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Após desfile impecável, integrantes da Viradouro apostam no tri

Expectativas de torcedores da escola estão lá em cima depois do desfile que recebeu enxurrada de elogios dos internautas

relogio min de leitura | Escrito por Lara Neves | 22 de fevereiro de 2023 - 09:28
Rosana e outros integrantes da agremiação sonham com o tricampeonato
Rosana e outros integrantes da agremiação sonham com o tricampeonato -

A Unidos da Viradouro foi a última escola a passar pela avenida, na madrugada da terça-feira (21), e arrancou elogios de quem estava no sambódromo e de quem acompanhava pela TV.

Após um desfile praticamente irretocável, a Viradouro provou aos presentes na Sapucaí que vale a pena esperar pela última escola mesmo que o cansaço seja grande.

Desde que retornou ao grupo especial do carnaval carioca, a escola niteroiense não ficou abaixo da terceira colocação. Os bons resultados, com o último título tendo sido conquistado em 2020, acendem ainda mais a esperança no coração daqueles que se dedicam durante o ano inteiro pela escola.

Para a diretora de harmonia Danielle Martins, de 31 anos, um dos pontos altos desse ano foi, sem dúvidas, o enredo, que contou um pouco da história de Rosa Maria Egipcíaca, a primeira mulher negra a escrever um livro na história do Brasil. “Vamos buscar nossa terceira estrela”.

“Foi mágico. É a conclusão de todo um trabalho muito sério. A gente começou a preparação para o carnaval faz muito tempo, então é emocionante conseguir ver o trabalho que a gente vem desempenhando em todos os ensaios na avenida. É extremamente gratificante”, conta.

Apuração promete lotar quadra da Viradouro nesta quarta-feira de cinzas (22)
Apuração promete lotar quadra da Viradouro nesta quarta-feira de cinzas (22) |  Foto: Filipe Aguiar
 

Para Danielle, o ponto de virada da Escola foi a mudança de gestão. Desde 2017, Marcelo Calil Filho preside a Viradouro, e já em seu primeiro carnaval, em 2018, a escola se consagrou campeã e retornou ao Grupo Especial.

“A gente observa o trabalho sério que eles fazem e o comprometimento com a escola. O amor e o afeto são fundamentais. Foi assim que a nossa escola deu uma virada e a gente está aí alcançando títulos e ótimas posições: com muito amor. A Viradouro tem um chão muito forte, uma comunidade muito forte, e sem eles nada disso seria possível também”, revela.

Daniele comandou harmonia da escola niteroiense
Daniele comandou harmonia da escola niteroiense |  Foto: Filipe Aguiar
 

Aos 47, a integrante da bateria Rosana Margarido tem, pelo menos, 38 anos de sua vida dedicados à agremiação. Ela entrou para a escola ainda na ala das crianças e quando a Viradouro ainda tinha o seu barracão em Niterói, e precisava atravessar a ponte com os carros alegóricos.

Para ela, a escola de samba a ensinou muito mais do que ela jamais imaginou, e na quadra da Viradouro foi onde ela aprendeu boa parte do que sabe da história brasileira, do povo brasileiro e do mundo. 

“Nosso enredo fala sobre uma mulher negra que tem uma história linda. A escola nos mostrou que independente do ano, do século, você pode mudar a tua vida, porque se ela era escrava e chegou a um patamar de fazer história, por que nós mulheres negras também não poderíamos? Eu nunca tinha ouvido falar sobre ela, e aqui eu aprendi. O samba também é cultura, é leitura, é educação”, diz.

E sobre as expectativas por um tricampeonato, Rosana crava: “não espero menos do que a gente merece, que é o título de campeã”.

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