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Dor de cabeça crônica também afeta crianças

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 24 de fevereiro de 2017 - 13:45
Imagem ilustrativa da imagem Dor de cabeça crônica  também afeta crianças

A cefaleia, também conhecida como a famosa “dor de cabeça”, é um dos sintomas mais comuns em crianças. Felizmente, a maioria não apresenta doenças complicadas. Cerca de 5% das cefaleias são secundárias, ou seja, representam um sintoma de alguma outra doença, exigindo um tratamento específico. No entanto o sinal não pode ser ignorado e precisa de acompanhamento.

A cefaleia pode exigir um tratamento contínuo para a criança, mesmo que raramente traga riscos, já que a intensidade da dor pode atrapalhar em atividades escolares e até mesmo na hora do lazer.

“A criança que tem cefaleia não tratada pode apresentar, além da dor, comprometimento no rendimento escolar, além de isolamento dos amigos por não poder participar das atividades de lazer e esportivas na frequência desejada”, informou o professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital, Marco Aurélio Safadi.

Ainda de acordo com o médico, um mito ainda muito presente é o de que os problemas visuais sejam uma das causas de cefaleia. Isso porque a principal forma de cefaleia crônica encontrada na infância é a enxaqueca, seguida pela cefaleia tensional (devida à tensão ou contração exagerada de grupos musculares do pescoço, ombros, couro cabeludo e face).

“Devemos tentar caracterizar a intensidade da dor, o horário, sintomas associados, fatores desencadeantes para ajudar a caracterizar o tipo de cefaleia e sua intensidade. A criança pode apresentar fatores desencadeantes, como a ingestão de determinados alimentos, jejum prolongado, sono excessivo, privação de sono, esforço físico, uso de medicamentos, dentre outros. Na enxaqueca, por exemplo, é frequente a ocorrência de náuseas, vômitos, dor abdominal, incômodo à luz ou ao barulho, palidez e sudorese, entre outros”, emendou o médico.

Os principais sintomas de alerta para cefaleia secundária são dor intensa, de início abrupto, mudança no comportamento da dor com aumento da frequência ou intensidade, dor diária desde sua instalação, dor que não responde a analgésicos, presença de convulsões associadas, de doenças que atinjam outros órgãos, distúrbios de coagulação, além de sinais observados ao exame físico como sinais meníngeos (sugestivos de meningite), febre, alterações motoras (perda de força de uma lado do corpo, por exemplo) e alterações visuais.

“A enxaqueca é a cefaleia mais estudada da infância. Não existe nenhum exame de laboratório ou imagem que defina o seu diagnóstico. Sendo assim, é a partir das características das crises que o médico vai definir o tipo de cefaleia”, informou Safadi.

O especialista ainda apontou que, em casos de cefaleias crônicas, é importante que se faça um diário da cefaleia, assim a criança ou seu familiar devem anotar como foi o início da dor, tempo de duração, se foi de um lado da cabeça ou dos dois, se causou tontura, náuseas ou vômitos, se melhorou com o analgésico e que medicamento utilizou. A enxaqueca, em geral, dura poucas horas até 72 horas, pode ser em qualquer lugar no crânio mas principalmente na fronte ou dos lados do crânio, pulsátil, com tontura, náuseas ou vômitos, incômodo à luz e ao barulho. Conforme a idade de apresentação, os sintomas podem variar.

Fatores genéticos, psicológicos e ambientais também influenciam fortemente a expressão da cefaleia na infância. O tratamento deve ser individualizado conforme as suas características e intensidade, visando melhorar a qualidade de vida da criança e da sua família.

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