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Ex-jogador gonçalense volta a Ilha de Curaçao, onde brilhou nos anos 80

Paulinho das Arábias teve a oportunidade de reencontrar a sua 'segunda pátria'

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 13 de janeiro de 2020 - 15:55
Paulinho na famosa ponte de Curaçao que divide as regiões de Otrobanda para o centro comercial de Punda, onde ele costumava ir em seus dias de folga como jogador do SUBT nos anos 80
Paulinho na famosa ponte de Curaçao que divide as regiões de Otrobanda para o centro comercial de Punda, onde ele costumava ir em seus dias de folga como jogador do SUBT nos anos 80 -

Por Rennan Rebello e Ari Lopes

As lágrimas brotaram dos olhos e ele levou uma das mãos ao peito, como se quisesse apertá-lo, pressentindo a 'dor' daquela emoção. Quem via a reação daquele senhor de meia idade ao desembarcar no Aeroporto de Curaçao, na tarde de 20 de novembro do ano passado, não imaginava que ela representava a volta de um 'filho' para sua 'segunda casa' depois de 34 anos de ausência. Aquele senhor, de 65 anos, é o ex-meia atacante gonçalense Paulo Roberto da Silva, o Paulinho das Arábias, ídolo do futebol da ilha caribenha, onde defendeu o Sport Unie Brion Trappers (SUBT), o mais tradicional clube de Curaçao, entre os anos de 1984 e 86. Na sua trajetória no mundo do futebol, Paulinho jogou no Bonsucesso,  Corinthians (junto com Rivelino), Atlético-PR, Figueirense, Pelotas, além de uma passagem por campos da Arábia Saudita.

O desembarque de Paulinho em terras caribenhas aconteceu graças ao governo local, que em conjunto com a Gracco Viagens, Ministério do Turismo (Curacao Tourist Board) e o do Curaçao Marriott Beach Resort, convidou a equipe de O SÃO GONÇALO para levar o atleta para um reencontro com ex-jogadores que atuaram com ele, além de utilizar a visita do craque para promover o futebol local. A ideia do retorno de Paulinho a Curaçao surgiu após a repercussão da matéria 'Sonhando com Curaçao', publicada em março de 2018 na edição impressa, no portal e na página do Facebook de OSG, que narrava a trajetória dele de São Gonçalo por vários estados do Brasil, passando pelo SUBT de Curaçao e o mundo árabe.

"Passei por muitos clubes tradicionais do Brasil, como o Corinthians, de Rivellino, e o Athletico-PR, mas a oportunidade de jogar no SUBT foi uma coisa especial. Em 1984, eu já tinha 34 anos e para os clubes do Brasil já era considerado velho. Então, o Jair Pereira, que era o técnico do América, onde eu estava treinando, jogou limpo comigo e se tornou um amigo. Ele me indicou para jogar no SUBT. Cheguei lá e me apaixonei", disse Paulinho na época. A reportagem revelava o desejo dele em trabalhar nas divisões de base do futebol local e a paixão de Paulinho pelo povo e cultura do país caribenho. "Acompanho notícias do futebol de lá pela internet. Eu amava morar lá. O povo é hospitaleiro e a qualidade de vida é excelente, além de ser um lugar lindo. Aprendi a falar o papiamento, uma língua crioula originária dos nativos. Me identifiquei também com a presença negra. Me sentia um deles. Foram maravilhosos aqueles dois anos”, revelou Paulinho, na época.

E foi assim, que um ano depois da reportagem, O SÃO GONÇALO acompanhou o retorno de Paulinho a Curaçao, onde foi recebido com 'honras' de ídolo. Além de ser recebido pelo presidente da Federação Curaçalenha de Futebol, Paulinho visitou o estádio onde marcou muitos gols, reviu companheiros de clube e até foi reconhecido por um filho de imigrantes portugueses que o viu jogar com a camisa amarela e azul do SUBT,  que tem o uniforme inspirado no Boca Juniors da Argentina. "Curaçao é meu segundo país. A forma como fui tratado com carinho e respeito aqui, agora e há 34 anos, mostra isso. Não tenho palavras para agradecer a oportunidade de ter voltado aqui. Se um dia voltarei para trabalhar e morar, não sei. Mas esta viagem não tem preço. Pensei muito na minha família lá no Brasil, mas também penso na amizade que tenho com pessoas daqui de Curaçao e me coloquei a disposição para qualquer coisa que eles precisem", finalizou emocionado o brasileiro que chegou a arriscar algumas palavras em papiamento, dialeto local que é falado além do holandês e espanhol.

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