Crítica OSG | Filme O Esquema Fenício: estética refinada e narrativa esgotada
Filme estreia no Brasil nesta quinta-feira, 29 de maio

Entre os convidados pela Universal Pictures, a reportagem de O SÃO GONÇALO foi conferir, em primeira mão, o novo filme do aclamado diretor Wes Anderson: O Esquema Fenício. A produção estreia oficialmente amanhã, 29 de maio, nos cinemas de todo o Brasil. Em breve, a obra também deve chegar às telonas de Niterói e São Gonçalo, embora as sessões ainda não tenham sido confirmadas pelas redes locais.
A partir deste lançamento, OSG passa a oferecer críticas de cinema antecipadas, visando fomentar e agregar o debate sobre essa arte na região metropolitana do Rio.
Com 1h45min de duração e produção das empresas American Empirical Pictures, Estúdio Babelsberg e Indian Paintbrush, O Esquema Fenício reúne elementos visuais marcantes, que já se tornaram assinatura do diretor, Wes Anderson, um nome consolidado no cinema mundial. Seu estilo visual é inconfundível: cenários estilizados, paletas de cores cuidadosamente escolhidas e uma composição estética que se tornou sua marca registrada. No entanto, O Esquema Fenício traz à tona uma discussão recorrente sobre o equilíbrio entre forma e conteúdo em sua obra.
O filme se passa em um universo fictício e segue a trajetória de Zsa Zsa Korda, uma figura envolta em polêmicas que tenta reconstruir sua imagem e se reconectar com a filha. A proposta é promissora, mas o desenvolvimento deixa a desejar. Apesar do elenco de peso, com nomes como Willem Dafoe, Scarlett Johansson e Benedict Cumberbatch, a construção dos personagens é superficial, e seus talentos parecem pouco aproveitados.
A crítica principal recai sobre o roteiro. A narrativa se torna previsível, e o conflito central, centrado na redenção familiar, perde intensidade à medida que o filme avança. Ainda assim, algumas cenas se destacam, principalmente aquelas em preto e branco, que retratam experiências de quase morte vividas por Zsa Zsa.
Do ponto de vista técnico, o filme é impecável. A direção de arte, os enquadramentos simétricos e o uso da luz revelam o domínio estético de Anderson. No entanto, o excesso de atenção à forma parece ter deixado a narrativa em segundo plano. O que em outros tempos foi considerado inovação, agora soa repetitivo.
No fim, esses elementos mostram que Wes ainda tem boas ideias. Mas talvez esteja preso demais à estética que o consagrou.
Ainda assim, vale assistir, nem que seja para refletir sobre até onde a estética pode ir sem o apoio de uma boa história.

Nota: ★★☆☆☆
Um filme visualmente marcante, mas limitado por um roteiro frágil e personagens pouco desenvolvidos.
O Esquema Fenício
Estreia: 29 de maio nos cinemas brasileiros
Duração: 1h45min
Gêneros: Comédia, Drama, Black Comedy
Direção de arte: Adam Stockhausen
Produtoras: American Empirical Pictures, Estúdio Babelsberg, Indian Paintbrush
Disponível no Cinesystem Botafogo. Em breve, em Niterói e São Gonçalo.
Crítica e análise cultural por Robson Almeida
Edição: Cyntia Fonseca