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Um homem chamado Augusto Ruschi

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 16 de julho de 2016 - 12:00
Nosso país, nação de memória curta, costuma esquecer de brasileiros que muito fizeram pelo país. Augusto Ruschi, brasileiro, cientista, agrônomo, advogado, naturalista, ecologista, nascido em 13 de dezembro de 1915, em uma pequena cidade brasileira de colonização italiana, chamada Santa Tereza, no Estado do Espírito Santo, conquistou em sua passagem de vida em nosso planeta, reconhecimento internacional. Dedicou-se às descobertas científicas, a defesa e estudo de espécies brasileiras, possuindo ele uma visão ecológica preservacionista pioneira que tornou-o consagrado no mundo inteiro. 
Questões relevantes, como a importância de se pensar o homem e a natureza em uma relação respeitosa e sustentável, faziam parte de sua consciência. Foi o pioneiro do manejo sustentável das florestas tropicais, da agroecologia, do controle biológico de doenças tropicais e zoonoses, como também, das denúncias sobre o perigo dos agrotóxicos, sendo considerado um dos mil grandes homens que construíram o saber e as ideias do século XX, e sem dúvida o principal personagem da defesa ecológica nacional.
Deixou-nos uma vasta obra escrita com 450 trabalhos e 22 livros. Foi um especialista sobre beija-flores, sua grande paixão, sendo a primeira pessoa no mundo a reproduzi-los em cativeiro, deixando a maior obra escrita no mundo sobre este pequeno pássaro. Tendo vivido 50 anos no interior da Floresta da Mata Atlântica, tornou-se autoridade mundial sobre ecologia desta floresta, tendo feito estudos significativos sobre macacos, morcegos, orquídeas e bromélias, tendo publicado livros sobre estes seres vivos. Presenciou e testemunhou as agressões sofridas à floresta.
Certa vez, pronunciou a seguinte frase: “Cortam as matas ignorando tudo o que está dentro. Ninguém quer saber que lá tem milhares de animais, centenas de milhares de espécies de insetos, de plantas, que fazem o seu equilíbrio. E o equilíbrio natural é complexo, onde às vezes, a ausência de um elemento pode causar uma falha muito grande. O homem é que perturba e desequilibra”. 
Foi também um defensor da cultura e dos direitos dos índios, que ele conheceu bem de perto nas suas andanças pelas florestas, pelo afluentes do Amazonas, pelos Andes e pelos vales do Peru e da Colômbia. Foi, no convívio dos índios, que no ano de 1986, ficou gravemente doente, devido às sequelas deixadas por doenças como a esquistossomose e malária, contraídas quando das pesquisas nas florestas, tendo adquirido ainda, o veneno do sapo dendrobata, absorvido pelo seu organismo, quando da coleta de material de pesquisa sobre o animal no Estado do Amapá. 
Após submeter-se aos tratamentos convencionais, realizou um ritual indígena, esperançoso de que a medicina baseada em ervas e raízes, como também da pajelança, o ajudasse a debelar a doença. Ele morreu, pouco depois, em cinco de junho de 1986, coincidentemente no Dia Mundial do Meio Ambiente. Já muito combalido, falava da esperança que tinha de ser conduzido pelos beija-flores ao reino de Deus. 
Augusto Ruschi é uma referência para todos aqueles que se propõem a contribuir para a revolução cultural ecológica e ambiental que está por acontecer e que poderá evitar o colapso da vida na Terra. “O NÚMERO DE HOMENS NA TERRA NÃO SERÁ DETERMINADO PELAS LEIS DO HOMEM, MAS SIM PELAS LEIS DA NATUREZA”. (AUGUSTO RUSCHI) – Preserve o meio ambiente

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