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Pfizer teria oferecido vacina a Bolsonaro em setembro, mas ele recusou

Proposta da empresa chegou a ser enviada para governo brasileiro

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de janeiro de 2021 - 16:45
A Pfizer enviou o documento em setembro de 2020 para o governo brasileiro
A Pfizer enviou o documento em setembro de 2020 para o governo brasileiro -

O presidente Jair Bolsonaro foi avisado, segundo um documento exposto pela CNN Brasil, que as vacinas da Pfizer tinham uma alta demanda mundial e que, por isso, as autoridades do país deveriam mostrar uma certa pressa em conseguir comprar as vacinas. No entanto, na época, Bolsonaro não realizou nenhum acordo com a empresa. A Pfizer enviou o documento em setembro de 2020 para o governo brasileiro.

No documento, o CEO da Pfizer, Abert Bourla, falava sobre a necessidade de celeridade. "A potencial vacina da Pfizer e da BioNtech é uma opção muito promissora para ajudar seu governo a mitigar essa pandemia. Quero fazer todos os esforços possíveis para garantir que doses da nossa vacina sejam reservadas para a população brasileira, porém, celeridade é crucial devido à alta demanda de outros países", afirmou. 

Ainda segundo a CNN, o documento foi enviado em cópia para os ministros Braga Netto (Casa Civil), Eduardo Pazuello (Saúde), Paulo Guedes (Economia), o vice-presidente Hamilton Mourão e Nestor Foster, embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

No documento, Bourla ainda fala que havia fechado um acordo que garantiria 100 milhões de doses da vacina aos Estados Unidos, justificando a alta demanda do produto. “Fechamos um acordo com o governo dos Estados Unidos para fornecer 100 milhões de doses de nossa potencial vacina, com a opção de oferecer 500 milhões de doses adicionais. (...) Temos ainda acordos com o Reino Unido, Canadá, Japão e vários outros países, e estamos em negociações finais com a União Europeia para fornecer 200 milhões de doses, com uma opção de fornecimento adicional de mais 100 milhões de doses”, escreveu o CEO da Pfizer.

A Pfizer ofereceu, na época, 70 milhões de doses da vacina para o Brasil, mas as negociações não ocorreram por algumas razões: o governo achou que a forma de armazenamento do produto (que deve ser mantido em um local refrigerado com cerca de 70 graus negativos) seria difícil para a distribuição da vacina no Brasil, além de que a Pfizer exigia que um valor financeiro fosse depositado em uma conta no exterior para servir de garantia de pagamento, o governo também deveria assinar um termo de responsabilidade assumindo a culpa para qualquer efeito colateral da vacina, o primeiro lote teria que ser de 500 mil unidades (número que não é suficiente para o Brasil) e qualquer questão do contrato deveria ser julgada e analisada em um tribunal em Nova York.

"Minha equipe no Brasil se reuniu com representantes de seus ministérios da Saúde e da Economia, bem como com a embaixada do Brasil nos EUA. Apresentamos uma proposta ao Ministério da Saúde do Brasil para fornecer nossa potencial vacina que poderia proteger milhões de brasileiros, mas, até o momento, não recebemos uma resposta", dizia o documento.

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