Esclerose Múltipla afeta 2,5 milhões de pessoas no mundo
35 mil casos só no Brasil

A esclerose múltipla afeta 2,5 milhões de pessoas no mundo, 35 mil delas só no Brasil, porém a doença ainda é confundida com outras patologias. No mês nacional da esclerose múltipla, especialistas fazem alertas sobre a enfermidade crônica que afeta população jovem, interfere na mobilidade e na qualidade de vida.
Entre os diagnosticados, três em cada quatro pacientes são mulheres e geralmente estão na faixa etária mais ativa da vida - de 20 a 40 anos, e que, por terem pouco conhecimento, não reconhecem os sintomas.
“A doença ocorre quando o sistema imunológico ataca anormalmente o isolamento em torno de células nervosas no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos, causando inflamação e danos consequentes que geram uma ampla gama de sintomas, incluindo fraqueza muscular, fadiga e dificuldade em ver, e pode, eventualmente, levar à deficiência”, explica Jefferson Becker, presidente do Comitê Brasileiro de Tratamento e Pesquisa em Esclerose Múltipla e Doenças Neuroimunológicas (BCTRIMS).
Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla pode ser controlada por meio de tratamentos medicamentosos que buscam reduzir a atividade inflamatória e os surtos ao longo do tempo, contribuindo para que o paciente não experimente a incapacitação. Entretanto, segundo o Becker, para que os resultados sejam satisfatórios, o diagnóstico deve ser precoce, o que leva a maiores chances da personalização do tratamento e evita consequências mais danosas ao sistema nervoso.
A causa da doença ainda é desconhecida, mas se sabe que ela é crônica e degenerativa, e que fatores genéticos e ambientais podem estar relacionados ao seu aparecimento e evolução. Apesar de genética, a doença não é hereditária Se um dos gêmeos idênticos tiver esclerose múltipla, por exemplo, seu irmão tem 30% de chances de desenvolver a doença. Caso um dos pais tenha a doença, o risco é de apenas 3%.
A esclerose múltipla recorrente-remitente é a forma mais comum da doença, representando 85% dos casos. É caracterizada por surtos (sintomas clínicos que ocorrem em episódios) bem definidos, com recuperação completa ou sequelas permanentes após os surtos.