Obra de Carolina Maria de Jesus será debatida no Quixote Clube de Leitura online

Por Rennan Rebello

Os leitores vorazes de São Gonçalo e região, ganharam uma boa notícia nesta terça-feira (4), já que o Quixote Clube de Leitura, anunciou que fará o seu primeiro encontro virtual, no sábado, 29 de agosto, às 16h. O livro a ser debatido será o 'Quarto de Despejo - Diário de uma favelada' de Carolina Maria de Jesus, que completou 60 anos, em 2020.

A transmissão acontecerá através da plataforma Zoom e o link será disponibilizado no dia do evento online, na página oficial do projeto cultural, no Facebook. A discussão literária é livre, gratuita e aberta para todos os interessados. Como esta edição será pela internet; abre-se uma oportunidade para que os amantes de livros de diversas outras localidades distantes, também possam interagir.

A última reunião do Quixote aconteceu, em 4 de março, antes das medidas restritivas causadas por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19). E na época, a discussão foi sobre o 'O livreiro de Cabul' da jornalista norueguesa Åsne Seierstad, na biblioteca do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos (ICBEU), no bairro do Zé Garoto. 

Na ocasião, ficou decidido, que nos dois meses seguintes, seriam discutidos as seguintes obras: "Fahrenheit 451" de Ray Bradbury e "A paixão segundo G.H." da ucraniana, radicada no Brasil, Clarice Lispector. Mas por conta da crise sanitária, que ainda assola diversos países, a programação teve que ser adaptada. E estas discussões seguem na pauta para encontros futuros.

"Eu achei melhor um livro ('Quarto de Despejo'), menos pretensioso (embora grandioso), para quebrar a primeira experiência de reunião virtual do clube. Mas propor em seguida, para que a gente retome nossa a programação", explicou o idealizador do clube do livro gonçalense, Antonio Rodrigues, que iniciou os eventos mensais do Quixote, em 22 de fevereiro de 2019, no ICBEU.

'Quarto de Despejo - Diário de uma favelada' 

O sexagenário livro compõe escritos dos diários de Carolina Maria de Jesus, sobre a sua vida e o contexto social do qual estava inserida, entre os anos de 1955 e 1960. A publicação ocorreu por conta do repórter Audálio Dantas, que escrevia uma reportagem sobre o crescimento desordenado da favela do Canindé, próximo do Rio Tietê, em São Paulo. Na época, o país vivia a política desenvolvimentista, do então presidente Juscelino Kubitshchek, com seu programa "50 anos em 5". E apesar do desenvolvimento propagado pelo governo, a exclusão social continuava acentuada e acelerada. Neste contexto, Dantas conheceu a história de Carolina de Jesus, que além de escrever também era catadora de papel e vivia sob condições precária naquela comunidade paulistana.