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Jean Wyllys critica a dupla Simone e Simaria: "Ignorância e Racismo"

Irmãs não cantaram trecho de música que falava de Iemanjá

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 14 de agosto de 2019 - 11:52
Evangélicas, as irmãs não cantaram trecho de música que fala de Iemanjá
Evangélicas, as irmãs não cantaram trecho de música que fala de Iemanjá -

A recusa da dupla Simone e Simaria que nesta última semana não cantaram um trecho de uma música que falava de ‘Iemanjá’, em um festival, continua dando o que falar. 

Desta vez, o ex-deputado federal Jean Wyllys, fez duras críticas as ‘coleguinhas’ e afirmou que as duas são hipócritas, ignorantes e racistas. 

Veja o texto na íntegra:

“Li por aí que uma dupla “neosertaneja” (ou algo que o valha; não sei como se classifica as pessoas que fazem isso tipo de música, que pouquíssimo ou quase nada tem a ver com a música sertaneja ou “caipira”, mesmo com aquela feita por músicos muito mais novos que Chitãozinho & Xororó); li por aí que esta dupla popularíssima se recusou a cantar os versos de uma música em que a palavra “Iemanjá” é mencionada. O motivo da recusa, segundo li, seria o fato de ser “evangélica”. Disse-me um amigo que trabalha no ramo do entretenimento televisivo que esses artistas populares estariam evitando polêmicas com o público conservador. Bom, a tal dupla que se recusou a mencionar a palavra “Iemanjá” apresenta-se seminua quase sempre em seus shows (há fotos de sobra que provam esse fato), com um figurino de corar Messalina de vergonha. Sendo assim, que “conservadorismo” é esse que tolera o visual pornô-pop de uma dupla, mas a rechaçaria apenas pelo fato de mencionar o nome de uma entidade da mitologia iorubá? Recusar-se a mencionar “Iemanjá” é o mesmo que se recusar a cantar os versos de “Planeta Vênus”, de Pepeu Gomes, ou a dizer a palavra “CRONOLOGIA”, já que esta é derivada de CHRONOS, o deus da antiguidade clássica (greco-romana) que representa o tempo (daí, doença CRÔNICA ser uma doença que se estender no tempo, sem cura). Vênus, por sua vez, antes de ser nome de um dos dos planetas do sistema solar, é o nome de uma deusa pagã, tal qual Iemanjá. As únicas explicações, portanto, para o comportamento da dupla e para a reação de seu pública seriam: IGNORÂNCIA e RACISMO, duas doenças que parecem crônicas no Brasil e que se agravaram nos últimos três anos. Racismo porque só há recusa em se mencionar o nome de seres mitológicos quando se trata dos deuses da mitologia africana. A dupla deveria aprender com Roberta Miranda, que compôs um hino sertanejo imortal chamado “A majestade, o sabiá”, popular nas interpretações de Chitãozinho & Xororó e do saudoso Jair Rodrigues: “Tô indo agora tomar banho de cascata;  Quero adentrar nas matas onde Oxossi é o Deus."

Bom, mas vou deixar duas pérolas de graça à dupla ignorante e sua plateia conservadora e racista:

1) Este desenho que fiz da representação mais comum de Iemanjá (uma divindade muito mais popular que a dupla) antes de o racismo e a ignorância motivada se alastrem como vírus no Brasil, deixando tantos doentes crônicos.

2) Esses versos de Altay Veloso (se a dupla ignorante não sabe quem é ele, que corra para descobrir; alguém que trabalha com música no Brasil e ignora quem é Altay Veloso passa atestado de burrice), tirados da obra magistral “O alabê de Jerusalém”:

“E como poderia eu querer que, na Judéia, reverenciassem a entidade dos rios se aqui os rios são poucos?E como poderiam acreditar que Iemanjá é a rainha do mar se aqui o mar é Mar Morto?”

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