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Por onde anda Altay Veloso? Cantor e compositor gonçalense trabalha em projetos próprios e revela desejo de fazer show em SG

O artista, de 70 anos, falou sobre sua vida e seus planos para o futuro

relogio min de leitura | Escrito por *Matheus Mattos | 29 de setembro de 2021 - 08:20
O cantor e compositor Altay Veloso
O cantor e compositor Altay Veloso -

Longe dos palcos por conta da pandemia, o cantor e compositor gonçalense, Altay Veloso, de 70 anos, que faz sucesso com suas canções desde a década de 80, vem levando uma vida mais reservada e com foco em seus projetos pessoais. O SÃO GONÇALO conversou com o artista para saber os detalhes dos seus trabalhos atuais e as perspectivas para os próximos meses.

Altay contou sobre os seus projetos em andamento, mas lembrou que a pandemia prejudicou muito o seu trabalho e deixou ‘tudo muito parado’.

“Estou no meu estúdio fazendo as músicas, escrevendo livros, fazendo peças de teatro, continuo exatamente a mesma coisa. Não são muitos projetos, porque por conta da pandemia, tudo ficou muito parado. Mas eu estou lançando um livro chamado ‘Lábios de Cuba Libre’, outro, que já estou finalizando, é ‘A Quinta Estação’, e ao mesmo tempo estou escrevendo um musical sobre Zumbi dos Palmares e também produzindo material para um longa metragem do 'Alabê de Jerusalém', que é a minha ópera. Vamos trabalhando, aproveitando esses momentos de que tem que ficar em casa para escrever, para fazer coisas novas, até a mudança desse tempo e o fim da pandemia.”, falou.

O compositor comenta ainda sobre como a pandemia impactou a classe artística a desenvolver seus trabalhos.

“Para nós artistas é uma coisa terrível, porque para quem trabalha com teatro, os palcos ficaram vazios, fechados, quem trabalha com show, não tinha show... Foram dois anos com muitos artistas e músicos sem trabalhar. Foi terrível, uma coisa que o mundo não conhecia, não só no Brasil, o planeta não conhecia. Agora, a gente vai ter que recriar as coisas que existem no dia a dia. Não é tão simples, é um momento de transformação pesada, pois ainda temos a sombra da pandemia.”, pontuou o cantor, que já está vacinado com as duas doses e aguarda pela imunização de reforço.

“Estou vacinado com as duas, esperando a minha vez de tomar a terceira. Se tiver quarta, quinta, eu vou tomar também.”, reiterou.

Ainda com a pandemia como pano de fundo, Altay prega cautela ao fazer planos para o futuro e busca finalizar as produções que estão em andamento.

“Final do ano, em novembro, estou indo para Salvador fazer um espetáculo no Teatro Castro Alves da minha ópera 'Alabê de Jerusalém'. Possivelmente teremos a mesma apresentação no Maranhão, mas ainda não está confirmada. Temos outros projetos para o ano que vem, mas para esse ano é somente isso.”, disse.

Pensando mais no futuro, Altay Veloso, que é apaixonado por São Gonçalo, planeja uma forma de retribuir o carinho pela cidade. O cantor revelou a reportagem o desejo de fazer um show no município, mas ele reforça que espera por uma melhora no cenário para fazer a apresentação e quer a presença de outro grande artista local.

“Eu quero no futuro fazer um show, um pouco mais pra frente. A qualquer momento a gente vai fazer um show no teatro. Quero terminar alguns projetos que eu estou envolvido, porque toma muito meu tempo e aí sim fazer o show. Quero fazer com músicos da cidade, um grupo pequeno. Temos músicos fantásticos aqui em São Gonçalo, como o Iris Nascimento, que é fabuloso, gostaria de fazer um show que ele participasse...”, contou.

E por falar em paixão pela cidade, Altay não faz questão de esconder o sentimento que tem por São Gonçalo, local onde nasceu e vive até hoje com sua família.

 “Vou continuar em São Gonçalo, é a minha casa, é onde eu nasci, tenho uma relação de afeto e ternura. Foi onde nasceram meus filhos também, minha mãe não nasceu, mas mora aqui... Eu tenho sempre a impressão de que as árvores me conhecem, o chão me conhece, a terra me conhece, tenho muito carinho e gosto de andar pela minha cidade, ver os amigos, matar a saudade dos lugares que passei e fui criado. Sou muito grato, porque aqui eu vivi os melhores momentos, na verdade tenho vivido os melhores momentos da minha vida e é aqui que eu quero ficar.”, comentou.

História

Altay Veloso começou sua carreira aos 21 anos com suas composições e conseguiu vaga em bandas como ‘O Rancho’ e ‘Bando do Bando’, que abriu muitas portas em sua jornada.

Depois disso, ele gravou seu primeiro disco autoral ‘O cantador’, em 1980, na RCA (hoje BMG). A segunda e a terceira produção vieram em 1983 e 1985, pela extinta Polygram (hoje Universal), e em 1987 e 1988 fez o disco ‘Sedução’ e ‘Paixão de d’Artagnan’ pela Warner Continental.

Nessa trajetória, as canções de Altay tocavam nas trilhas sonoras de novelas de Rede Globo. Além disso, ele foi convidado para se apresentar no festival de jazz de Montreal, por três anos consecutivos, com o renomado Jean Pierre Zanella, o principal saxofonista de jazz do Canadá.

O cantor e compositor Altay Veloso
O cantor e compositor Altay Veloso |  Foto: O São Gonçalo
 

Em 1994, ele fez uma pausa na carreira de cantor, para se dedicar a compor. Com todo seu talento, Altay Veloso produziu músicas para cantores renomados, como Elba Ramalho, Vanusa, Roberto Carlos, Jorge Aragão, Wando, Alcione, Emilio Santiago, Jorge Vercillo, Belo, Alexandre Pires, entre outros, totalizando mais de 450 canções.

Em 1998, Altay Veloso monta um estúdio próprio e grava o disco ‘Nascido em 22 de abril’. Em 2000, ele continuou compondo, mas correu atrás do seu sonho, que trabalha há mais de duas décadas, que é a saga do africano de Daomé que conheceu Jesus Cristo, Ogundana, o 'Alabê de Jerusalém'.

Ele foi a fundo nessa missão literária, indo a Israel duas vezes, a Nigéria, Angola e Bahia, com intuito de encontrar líderes religiosos presentes na obra e terminar o livro, que tem bases no tripé afro-judaico-cristão e é baseado na vida de Jesus Cristo. Altay mergulha na humanidade de alguns personagens bíblicos e cria outros tantos contemporâneos de Jesus, revelando, pela ótica de um homem africano, o lado mais pessoal e íntimo de cada um, em “Ogundana, O Alabê de Jerusalém”.

Altay Veloso se dedicou e tem tido muito sucesso com sua ópera, mas antes de realizar em formato cênico, ele gravou em CD e DVD no estúdio, e teve apoio de todos os setores da comunidade artística brasileira. Além disso, ele recebeu um afetuoso abraço de entidades como a Unesco, por abordar a inclusão social daqueles que, historicamente, são esquecidos pelas narrativas e por apresentar um conteúdo de respeito e tolerância, que valoriza a diversidade entre as culturas.

Estagiário sob supervisão de Marcela Freitas *

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