada um tem seu tempo e respeitando esse tempo. Temos alunos que conseguem ficar 2h assistindo as aulas, mas outros não, e a gente respeita isso e buscamos entender a necessidade desse aluno. Nesse sentido, temos feito também atendimentos individualizados, além das aulas gerais, que são acompanhadas pelas professoras, o aluno e a família. Nessas reuniões a gente consegue entender o que precisa ser feito e conseguimos atender melhor esse aluno”, destaca.

O trabalho especial desenvolvido colégio voltado aos alunos com deficiência é aprovado pelos familiares.
“As professoras se dedicam totalmente aos alunos. Mesmo no virtual, os alunos têm as aulas de música, de educação física e todas as outras matérias, então isso faz com que eles fiquem muito motivados. As professoras conseguem realmente manter os alunos juntos, interagindo e participando, e realmente dá resultado. É uma tarefa grande para elas manterem alunos especiais ali todo o tempo, mas elas conseguem fazer isso e os alunos se divertem muito”, afirma Arilda Corrêa, mãe do Lucas, de 19 anos, que tem síndrome de Down e já estuda no colégio há sete anos.
“As mães como eu, que participam, também conseguem fazer esse acompanhamento, participar com os filhos, desenhar, dançar, e isso é muito bom para a evolução deles. As aulas diferenciadas que são oferecidas, com brincadeiras, conversas e tudo mais, estimulam os alunos a falarem mais, quererem participar mais e se sentirem mais livres e desinibidos. Todas essas aulas foram muito importantes para eles”, conta.
Rose Freitas, mãe do Felipe, de 33 anos, que tem paralisia cerebral, destaca o empenho dos professores e a atenção com os alunos. O filho dela já estuda no Dom Helder há oito anos.
“A classe especial é muito diferenciada. Cada aluno desenvolve de uma maneira, de acordo com aquilo que pode. Meu filho é observador e muito atento a tudo, tem compromisso e é muito preocupado com as aulas, e isso é muito estimulado pela escola”, destaca. “Tudo que as professoras fazem é com muito carinho e a gente vê que isso é muito além do que elas aprenderam na faculdade. Elas têm se esforçado muito para atender os alunos, mesmo com as dificuldades que existem no ensino remoto”, conta.
Rose também destaca a preocupação do colégio com o futuro dos jovens.
“O Dom Helder é um excelente colégio porque não vê o aluno somente como aluno, mas se preocupa com a educação, a formação e uma futura independência deles. E isso sempre é abordado com um contexto atualizado, tratando de alimentação adequada, higiene, cuidados com a saúde e o dia a dia. Eles procuram incentivar os alunos dentro do que eles vivem. Não é simplesmente uma preocupação em formar o aluno e fazer com que ele leia e escreva, mas sim capacitá-lo para ter um futuro com qualidade. Para as professoras e toda a equipe do colégio eu dou nota 10!” afirma a mãe.