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Goleiro sub-20 do Flamengo alega ter sido chamado de 'macaco' pela torcida do Vasco

Hugo afirma que as ofensas foram realizadas várias vezes durante o jogo

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 21 de novembro de 2019 - 12:18
"É inadmissível, inacreditável.", disse o jogador
"É inadmissível, inacreditável.", disse o jogador -

Flamengo e Vasco entraram em campo nesta quarta-feira (20), feriado de Consciência Negra, para brigar pelo título de campeão do Campeonato Estadual Sub-20. Mesmo em uma data importante que procura conscientizar a população sobre o racismo, ainda assim houve relatos de casos do tipo na partida de ontem. De acordo com o goleiro Hugo, do Flamengo, a torcida do Vasco o chamou de 'macaco' diversas vezes durante a partida.

"É inadmissível, inacreditável. Me chamaram de macaco mais de uma vez. Não tenho por que inventar isso. O Vasco é uma equipe grande, um time gigante que merece o respeito de todo mundo. É inadmissível que torcedores façam isso, eles não conhecem a história do clube. Respondemos dentro de campo, na bola, fruto de muito trabalho", disse Hugo.

O goleiro afirma que, apesar dos insultos terem sido constantes, não conseguiu identificar os autores das ofensas. O árbitro da partida vai relatar o ocorrido na súmula. Os torcedores vascaínos, no entanto, afirmam que os gritos para o goleiro foram 'Babaca' e não 'macaco', como ele afirma ter sido chamado.

O Vasco publicou uma nota oficial sobre o assunto.

"O Vasco é conhecido no futebol brasileiro por ter sido um dos pioneiros na defesa de jogadores negros no esporte. Em 1923, enviou aos dirigentes da Associação Metropolitana de Esportes Athleticos, responsável pelo Campeonato Carioca na época, uma carta em que se recusou a excluir negros de seu elenco e, por conta disso, se desfiliaria da entidade.

Ao fim da partida desta quarta-feira (20/11) entre Vasco e Flamengo, pela decisão do Campeonato Carioca Sub-20, o jogador rubro-negro Hugo afirmou ter sido vítima de insulto racista por parte de um torcedor, segundo ele, localizado nas Sociais de São Januário. No entanto, alguns pontos precisam ser ponderados em nome do devido esclarecimento dos fatos.

O atleta não conseguiu indicar, com precisão, de onde teria sido proferido o referido insulto e tampouco identificar seu suposto autor. A equipe de seguranças que trabalhou nas Sociais também não registrou qualquer episódio de insulto nos termos citados pelo jogador Hugo. Caso contrário, certamente teria agido, de imediato, para identificar o autor e adotar as medidas cabíveis.

Deve-se enfatizar também que, mesmo após o relato do atleta, o árbitro não paralisou a partida, conforme a recomendação diante de atos ou cantos discriminatórios, um indício de que ele próprio e seus auxiliares não verificaram qualquer caso conforme alegado pelo atleta.

É importante ressaltar, sobretudo, os inúmeros relatos nas mídias digitais de torcedores presentes nas Sociais negando ato ou grito de cunho racista contra o goleiro Hugo ou qualquer outro jogador.

Este é um tema extremamente caro ao Vasco. O pioneirismo no combate à intolerância racial é sabidamente motivo de orgulho para o Clube e sua torcida. O Vasco e sua história não toleram qualquer tipo de preconceito, seja de que natureza for. O Clube e seus torcedores não permitem a presença de racistas em seu convívio. Portanto, conhecendo-se o vascaíno, é impensável que qualquer pessoa proferisse um insulto racista nas dependências de São Januário sem que isso causasse revolta e fosse repudiado pelos próprios torcedores ao redor.

Dito isso, esperamos esclarecer de uma vez por todas que o Vasco e seus torcedores não compactuam com qualquer atitude deste tipo."

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