Tradicional bar de São Gonçalo comemora o dia do Rock na cidade

Por Rennan Rebello

O ‘Dia Mundial do Rock’ é comemorado no dia 13 de julho, desde 1985, devido ao ‘Live Aid’, festival beneficente que reuniu diversas bandas do gênero, em Londres (Inglaterra) e na Filadélfia (EUA) para arrecadar fundos para a Etiópia que passava por uma grave crise humanitária. Em São Gonçalo, assim como em diversos lugares do mundo, a data também é celebrada por adeptos e bandas que têm neste tipo de música um estilo de vida. E o bar temático ‘Rock’n Beer’ (RnB), no bairro da Parada 40, é o único da cidade que se propõe a ser o ponto de encontro de fãs de todos os segmentos dentro do rock n’roll: do metal ao punk, passando pelo grunge, hardcore, entre outros. O pub gonçalense também abre as portas para outras expressões culturais do município.

No dia 9 de julho, o ‘Rock’n Beer’ comemorou três anos na Rua Francisco Portela, 2.429, em São Gonçalo, sob a direção do ex-vocalista da banda Attar (Guns n’Roses cover) Markus Roza, 36; do administrador Eduardo Cabral (Edu), 32; e do gestor Leonardo do Rosário (Léo), de 33 anos. Até 2016, o ponto de encontro dos roqueiros da cidade funcionava no bairro da Trindade, conforme foi noticiado por O SÃO GONÇALO, na época.

“Sempre organizei shows em diversos lugares de São Gonçalo, como no ‘Forró do Biu’ (na Brasilândia). E uma vez fui chamado para conhecer um espaço na Trindade para organizar um evento de rock, mas como acabei gostando do ambiente, propus alugar o local. Daí, investi na decoração, na logomarca e o negócio começou a dar certo, porém, tive problemas com a pessoa que me arrendou o local e em paralelo a isso, conheci o Léo e o Edu que eram clientes e resolvemos fundar o ‘Rock’n Beer’ em uma região mais central da cidade”, disse Markus que atualmente é vocalista da banda Bebaços, e que trabalhava no ramo de Tecnologia da Informação (TI).

Com o crescimento no movimento do bar que é frequentado por um público carente de um espaço exclusivo do rock’n roll no município, o trio alugou uma loja ao lado para ampliar o espaço. Os sócios fizeram uma separação entre ambientes de consumo, convívio, de shows. Para aqueles que querem escutar música ambiente, foi reservada uma área, onde se pode acessar a lista do aplicativo Spotify, que foi instalado para que o público possa escolher suas músicas de forma gratuita, como se fosse uma antiga ‘jukebox’.

“Com certeza a falta de espaço para esse nicho contribuiu para que as pessoas fossem lá conhecer o bar, mas o sucesso não pode ser atribuído só a isso. O RnB é uma revolução no quesito bar de rock. Nós, que frequentamos a cena há algum tempo, nunca encontramos todos os atributos do RnB em um só lugar. Por exemplo, quando achávamos um lugar com banda boa, cobrava entrada ou quando não cobrava a banda era ruim. Sem contar, que vários lugares vendiam cerveja quente ou acabava no meio da noite. Às vezes a banda era boa, mas o equipamento da casa era ruim e etc”, explica Léo.

O RnB mantém uma biblioteca comunitária, onde os frequentadores podem doar ou pegar livros que ficam armazenados em um suporte na parede, e também é aberto para outras manifestações artísticas.

“Nós abrimos espaço para comediantes e um deles, o Cadu Manhães, que começou aqui, depois se apresentou no maior bar de comédia do Brasil, o Comedians (na Rua Augusta, em São Paulo). Também já tivemos o pessoal do ‘Uma Noite na Taverna’ fazendo um sarau de poesias. Fora isso, temos o espaço do vinil e já sediamos uma feira de quadrinhos”, afirmou Edu.

O bar também vende seu próprio souvenir: uma camisa que tem a logo do estabelecimento, onde a estampa é uma caricatura estilizada dos crânios dos três sócios, é vendida a R$30 e há um projeto para produção de copos ecológicos com a logomarca da empresa.

 Luga para 'intercâmbios' - O palco do RnB sedia regularmente apresentações de grupos da região e de artistas de diversos lugares, como foi o caso da banda australiana Struggle Session e da presença do ex-vocalista do Matanza, Jimmy London, que atualmente toca um projeto paralelo com os Rats, grupo de Irish punk (com influência de música irlandesa).

"A gente precisava comemorar o segundo aniversário do bar em grande estilo. Como temos uma quantidade bem grande de fãs do Matanza, o Markus teve a ideia de trazer o Jimmy para o bar e fazer presença. Foi bem desafiador, mas deu tudo certo. Chegou a ter fila de gente para tirar fotos e pegar autógrafo com ele", finalizou Edu.

Para quem quiser tocar no Rock ´n Beer basta enviar o material artístico através da página oficial do pub no Facebook ou no perfil no Instagram: @rocknbeerpub para que possa passar por uma curadoria da 'casa roqueira' de São Gonçalo.