Gonçalense estreia em musical sobre a vida e obra de Cazuza
Morador do Jóquei dará vida ao jornalista Zeca Camargo e ao compositor Dé Palmeira

Com uma vida voltada para a música desde sua juventude, Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, ganhou destaque nacional na banda Barão Vermelho e depois seguiu carreira solo, conquistando o gosto da crítica e imortalizando seu nome na cena cultural do Brasil. Polêmico, abordava diversos assuntos considerados tabus para sua época, além de fazer diversas críticas às elites em plena ditadura militar. A vida e obra do cantor, que arrastou multidões por todos os cantos do país, será contada através do musical "Cazuza – Pro dia nascer feliz", que estreia nesta quinta-feira (10), no Rio, e tem um gonçalense entre os protagonistas.
Ambientado no Rio de Janeiro da década de 1980, o espetáculo “Cazuza – Pro dia nascer feliz, O Musical” conta a trajetória de um dos maiores ídolos da música brasileira, através de seus grandes sucessos. Hits como “Bete Balanço”, “Exagerado”, “Ideologia”, “O Tempo Não Para”, entre tantos outros, incluindo algumas composições que nunca foram gravadas pelo eterno poeta, se fazem presentes no espetáculo. Ao todo são mais de 25 números musicais cantados ao vivo, que levam o público a uma montanha russa de emoções intensas como foi a vida de Cazuza.
Da infância à juventude inconsequente, do sucesso musical ao trágico fim do artista, toda a trajetória e as parcerias de Cazuza são interpretadas por um elenco de 21 atores-cantores dirigidos por Stella Maria Rodrigues. A direção musical fica por conta de Cláudia Elizeu e as coreografias são assinadas por Quéops. Entre os nomes que levarão a história de Cazuza para o palco, está o gonçalense Luan Marques, de 18 anos, morador do bairro Jóquei, em São Gonçalo.
Luan, que dará vida ao jornalista Zeca Camargo e ao compositor Dé Palmeira, destaca que fazer parte do musical trouxe uma nova forma de enxergar o mundo e a arte.
"Essa é uma peça que retrata diversas questões importantes, como a batalha contra a Aids no Brasil nas décadas de 80 e 90, sobre sexo, liberdade e também sobre política. O país estava em plena ditadura militar e Cazuza tinha letras muito ousadas, com críticas à burguesia. O projeto mudou minha forma de fazer arte. Enquanto artista, é um privilégio poder contar a história de um poeta que mudou a história de muita gente. Depois de sua morte, sua mãe, Lucinha Araújo, fundou uma Sociedade Viva Cazuza para tratar de crianças com HIV. A trajetória dele mudou muito a nossa cultura de maneira geral, tanto sua música quanto seus atos", afirma.
O ator também destaca a importância dos temas abordados no musical, que são os mesmos levantados por Cazuza há décadas atrás em suas músicas e entrevistas. Para Luan, tratar desses assuntos em um ano eleitoral é ainda mais significante.
"Estamos falando sobre vida, sexualidade, sobre cor, sobre feminismo e principalmente sobre o amor. É uma peça necessária, ainda mais em um ano de eleição. Ter uma peça que canta no palco que "meus inimigos estão no poder", como é o caso da música Ideologia, traz esses questionamentos e reflexões importantes para o nosso momento", aponta o artista.

Com texto de Aloísio de Abreu, a nova prática de montagem do Ceftem (Centro de Estudos e Formação em Teatro Musical) também promete agitar os palcos e tocar o coração dos admiradores do cantor. O musical tem direção de Stella Maria Rodrigues, direção musical de Claudia Elizeu, coreografia de Quéops Vieira e figurino de Vini Gaspar, Laura Bieites e Bela Bárros.
SERVIÇO
Nome da peça: Cazuza – Pro dia nascer feliz, O Musical
Local: Teatro Imperator, localizado na R. Dias da Cruz, 170 – Méier – Rio de Janeiro
Temporada: 10 de março a 02 de abril
Dias: quinta a domingo
Horários: sempre às 19:30h, exceto aos domingos (15:00h e 19:00h) e 02/04 (15:30h)
Duração: 2h 15min com intervalo
Classificação etária: 16 anos