Artista premiado de Maricá busca patrocínio para expôr suas obras

“A Arte para mim é vida! É o que o mundo vive! É o que pensamos e sonhamos, e um pouco do que nos divide em muitos pedaços. Somos feitos de peças, partes que são compartilhadas e multiplicadas pelo tempo e pelo espaço. Somos feitos de chances, seja na multidão ou na solidão, medo ou coragem, frustrações ou alegria, amor ou tristeza.”

É assim que o artista plástico Michel França, de 46 anos, observa e vive a arte. Morador de Cordeirinho, em Maricá, ele enxerga em cada pedaço de história uma lição de aprendizado para a vida. Um pedaço que ele chama de retalho. E os retalhos são a forma que Michel deseja mostrar ao mundo sua arte e a humanidade em cada pessoa.

“Em cada colcha de retalhos, há uma vida, uma lição, algo terno, algo que sinto falta. Tudo isso me torna mais humano e completo”, disse. “Desejo apresentar ao mundo minhas obras em forma de retalhos, pois somos todos compostos por pequenos retalhos!”, completou.

Artista desde a infância

Desde pequeno, Michel já se interessava pela arte. Aos 12 anos, ele pintou sua primeira tela à base de tinta óleo. Com a impossibilidade de continuar usando o pigmento devido aos problemas pulmonares de seu pai, o pequeno artista acabou desenvolvendo outras habilidades e técnicas que o levaram às renomadas conquistas durante a sua adolescência, como o Festival de Pintura da Mesbla/Disney aos 15 anos e o Prêmio de Ouro entre civis e militares aos 19, sendo o primeiro militar a conquistar tal feito.

Falta espaço e patrocínio

No entanto, atualmente, Michel enfrenta dificuldades que muitas pessoas que seguem o caminho da arte encaram: a falta de valorização dos profissionais dessa área. Sem o apoio necessário, o artista não consegue apresentar ao mundo o que desenvolveu e o que ainda produz. Ele revela ainda que nunca conseguiu patrocínio, apesar de desejar uma oportunidade.

“Minha principal dificuldade na carreira artística é não conseguir apoio ou oportunidade para expôr minhas obras”, contou. “Claro que penso em ser patrocinado, mas nunca consegui por falta de ideias”, acrescentou.

Com isso, Michel busca os apoios que podem ajudar nas suas metas e planos que envolvem a arte para o futuro.

“Quero proporcionar eventos, dar aula de artes para a terceira idade e trazer ao público uma linda exposição onde não somente vejam quadros pintados, mas também, ter esculturas e poltronas verdes espalhadas por todo espaço cultural”, revelou. “E uma atraente equipe de buffet fantasiada de Frankenstein servindo como garçom”, brincou.

Procurada por O SÃO GONÇALO, a Prefeitura de Maricá esclareceu que "desde o início da pandemia da Covid-19 foram adotadas diversas medidas visando auxiliar os artistas da cidade durante esse período, justamente quando todas as atividades culturais foram suspensas, seguindo o Decreto Municipal que estabeleceu regras de distanciamento social e interrupção de eventos.

Com o objetivo de garantir renda para os artistas do município, foram abertas inscrições para o cadastramento no Programa de Amparo ao Trabalhador (PAT), além da inscrição para receber o auxílio emergencial da Lei Aldir Blanc. Vale ressaltar que foi realizada uma grande ação de chamamento à classe artística, para se inscrever e ter acesso ao benefício.

Enquanto prevalecer o Decreto de medidas de proteção sanitária, todos os espaços culturais de Maricá permanecem fechados e sem qualquer atividade.

Importante ressaltar que a Prefeitura, através da Secretaria de Cultura, tem apoiado e incentivado todas as manifestações culturais. Por força disso, o contato do artista será encaminhado à pasta, para que esta possa inseri-lo no ambiente da cidade". 

Para saber mais sobre a história e o trabalho de Michel França, basta acessar o seu site: https://www.vivemosarte.com.br/franca. O seu perfil no Instagram é o @francaartes.

*Estagiário sob supervisão de Cyntia Fonseca