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Na segunda noite, Imperatriz confirma favoritismo e tem tudo para voltar à elite em 2021

Saiba chances de cada escola da Série A na abertura dos envelopes. Hoje tem Grupo Especial

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 23 de fevereiro de 2020 - 16:39
Imperatriz tem tudo parra voltar à elite em 2021
Imperatriz tem tudo parra voltar à elite em 2021 -

Por Ari Lopes, Ana Carolina Moraes, Sérgio Soares e Thalita Queiroz - Fotos Leonardo Ferraz    

Em mais um ano de apoio oficial inconsistente em termos financeiros às escolas e menos público nas arquibancadas, os desfiles da Série A, entre a noite de sábado (22) e a madrugada deste domingo, terminaram sem muitas surpresas na Marquês de Sapucaí. Confirmando o que já se previa, quem teve mais criatividade administrativa para fazer parcerias que possibilitassem apresentações de maior qualidade, passou melhor. Por isso, não há como destacar a Imperatriz Leopoldinense como a favorita, entre as 14 desfilantes, para conquistar o título e a única vaga de acesso à chamada elite. A grande estrutura que guardou do Carnaval de 2019, em termos de alegorias e materiais, para o projeto de 2020, já fez grande diferença para a verde branca de Ramos em relação às outras treze co-irmãs que se apresentaram nas duas noites. Apesar de rebaixada, ela não saiu da Cidade do Samba e por isso, teve mais estrutura para se organizar em relação ás outras 13 concorrentes, que mais uma vez, trabalharam nos improvisados barracões da Série A.   

E apostar em um enredo que já lhe deu um dos mais significativos títulos de sua história, em 1981, sobre a vida e a obra do compositor Lamartine Babo, foi mais uma escolha positiva para resgatar a auto-estima dos sambistas da escola de Ramos. Soma-se a isso, a mão do carnavalesco-sensação Leandro Vieira, atual campeão da Mangueira, que esse ano emprestou seu talento ao projeto da Imperatriz. Mas mesmo com todo favoritismo, a escola tem adversários que certamente poderão incomodar e surpreender na hora da abertura dos envelopes, como já havia antecipado a equipe montada por O SÃO GONÇALO para a cobertura dos desfiles na Marquês de Sapucaí. Na segunda noite de desfiles, a Unidos de Padre Miguel, é uma das escolas que pode fazer frente ás pretensões da verde branca de Ramos. Depois de 'bater na trave', com vices-campeonatos e chegando entre as primeiras nos últimos anos, a agremiação da Zona Oeste recuperou o fôlego e os bons caminhos do Carnaval depois de um decepcionante sexto lugar em 2019. Mas não foi tão arrebatadora como a Imperatriz.  

Das que desfilaram na primeira noite de desfiles, quem também pode sonhar alto é a Porto da Pedra, que honrou a tradição e está retomando os caminhos dos bons tempos, na década de 90, quando chegou a desfilar entre as campeãs no Grupo Especial. A aposta no enredo sobre as baianas, as figuras mais tradicionais do Carnaval, e um desfile tecnicamente correto, recheado de emoção e interatividade com o público, fazem o 'Tigre' otimista. Destaque também para Renascer de Jacarepaguá e seu entusiasmo e bem organizado desfile sobre a jogadora Martha. Pode sonhar com o primeiro escalão na Séria A. Mas há também a Unidos da Ponte, outra que já esteve presente no Grupo Especial e voltou com força à Sapucaí. Não se pode subestimar também a Cubango, que deve perder décimos preciosos por causa dos problemas nas alegorias, mas se mostrou mais uma vez guerreira, com canto forte e emoção de seus sambistas niteroienses.       

Se na parte de cima da tabela, há uma favorita ao título, infelizmente a Império Serrano, uma das maiores agremiações do Carnaval do Rio de Janeiro, deve amargar o mais duro  rebaixamento de sua historia. Entre todas as quatorze desfilantes, a escola do Morro da Serrinha, com fantasias e alegorias inacabadas, proposta de enredo confusa e falta de organização entre os componentes, deverá perder pontos na grande maioria dos quesitos. Entre as escolas da Série A, ninguém se apresentou pior do que a escola de Madureira, que já tem como fato consumado a renúncia da presidente Verâ Corrêa, que ainda no dramático e confuso desfile, na noite de sexta-feira, anunciou a saída do cargo. Só um milagre a tira da Estada Intendente Magalhães, em Campinho, em 2021.  

Mas se há expectativa em relação a quem passou 'na pista', resta saber como será o desempenho do novo corpo de jurados que atuou na na Marquês na série A. É que as ligas que regem o Carnaval, e nãos mais a Riotur, decidiram indicar o grupo avaliador, por causa de notas consideradas injustas e polêmicas em 2019. Mais uma vez, a abertura dos envelopes da Série A, será na Praça da Apoteóse da Marquês de Sapucaí, no final da tarde dessa quarta-feira (26), após a leitura das notas das escolas do Grupo Especial, que começam a desfilar a partir da noite desse domingo (23).

SAIBA COMO FOI A PARTICIPAÇÃO DE CADA ESCOLA DA SÉRIE A NA SEGUNDA NOITE DE DESFILES       

ACADÊMICOS DO SOSSEGO - Fez uma apresentação melhor do que a do ano passado, quando figurou entre as últimas colocadas. Houve erros e acertos na apresentação do enredo 'Tambores de Olokum', de autoria de Alex de Oliveira e Marco Antônio Falleiros. Com fantasias bem acabas e elaboradas, com bela distribuição de cores, a Lira do Largo da Batalha passou sem abrir buracos pela Sapucaí. Mas as alegorias, apesar de grandiosas e imponentes, apresentaram problemas de acabamento, que aliás, foi a 'pedra no sapato' da maior parte das escolas da série A. Deverá brigar por posições intermediárias na abertura dos envelopes. 

INOCENTES DE BELFORD ROXO -  A escola da Baixada Fluminense, que está há anos na Série A do Carnaval do Ro de Janeiro, fez uma das mais belas apresentações de sua história no enredo que retrata a vida e a obra da jogar de futebol Martha. Destaque para a comissão de frente, que trazia personagens-surpresa de diferentes épocas da vida da jogadora em uma imaginária partida de futebol, que tinha trave, e até juiz e bandeirinhas, além de atletas vestidas com a camisa da Seleção Brasileira. A iniciativa de jogar bolas para o público animou ainda mais a apresentação, que tinha uma das alegorias feita de forma bastante original, toda decorada com 8 mil desses objetos de jogo. 

UNIDOS DE BANGU - Tentou mostrar grandiosidade no enredo sobre a diáspora africa, mas as pretensões esbarraram na falta de organização dos componentes, que pecaram no canto irregular. As alegorias tiveram problemas de acabamento. Uma delas, os braços de um grande boneco, tinham fendas na parte da junção com o tronco. As fantasias também apresentaram o luxo e o acabamento de quem quer permanecer na Série A. Deve amargar as últimas posições entre as 14 desfilantes. 

SANTA CRUZ -  Apesar de simples, foi bem organizada animada, graças a garra e o canto forte de seus componentes. O carnavalesco Cahê Rodrigues trouxe o enredo “Santa Cruz de Barbalha, Um Conto Popular no Cariri Cearense”. O problema enfrentado para a colocação do último carro na Sapucaí acabou comprometendo a bela apresentação, com a formação de buracos. Também briga por posições intermediárias.

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE - Mostrou que o drama do primeiro rebaixamento da história foi completamente superado, a começar pela grande mobilização de seus sambistas, que lotaram a quadra e as ruas de Ramos nos ensaios. Mobilizada e unida, a escola encontrou pilares consistentes no carnavalesco Leandro Vieira, e na grande estrutura que foi herdada do desfile de 2019. Uma apresentação entusiasmada e arrebatadora, com total interatividade com o público, digno de uma escola da elite. É a favorita ao título.  

UNIDOS DE PADRE MIGUEL - Após amargar a sexta colocação em 2019, depois de cinco anos brigando, literalmente, para chegar à elite, a escola voltou a impressionar, com mais uma apresentação arrebatadora e surpreendente. A apresentação emocionada e com grande interatividade com o público, talvez seja a maior ameaça à Imperatriz. Pode surpreender. 

IMPÉRIO DA TIJUCA - A noite prometia para a Império da Tijuca, que tinha um dos mais belos enredos do Carnaval de 2020 - “Quimeras de Um Eterno Aprendiz”, desenvolvido por Guilherme Estevão - e um dos melhores sambas do Carnaval 2020. Mas acabou esbarrando em problemas com alegorias e evolução. Briga também por posições intermediárias. 

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