Instagram Facebook Twitter Whatsapp
Dólar R$ 5,6693 | Euro R$ 6,1943
Search

Arthur: nome de rei, mão de pintor e coração de criança

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 18 de abril de 2015 - 21:58

O artista de 8 anos, terá suas pinturas expostas até o final do mês na biblioteca de Itaboraí

Foto: Divulgação/ PMI

Escova de dentes, espátula de emassar parede, copo plástico e algodão, o que estes utensílios têm em comum? Arthur Goulart, de apenas 8 anos, que não fica restrito aos pincéis para criar suas obras. Para aqueles que quiserem conferir a arte do pintor mirim, que usa técnicas incomuns na execução de seus quadros, a Biblioteca Municipal Joaquim Manuel de Macedo, no Centro de Itaboraí, está até o fim do mês com a exposição “Tintas dos oito anos”.

Alunos da Escola Municipal Mariana Glória, no bairro do Sapê, participaram do lançamento da mostra, na tarde desta quarta-feira, e puderam assistir um vídeo mostrando o passo a passo da obra “Uma pedra no caminho”, uma das 20 feitas pelo jovem artista, e que foi inspirada no poema de Carlos Drummond de Andrade.

“Foi surpreendente ver um menino de apenas oito anos pintando com tamanha desenvoltura e perfeição”, revela Ruth Cabral da Silva aluna do 7º ano da escola. “Nem parece que é uma criança de 8 anos que fez. Se eu não tivesse visto o vídeo talvez desconfiasse da autoria”, conta Esthefany Corrêa da Silva, de 15 anos.

Morador do bairro Rio Várzea, Arthur Goulart começou a pintar aos 5 anos quando sua tia Rosângela lhe deu a primeira tela. Amante de obras dos pintores Romero Britto e Tarsila do Amaral, o jovem talento utiliza técnicas incomuns em suas obras, nas quais o abstrato predomina.

“Logo na primeira tela que ganhou, primeiro Arthur cobriu de tinta preta para depois desenhar por cima. O resultado foi uma pintura abstrata. O que é incomum entre as crianças que normalmente pintam direto na superfície branca desenhando algo concreto como uma casa ou uma paisagem, por exemplo”, comenta o pai, o professor de Língua Portuguesa, Alex Fabiani, 42 anos.

Outra técnica que ele usa é jogar a tinta na tela de forma aleatória para depois definir o que pintar.

“Seus traços também são feitos com cores únicas, já que mistura as tintas com álcool para definir uma tonalidade diferente”, conta Fabiani, acrescentando ainda que o filho trabalha ainda com colagem.

Perguntado sobre o que o motiva e como surge a inspiração, o artista mirim foi enfático e seguro nas respostas.

“Pinto o que me vem a cabeça na hora ou sobre algo que me chama a atenção na ocasião. Em um dos quadros, a inspiração surgiu da gravidez de minha mãe que está esperando o meu irmãozinho Heitor”, revela Arthur, se referindo ao quadro de uma imagem de um meio círculo com um pé de criança pintado no meio.

“Um de meus sonhos é conhecer o pintor Romero Britto”, acrescenta o artista mirim, que também admira as obras de Delano Ribeiro, as quais ele conheceu pessoalmente e aprendeu algumas técnicas.

A exposição faz parte das programações do Mês do Livro, organizado pela Fundação Cultural de Itaboraí. Na sexta-feira, a Biblioteca recebeu Pablo Demétrio, autor do livro infantil Árvore Literária, uma obra criada com o objetivo de entreter, encantar e incentivar o interesse das crianças pela leitura.

Matérias Relacionadas