PIB do Brasil termina 2020 com queda histórica de 4,1%
É a maior queda em 24 anos
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil caiu 4,1% em 2020, em comparação feita com o ano de 2019, e prejudicada pelo avanço da pandemia da Covid-19. Com esse balanço, o país chega a pior marca desde 1996. Nos últimos três anos, entre 2017 e 2019, o Brasil chegou a 4,6% de alta, o que foi interrompido por essa baixa de 2020.
Mesmo com alta de 3,2% no último trimestre de 2020 em relação ao anterior, o período foi de baixa de 1,1% em relação ao mesmo período em 2019.
No que diz respeito à soma dos bens e serviços finais produzidos no país, que compõe o PIB, o Brasil alcançou o valor de 7,4 trilhões no último ano. Já o PIB per capita (por habitante) chegou a R$35.172 no ano passado, uma diminuição recorde de 4,8% em comparativo com 2019.
“O resultado é efeito da pandemia de Covid-19, quando diversas atividades econômicas foram parcial ou totalmente paralisadas para controle da disseminação do vírus. Mesmo quando começou a flexibilização do distanciamento social, muitas pessoas permaneceram receosas de consumir, principalmente os serviços que podem provocar aglomeração”,declarou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Agropecuária foi a única área que obteve alta nem 2020. Os setores de serviços e indústrias, que são encarregados por 95% da economia do país, obtiveram baixas significativas no último ano.
Confira os índices de cada área:
Consumo das famílias: -5,5%
Consumo do governo: -4,7%
Serviços: -4,5%
Indústria: -3,5%
Investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo): -0,8%
Agropecuária: +2%
Com toda a crise sanitária por conta do Coronavírus, o Brasil teve uma perda histórica em 2020. Com o avanço da doença no país, em março do último ano os estados e as cidades decretaram o fechamento dos comércios e serviços, deixando apenas os serviços essenciais ativos.
Com isso, essas determinações impactaram diretamente no segundo trimestre, com baixa recorde de 9,7%. O primeiro trimestre não teve grandes mudanças, obteve queda de 1,5%, tendo em vista que as medidas começaram em março.
O terceiro trimestre chegou com boas expectativas, apresentando alta de 7,7%, por conta da flexibilização de algumas medidas. No entanto, os números caíram depois da segunda onda do vírus no país.
Segundo o último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira, em 2021, o mercado financeiro tem expectativa de crescimento de 3,29%. O prognóstico está de acordo com o do ministro da Economia Paulo Guedes, que declarou na última terça-feira que estipula uma alta entre 3% e 3,5% em 2021.