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CPI dos Lixões estuda data para visita a Itaoca

relogio min de leitura | Escrito por Redação | 03 de agosto de 2015 - 09:05

Após a desativação do lixão de Itaoca, não houve nenhuma intervenção concreta no local

Foto: Luiz Nicolella

Por Elena Wesley

Será retomada, hoje, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Assembleia Legislativa (Alerj) para investigar o panorama dos lixões e aterros sanitários do Estado do Rio de Janeiro. Na pauta da audiência pública, que se inicia às 14h, está o agendamento de uma visita ao extinto lixão de Itaoca, na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo. Desde a desativação do espaço para despejo de resíduos, a população de ex-catadores tem encontrado dificuldades em garantir a subsistência de, aproximadamente, 300 famílias.

De acordo com o deputado Dr. Julianelli (Psol), que integra a comissão, o lixão de Itaoca ainda não recebeu uma visita técnica devido à insegurança proporcionada pela ação do tráfico. “A logística precisa ser garantida e há exigências dos membros da CPI quanto a isso junto ao Poder Executivo. Ainda não há intervenções concretas para Itaoca, porém temos ciência de entidades com responsabilidade social no caso, como a própria Petrobras, por conta do Comperj. A reunião de segunda-feira (hoje) deve traçar um panorama neste sentido”, informou o parlamentar.

Em concordância a Julianelli, o presidente da CPI, deputado Sadinoel (PT), confirmou o desejo de marcar a visita ainda no início do mês. “A população já está desacreditada com as autoridades. São anos à espera de uma solução. Queremos que os direitos sejam assegurados o quanto antes”, lamentou Sadinoel.

O presidente destacou a necessidade de um encontro com as partes envolvidas. “Sabemos que havia uma obra de construção de moradias destinada aos ex-catadores, mas que ainda não foi concluída. Precisamos reunir representantes da Prefeitura, da Haztec (empresa que administrava o lixão), da cooperativa de catadores e da Câmara Municipal de São Gonçalo para definir as metas”, afirmou Sadinoel.

A CPI analisa a situação de outros 17 lixões e pretende entregar o relatório final ao Ministério Público. A Lei Nacional de Política de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, determinou a desativação dos lixões.

Sem garantias oficiais

Líder comunitário em Itaoca, Adeir Albino da Silva, o Nem, ressalta as precárias condições a que os ex-catadores estão submetidos.

“A situação atual é muito pior. Com o lixão, ao menos, tínhamos alimentos e material de reciclagem para vender e reutilizar. Hoje, não temos nada. As casas estão deterioradas e não há como consertar”, contou Nem.

Enquanto as soluções não são garantidas a nível oficial, a cooperativa se articula para realizar campanhas de donativos de alimentos e material de construção que contribuam com a subsistência da comunidade.

“Já não tenho coragem de levar nenhum político até a comunidade, porque enchem os moradores de esperança para não chegar a lugar nenhum”, criticou.

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