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Miroca, um descobridor de talentos no ‘celeiro’ de São Gonçalo

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 27 de julho de 2015 - 09:17

Desde 1979, com breve passagem pelo Flamengo, Miroca comanda seus alunos na escolinha de futebol do Clube Mauá, sempre de olho no surgimento de um futuro craque para times do Brasil

Foto: Leonardo Ferraz

Por Ari Lopes e Sérgio Soares

Pouca gente o conhece pelo seu nome de batismo: Casemiro Correia Araújo. Mas quem vê aquele senhor de 76 anos entrando no campo do Mauá, amparado num par de muletas, seguido por um grupo de crianças, logo o reconhece: é Miroca, o descobridor de talentos no futebol gonçalense, que já revelou centena de jogadores para times de todo o Brasil.

Vítima de paralisia infantil, Miroca sempre gostou de futebol, mas impedido de jogar pela deficiência, desde cedo se destacou ‘comandando’ o time do seu bairro, o ‘Fonsequinha’ na Rua Fonseca, perto do centro de São Gonçalo. “Tinha cerca de 17 anos e formamos um time com meus irmãos e amigos da rua. Como entendia de tática e formação, me pediram para dirigir o time”, relembra.

>> Jogadores que passaram pela escolinha de Miroca no Mauá criaram um perfil numa rede social, onde postam fotos e notícias sobre eles
Jogadores que passaram pela escolinha de Miroca no Mauá criaram um perfil numa rede social, onde postam fotos e notícias sobre eles (Foto: Reprodução/ Facebook)

Esse foi o ponto de partida para o sucesso e ser contratado para a escolinha de futebol do Clube Mauá, onde está até hoje depois de idas e vindas com passagens pelo Flamengo. “Empatamos um jogo com o Mauá, que era um time muito forte e o Seu Hélcio Damasceno, que era diretor do Mauá, me chamou para ajudar lá no clube”, contou.

A primeira passagem de Miroca à frente das escolinhas do Mauá durou quatro anos, na década de 1960. Depois ele dirigiu o Nova Cidade, Bangu de Tenente Jardim e Manufatora, de Niterói. Com o sucesso alcançado, foi chamado para a direção do Embaixadores, onde treinou a equipe de futsal, mas acabou voltando ao Mauá, em 1979, onde está até hoje, depois de passar pelo Flamengo, levado pelo dirigente Isaías Tinoco.

Miroca não gosta de ser chamado de ‘olheiro’. “Eu enxergo bem os talentos, quem tem potencial. Mas trabalho a técnica e os fundamentos desses futuros craques”, explica.

A lista de craques que passaram pelas mãos de Miroca é enorme. O ex-craque vascaíno Bismarck é um deles, que foi levado para São Januário em 1982.

Outro talento descoberto por Miroca foi o volante Ibson, que deixou a escolinha do Mauá em 1991, rumo à Gávea, onde se destacou e acabou indo jogar no futebol europeu.

Mas o primeiro craque que surgiu na escolinha de Miroca, segundo o treinador foi o volante Kléber, que se destacou no Fluminense atuando na famosa ‘Máquina Tricolor’ da década de 1970, ao lado de Rivelino.

“Sinto um prazer enorme, quando vejo um dos meus garotos se tornado jogador profissional e se destacando. O Kléber foi o primeiro da minha escolinha a se profissionalizar. Era sobrinho do Hélcio e junto com o Carlinhos, irmão dele que jogava de lateral, se destacaram no Fluminense”, afirma Miroca.

Além de Kléber, Carlinhos, Bismarck e Ibson, também passaram pela escolinha de Miroca: Edmundo (Vasco), Silvio (Fluminense), Felipe Melo (Flamengo), Jucilei (Corinthians), Roberto Brum (Fluminense), Jean (Vasco e Flamengo), Alex Pinho (Vasco), Silvinho (América), Ronaldo Torres (hoje preparador físico), Luizinho Rangel (Botafogo), Brener (Vasco), Vinicius Pacheco (Flamengo), Luizinho (América), Léo Matos (Flamengo), Diego (goleiro/Flamengo), entre outros.

Para homenagear o trabalho de Miroca, seu ex-comandados criaram um perfil no facebook intitulado ‘atletas ex-Miroca Mauá’, onde compartilham fotos e notícias de onde estão jogando atualmente, além de marcarem encontros comemorativos.

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