Artista gonçalense estreia sua primeira exposição individual em São Gonçalo
Jefferson Medeiros transforma violência no cotidiano em arte
Cria de São Gonçalo, o artista Jefferson Medeiros, de 31 anos, estreia sua primeira exposição individual “Quem nos protege, se não nós?”, no próximo dia 19, no Cenarte Dimensões, em sua cidade natal. Com curadoria de Bruno Albert, a mostra apresentará discussões sobre colonialidade, exploração do trabalho e violência no cotidiano urbano periférico, suas raízes e consequências. Ao todo, serão 15 obras expostas, confeccionadas com materiais diversos: de concreto à cápsulas de munição que foram encontradas no território em que reside, na casa de amigos ou por conhecidos. A exposição, que terá duração de um mês, foi contemplada no Edital de Desenvolvimento Artístico e Cultural da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura da Prefeitura de São Gonçalo por meio da Lei Federal de Emergência Cultural Aldir Blanc.
"Fazer a minha primeira exposição individual na minha cidade natal é discursar para minhas e meus pares, é tudo que posso querer enquanto educador-artista. De toda forma, gosto de pensar que não tem nada de individual nessa exposição, meu trabalho é a aglomeração das vozes que me atravessam. O olhar que desenvolvo na minha arte-vida-arte é a partir daqui para o mundo. São Gonçalo é minha escola do mundo", frisa o artista.
Em função da pandemia do novo coronavírus, a visitação acontecerá em horários pré-definidos. O agendamento será feito por meio da plataforma Sympla, com limite de 10 pessoas por hora. O uso de máscara será obrigatório e todos os protocolos sanitários recomendados serão adotados
O artista falou um pouco sobre suas expectativas com relação à exposição. "São as melhores expectativas possíveis, tudo o que sou foi formado a partir de São Gonçalo, então qualquer oportunidade de poder fazer minimamente algo de positivo para nós, já é minha grande vitória!", explicou ele.
Ainda como parte do projeto, a exposição inclui duas Oficinas de Produção Epistemológica Antirracista, realizadas em parceria com a Galeria de Racistas. Nelas, propõe-se a oferecer um mínimo suporte para a construção de discursos e práticas que superem a estrutura do racismo, que ainda permanece e se apresenta como uma das mazelas que agridem o tecido social.
Sobre planos para o futuro, Jefferson quer continuar desenvolvendo sua arte e discutindo temas importantes para a vida. "Tenho planos de continuar seguindo o caminho na busca de novos horizontes possíveis baseados em solidariedade, educação e liberdade. Como artista visual, músico e professor de História eu tenho um compromisso com a vida, que é preservação da dignidade dela", explicou.
Sobre Jefferson Medeiros
Mestre em Estudos Contemporâneos da Arte pela UFF, graduado em História pela UERJ-FFP, especializado em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-brasileiras pelo IFRJ, músico percussionista e professor de História, Sociologia e Filosofia, Jefferson é, também, um dos maiores nomes da arte contemporânea do Rio de Janeiro e representa, virtuosamente, o lado de cá da Baía de Guanabara.
Fortemente influenciado pela mãe artesã, Jefferson diz que sua relação com a arte é muito mais “orgânica” do que técnica: suas habilidades foram desenvolvidas de forma autodidata.
Entre grandes mostras, o trabalho de Jefferson já foi exposto no Museu de Arte do Rio e na Bienal Caixa de Novos Artistas, que rodou todo o país.
Para conferir o trabalho do artista, acesse: https://www.instagram.com/jmedeiros.ars/
Serviço:
Quem nos protege, se não nós?
Visitação 20|02 até 19|03
ter a sex de 14h às 18h | sáb e dom 17h às 20h
Agende sua visita em:
https://www.sympla.com.br/exposicao-quem-nos-protege-se-nao-nos__1131172
Cenarte Dimensões
Travessa Rubens Falcão, 346, Parada 40, São Gonçalo
Entrada franca
Classificação livre