Petrobras anuncia redução no preço dos combustíveis

Por Thiago Soares e Kharine Backer

A Petrobras anunciou ontem, pelo segundo dia consecutivo, redução nos preços da gasolina e do diesel em suas refinarias. Assim, o preço da gasolina cairá 0,62% a partir de hoje e custará R$ 2,0306 o litro. O preço do diesel terá redução de 1,15% e passará a custar R$ 2,3083, de acordo com a estatal.

Em dois dias, as quedas acumuladas chegam a 2,69% para a gasolina e a 2,67% para o diesel. Apesar disso, a gasolina acumula altas de 12,95%, em maio, e de 16,76% em um mês. O diesel soma aumentos de 9,34%, em maio, e de 15,16% em um mês.

O alto valor do preço do combustível é o principal motivo para a manifestação nacional dos caminhoneiros, que começou no final da noite de domingo.

Preços disparados - No Centro de Abastecimento (Ceasa) de São Gonçalo, no Colubandê, já é perceptível como a paralisação dos caminhoneiros já afeta os valores dos produtos do setor de hortifruti e até mesmo o estoque dos itens no local.

De acordo com dados do Ceasa, houve uma queda de 50% da entrada de caminhões carregados, desde a última terça-feira.

Segundo os comerciantes do local, a situação está complicada.

“No momento está faltando tudo. Com isso, os preços sobem. Os valores do aipim, da batata e da laranja foram os que mais aumentaram. O saco de aipim, por exemplo, que custava em média R$40, agora está saindo a R$350”, contou o comerciante Mário Freitas.

Até as doações arrecadadas no Ceasa e enviadas para instituições sociais estão comprometidas.

“Não conseguimos nenhuma doação nesses últimos dias no banco de alimentos. O que temos foi trazido do Rio de Janeiro para cá. Do contrário, não teríamos nada para doar”, relatou a responsável pelo setor, Mônica Gonzalez.

Sem nenhuma mercadoria reservada, alguns comerciantes nem trabalharam ontem.

O centro atacadista informou que o saco de 50kg da batata inglesa lisa teve um aumento de 350%.

Serviços estão afestados - A manifestação de caminhoneiros por preços mais acessíveis do óleo diesel, que já dura três dias e acontece nas principais rodovias do país, inclusive na BR-101 (trecho Niterói-Manilha), já começa a afetar serviços básicos. E um dos maiores problemas está no transporte público rodoviário, no qual as empresas estão ficando sem estoque de combustíveis.

Apesar dos caminhoneiros não estarem fechando as pistas em Niterói e São Gonçalo, existem bloqueios em outras partes do país e também em terminais de distribuição de combustíveis. Por este motivo, segundo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), empresas de ônibus já estão controlando o número de viagens de seus veículos para disponibilizar seus serviços por mais tempo.

Já a prefeitura de Maricá informou que os ônibus vermelhinhos vão operar de forma reduzida a partir de hoje para racionar combustível. “A medida é necessária devido ao abastecimento do posto da frota estar comprometido pela paralisação”, disse o governo municipal.

Outro serviço que está sendo afetado é o dos Correios. De acordo com a empresa, a paralisação tem gerado forte impacto às operações da empresa em todo o país. “Diante desse cenário, informamos que estão temporariamente suspensas as postagens das encomendas com dia e hora marcados (Sedex 10, 12 e Hoje). Tendo em vista comprometer a distribuição, também haverá o acréscimo de dias no prazo de entrega dos serviços Sedex e PAC, bem como das correspondências enquanto perdurarem os efeitos desta greve”, informou em nota.