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Eleições 2024: OSG conversa com Washington Quaquá, candidato à Prefeitura de Maricá

Candidato do PT fala sobre iniciativas sustentáveis e parcerias com Cuba

relogio min de leitura | Escrito por Felipe Galeno | 03 de outubro de 2024 - 13:48
Washington Quaquá
Washington Quaquá -

No próximo dia 6 de outubro, milhares de eleitores vão às urnas para decidir quem vai gerir a Prefeitura Municipal pelos próximos quatro anos. A equipe do O São Gonçalo conversou, ao longo das últimas semanas, com os principais candidatos ao cargo e ouviu os projetos de cada um dos prefeitáveis de São Gonçalo, Niterói, Maricá e Itaboraí.

Nossa equipe conversou com Washington Quaquá (PT), candidato à Prefeitura de Maricá com o vice João Maurício, o Joãzinho (PT). Deputado federal e vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Quaquá falou ao OSG sobre projetos que pretende dar continuidade caso seja novamente eleito prefeito de Maricá, cargo que ocupou entre 2009 e 2017.

Confira a entrevista:

OSG - Atualmente, o transporte público em Maricá tem destaque no Estado do Rio por conta dos ônibus de tarifa zero. Caso volte à gestão da Prefeitura, quais são suas propostas para dar continuidade aos projetos recentes na área da mobilidade? Há planos para melhorar o tráfego e o acesso para regiões menos atendidas pelo transporte público no município?

Quaquá - Além de ampliar as linhas do Vermelhinho, vamos fazer a segunda revolução da mobilidade em Maricá. Iremos implantar modais de média capacidade modernos, confortáveis e carbono zero. Teremos ônibus híbridos ou movidos a hidrogênio verde produzido no novo Complexo de Energias Boaventura, o antigo Comperj. Planejamos 'ferryboats' para passageiros e veículos saindo de Ponta Negra e Itaipuaçu, com desembarque nos terminais que o Eduardo Paes fará no Galeão e no Santos Dumont. Teremos também um veículo leve sobre trilhos de Inoã a Itaipuaçu e alguns teleféricos para moradores e turistas.

OSG - A violência tem sido uma preocupação da população em Maricá. Apesar de a responsabilidade pelo combate à violência ser das polícias estaduais e federais, como o município deve atuar no enfrentamento de problemas de segurança pública na sua gestão? Além disso, à luz de episódios marcantes de feminicídio no município, recentemente, quais são os planos para combater os casos de violência contra a mulher, caso seja eleito?

Quaquá - O combate à criminalidade será prioridade absoluta. Maricá será a cidade das pessoas, das famílias e dos turistas. Teremos tolerância zero com traficante e miliciano. Segurança pública é assunto da prefeitura, sim. Não vamos permitir bandido armado oprimindo e achacando moradores.

Conversei com o governador Cláudio Castro sobre operações conjuntas da Guarda Municipal com as polícias e sobre a instalação de um Batalhão da PM. Vamos instalar portais com policiais armados em todas as entradas de Maricá. Teremos também uma Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM). Hoje, as mulheres não têm um atendimento policial especializado. Conversei sobre isso com o Cláudio Vieira, novo delegado da cidade. Não iremos tolerar agressão contra as mulheres.

OSG - Quais são seus planos para melhorar o atendimento nas unidades de saúde do município?

Quaquá - Todo centavo investido na saúde é bem gasto, mas se você tem uma vigorosa prevenção de doenças, não tem tanta necessidade de construir hospitais - equipamentos que têm alto custo de obras, implantação e manutenção. Vamos investir pesado em atenção primária, no programa médico de família e no Check-up Para Todos. Quero que todo maricaense faça os mesmos exames que as pessoas com plano de saúde fazem. Vamos detectar e tratar doenças logo no início.

Em Itaipuaçu, teremos uma grande Unidade de Pronto Atendimento (UPT) com emergência. Ponta Negra também terá uma. O Hospital Che Guevara também será ampliado, com novos equipamentos e aparelhos. Vou fazer a Cidade da Saúde, um complexo com ambulatórios clínicos, consultórios e laboratórios de última geração. Teremos a parceria de Cuba para produzir vacinas, medicamentos e insumos hospitalares. A população de Maricá terá assistência médica de primeira, que muitos planos de saúde do mercado não oferecem.

OSG - Quais são suas propostas para garantir maior qualidade na educação pública oferecida pelo município? Existe previsão de novas políticas para garantir acesso à educação para estudantes de famílias mais socialmente vulneráveis?

Quaquá - Quero ensino integral em 100% das escolas. Nossos jovens passarão o dia inteiro nelas, com aulas extras de música, artes e esportes. Mães e pais poderão trabalhar com tranquilidade. E todo aluno nosso vai falar inglês ou espanhol. Todos poderão falar com os turistas ou trabalhar nos hotéis, parques e resorts que virão.

Assim como na segurança, iremos implantar o Proeis da educação e motivar mais os professores também da rede estadual. Não quero que aconteça com outros o que aconteceu com o meu filho Diego. Ele foi transferido para um colégio particular porque no estadual sempre faltava professores. O programa também contemplará a reforma dos equipamentos educacionais do Estado.

OSG - Desemprego. Quais estratégias sua gestão adotará para atrair novos investimentos e gerar mais empregos na cidade?

Quaquá - O turismo será o pilar da transformação de Maricá. São muitos projetos, como a construção dos recifes artificiais em Itaipuaçu e Ponta Negra, os novos hotéis em Itaipuaçu; dois resorts, o Maraey e o Samba Futebol e Caipirinha; o Parque Temático Francês Puy do Fou; e o Parque do Cristão, além de circuitos turísticos no Espraiado e no Camburi. Muitos deles terão a parceria da iniciativa privada.

Faremos também convênios com a CNI e o Senac para trazer indústrias limpas, sustentáveis e com alta tecnologia. Uma delas será uma fábrica de aviões para concorrer no segmento desse ATR-72, que vai gerar mais de 3 mil empregos. Para qualificar a mão de obra, faremos centros profissionalizantes na rede pública, além da parceria com o Ministério da Educação para aumentar a oferta de cursos técnicos no IFF de Maricá.

OSG - Apesar dos avanços, o saneamento básico ainda enfrenta problemas em algumas regiões do município. Quais são as propostas para resolver problemas de infraestrutura e saneamento básico. Além disso, quais são os planos para reduzir risco de desastres em eventos climáticos?

Quaquá - No último dia de 2008, o ex-governador Pezão assinou a renovação do contrato com a Cedae por 15 anos e, nesse tempo todo, ficamos amarrados, até o prefeito Fabiano Horta trazer o tratamento de esgoto para a Prefeitura, em 2021. O Fabiano já licitou as obras de esgoto. A Sanemar, criada no meu governo, tem um projeto de 12,5 bilhões de reais para captar e tratar 100% dos efluentes produzidos no município. Em cinco anos, no máximo, vamos ter todo nosso esgoto limpo, evitando doenças e despoluindo nossas lagoas para gerar empregos no turismo, na pesca e em esportes náuticos.

Outro problema que vamos atacar é a captação e distribuição de água. Faremos uma parceria com a Águas do Rio para construir uma grande usina de dessalinização da água, tornando-a potável. Em relação às mudanças climáticas, a proposta é realizar o maior plano de reflorestamento urbano do País, com replantio de árvores e espécies nativas por todo o município. Vamos intensificar a fiscalização para evitar queimadas, desmatamento e poluição das águas.

OSG - Sobre moradia: há planos para ampliar projetos de habitação popular em Maricá ou regularizar áreas irregulares que hoje abrigam moradores?

Quaquá - Maricá cresceu demais, graças ao sucesso das políticas que criamos, como Tarifa Zero, Moeda Mumbuca e Passaporte Universitário. Para atender essa demanda, vamos ter um programa de habitação popular. A ideia não é construir grandes condomínios como o Minha Casa Minha Vida, feito com verba do Governo Federal. Na minha época de prefeito, não havia recursos próprios suficientes, por isso fizemos essas parcerias com a União. Agora podemos construir casas próprias para os moradores com financiamento a juros baixos, carência e prazo longo de pagamento, tudo fomentado pelo Mumbuca, o nosso banco público. Vamos também implantar o Minha Casa Mais Bonita, ajudar as pessoas a reformarem suas moradias. Os moradores poderão adquirir placas para armazenar energia solar e cisternas para aproveitar água da chuva.

OSG - Recentemente, o município assinou uma parceria com o Governo Federal de incentivo a iniciativas agroecológicas. Pretende dar continuidade aos investimentos no setor? Quais são seus planos para conciliar o crescimento urbano com a preservação do meio ambiente em Maricá? Há planos para novas políticas de reciclagem, gestão de resíduos ou uso de energias renováveis na cidade?

Quaquá - Alimentação saudável é uma das minhas paixões. Teremos fortes investimentos com a criação da Amar - Alimentos de Maricá. Ela substituirá a atual Biotec para fomentar e estimular a agroecologia, financiando produtores locais, com especial atenção aos orgânicos. Uma parte importante desse projeto é abrir uma fábrica de latinhas de pescado no Bambuí. Lá serão processados e enlatados tilápias, peixes e camarões de nossos pescadores ou criados nos tanques do projeto Ciamar, no Espraiado. E assim como em Portugal, as latinhas serão temáticas, virando souvenirs para turistas. Vamos convidar fotógrafos e artistas famosos para criar as embalagens com imagens de atrações do Rio e de Maricá, como a Pedra do Elefante.

Teremos uma nova licitação para a gestão do lixo, e Maricá terá 100% do território com coleta seletiva. Vamos construir uma grande usina de reciclagem de resíduos sólidos. O material orgânico será transformado em adubo e outros insumos agrícolas. O lixo plástico será reciclado e convertido em utensílios domésticos e móveis como mesas, cadeiras e até blocos para construção de casas. A biomassa do lixo gerará energia para nosso futuro parque industrial e será disponibilizada para consumo no mercado livre de energia.

OSG - Quais são os projetos previstos pelo candidato para as áreas de cultura, esporte e lazer? Há planos para revitalizar espaços públicos, como praças e parques, e fomentar a criação de centros culturais ou esportivos?

Quaquá - Maricá será a Cidade da Cultura. Com apoio do ator José de Abreu, nosso consultor na campanha, estamos trazendo para Maricá ícones artísticos mundiais. Vamos criar a Famar, Fundação de Artes de Maricá, para trazer a representação do Ballet Nacional e da Escuela Internacional de Cine y TV de Santo Antônio de Los Baños, ambas de Cuba. Nossa Companhia Municipal de Dança terá mestres do Ballet de Cuba ensinando nossos alunos. Ainda teremos novos museus e centro culturais, como a recém-inaugurada Casa Darcy Ribeiro e as casas de personalidades que viveram em Maricá, como Maysa, Beth Carvalho e o ex-presidente João Goulart.

O audiovisual terá atenção especial do nosso governo. Serão mais de R$ 100 milhões investidos na Filmar - Filmes de Maricá, nossa produtora de cinema e TV e para a criação da Film Comission, autarquia que viabilizará produções próprias e parceiras na cidade. E temos também a União de Maricá, escola de samba que terá todo nosso apoio e suporte para chegar à elite do Carnaval Carioca na Sapucaí.

Quem já está na primeira divisão é o Marica F.C. Ano que vem o time terá forte investimento para fazer bonito em jogos contra os grandes - entre eles o meu Vascão. Vamos ampliar o Estádio João Saldanha, no Cordeirinho, com uma nova arena para 20 mil torcedores. O projeto é do escritório do Niemeyer. Fora isso, vamos construir um complexo esportivo com Centro de Treinamento do time, além de pista de atletismo, ginásio, piscinas e outros equipamentos para atletas de alto rendimento e revelações que serão garimpadas nas nossas escolas. Já temos acordos com o Real Madrid e com o Vasco para esportes olímpicos e paralímpicos. Vamos seguir o exemplo de Saquarema com o vôlei e trazer para Maricá um CT da ginástica artística, para formar aqui as nossas novas Rebecas Andrades.

OSG- Existe algo que o senhor gostaria de ter feito durante os dois primeiros mandatos, mas não conseguiu implementar? Por qual motivo? Qual a sua expectativa para um retorno à gestão, caso seja eleito?

Quaquá - O orçamento de Maricá no meu último ano como prefeito, em 2016, foi de R$ 680 milhões. Hoje chega a R$ 7 bilhões. Muitos dos sonhos e projetos não eram viáveis na minha época por falta de recursos. Agora teremos dinheiro para fazer o que eu gostaria de fazer quando não era possível. Vou transformar Maricá em uma cidade mundial, trocando a dependência dos royalties pela economia do turismo, da cultura, da criatividade, da ciência e tecnologia: da agroecologia e da agroindústria sustentável. Vamos atrair grandes empresas e apoiar fortemente o empreendedorismo e a economia das pessoas e das famílias. Volto pra fazer uma segunda revolução dentro da revolução que já fizemos.

Candidatos à prefeitura de Maricá, Marcia Santiago (PMB) e Dr. Claudio Ramos (NOVO), não retornaram o contato da equipe de reportagem. Clique aqui para ler a entrevista com o candidato do PL, Fabinho Sapo.

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