Pianista niteroiense faz sucesso pelo mundo com apresentações clássicas
Felipe Naim já passou por México e Espanha e até o fim do ano fará mais apresentações na Europa e também no Brasil

Qual seria o brinquedo favorito de uma criança de 6 anos? Para quem se encontra nesta faixa etária nos dias atuais, certamente seria algum jogo eletrônico ou um celular moderno. Mas foi com essa idade que Felipe Naim descobriu uma brincadeira que o acompanha até hoje. A música clássica. Ainda na infância, o niteroiense começou a ter aulas de piano e, atualmente, com 29 anos, conquista o mundo ao realizar apresentações pelos mais variados palcos do planeta.
Nascido no bairro de Icaraí, na Zona Sul niteroiense, Naim concluiu recentemente, em 18 de julho, uma turnê internacional que teve início em Monterrey, no México, no dia 8 de junho, onde teve a companhia de uma orquestra. Na sequência, passou pelos municípios do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, Cabo Frio e nas cidades espanholas de Madrid e Ávila. Finalmente, voltou a Friburgo, passou por Teresópolis e concluiu as apresentações no tradicional Festival do Café, em Conservatória, distrito de Valença, no Sul Fluminense. Em todas elas, o pianista mesclou um repertório de famosos nomes da música clássica internacional e até brasileira, como Johannes Brahms, Ludwig van Beethoven, Frederic Chopin e Manuel de Falla.
Niterói é uma cidade que guarda recordações especiais para o pianista também no aspecto musical. Isso porque foi na Cidade Sorriso onde ele iniciou e concluiu seu primeiro ciclo musical acadêmico ao formar-se no tradicional Conservatório de Música do Estado do Rio de Janeiro, também em Icaraí, na Rua Presidente Backer
A finalização do curso aconteceu em grande estilo. Uma apresentação em pleno Theatro Municipal de Niterói com casa cheia em 2013, quando ele tinha menos de 18 anos. O musicista afirma ter um compromisso de representar a terra fundada por Arariboia por meio do piano.
““Representar Niterói no mundo é uma maneira de reforçar o orgulho que tenho de ser niteroiense. Levar o nome da minha cidade comigo é mais do que simbólico. É um compromisso de torná-la cada vez mais reconhecida internacionalmente”, afirma.
Outros palcos onde ele vai representar Niterói ainda em 2025 serão Budapeste, capital da Hungria, na Europa, e também em Limeira, no interior de São Paulo, local onde vai estrear tocando o concerto de Rachmaninoff para piano e orquestra. Ambas as apresentações ainda terão as datas divulgadas em breve.
Música que mais emociona e desejos que planeja realizar
Apesar de tanta experiência no currículo, Naim admite que se emociona até hoje especialmente com duas músicas toda vez que toca.
“O Concerto nº 2 de Rachmaninoff e o Concerto em Lá menor de Schumann são duas das obras que mais me tocam profundamente. São peças que me acompanham emocional e artisticamente, pois traduzem muito do que acredito sobre a força da música em conectar e transformar”, reconhece.
E se alguém pensa que o niteroiense está satisfeito com tudo o que conquistou, engana-se. Ele sonha em ir mais alto, mas sempre destacando cada feito conquistado graças à música.
“Tenho o desejo constante de ocupar palcos e salas de concerto cada vez mais relevantes, mas também entendo que esse caminho não é apenas sobre conquistas individuais. Por isso, faço questão de abrir portas, criar conexões e apoiar quem está trilhando jornadas semelhantes à minha. Crescer junto é tão importante quanto chegar lá”, projeta o musicista.
Sobre Felipe Naim
Natural de Niterói, na região Metropolitana do Rio, ele iniciou os estudos ao piano com apenas 6 anos de idade, em 2002, com a professora de piano Cely Periard. Além disso, estudou teoria musical com a Harpista Isis Machado. Em 2013 finalizou o seu primeiro ciclo acadêmico com um recital no Teatro Municipal de Niterói com casa cheia.
A partir de 2014, dedicou-se aos estudos na Escola Nacional de Música da UFRJ, onde construiu uma base sólida de conhecimentos em Percepção, teoria, harmonia musical, história da música, canto coral e fundamentos da ópera com grandes nomes da música brasileira na faculdade federal. Em dezembro de 2017 realizou o concerto de formatura do Bacharelado em piano com a mentoria das professoras Myrian Dauelsberg e Miriam Grosman na sala Guiomar Novaes com sucesso de bilheteria.
Entre 2018 e 2019 fez parte do Theatro Municipal do Rio, no qual foi aluno da Academia de Ópera Bidu Sayão, tendo aulas com a pianista e maesta Priscila Bomfim e o professor Eduardo Álvares, onde especializou-se em repertório operístico e leitura à primeira vista. Teve grandes oportunidades de se apresentar no palco principal como solista e como pianista colaborador.
Recebeu vários prêmios em concursos nacionais e internacionais como Florinda Santos em Portugal, Edna Bassetti Habith em Curitiba, casa da música em Porto Alegre e foi ganhador do Concurso Prelúdio em São Paulo. Participou de alguns festivais nacionais como o de Pelotas no Rio Grande do Sul, Petrópolis e Friburgo no Estado do Rio de Janeiro. Tocou em mais de 50 espaços importantes nacionais e internacionais e tem grande currículo com a mídia brasileira na televisão, rádio e jornais. Internacionalmente já se apresentou em países como Portugal, Itália, França, Áustria, Eslovênia e Hungria.
Concurso na TV Cultura e especialização na Hungria
Ganhou, em 2019, o primeiro lugar no reality show de música clássica solando o concerto de D. Schostakovich no.2 para piano e orquestra sob a regência do maestro Júlio Medaglia. Como prêmio, recebeu uma bolsa de 2 anos para estudar na Academia Franz Liszt em Budapeste e foi registrado na revista FORBES como um dos jovens brasileiros mais influentes antes dos 30 anos de idade.
Entre 2020 e 2022, aperfeiçoou suas especialidades em gerenciamento de carreira artística, música de câmara, análise musical no mestrado em performance com especialidade na interpretação do repertório pianístico. Em junho de 2022 realizou o concerto de graduação com a sala lotada na casa onde o compositor Franz Liszt viveu em Budapeste com a supervisão dos professores húngaros Gábor Fárkas e Lászlo Borbélyi.